terça-feira, 14 de julho de 2020

SEM HIPÓTESE

Assim que chega ao nosso conhecimento mais um ataque canino, aconteça ele onde acontecer, passamos de imediato à sua análise para encontrar as suas causas, adiantar medidas preventivas ou subsídios de defesa, tentando com isto evitar que outros sejam mordidos. Segundo fez saber a Polícia do Hesse ontem, no passado sábado, na cidade de Marburg, Distrito de Wehrda, na Ernst-Lemmer-Strasse, perto de uma área florestal adjacente, entre as 15 e as 16 horas, um rapaz de 11 anos foi surpreendido por um cão que o atacou no rosto. O cão agressor e o seu dono desapareceram sem deixar rasto e o miúdo, devido à gravidade dos seus ferimentos, teve que ser internado na clínica da Universidade. A polícia procura agora testemunhas do ocorrido e quem possa dar informações sobre o cão, de quem apenas se sabe ser preto e ter aproximadamente 60 cm de altura.
Ataques destes, de intercepção, porque são de surpresa, a zonas vitais e sobre gente frágil e pouco experimentada, são praticamente indefensáveis, ainda mais quando as vítimas são mais distraídas ou confiadas do que cautelosas. Num país como a Alemanha, que no ano passado tinha quase 10,5 milhões de cães e onde os seus donos teimam em circular com eles soltos, o risco de alguém vir a ser atacado por um cão num espaço público é grande, nomeadamente em playgrounds, áreas arborizadas ou parques florestais, como infelizmente tem vindo a acontecer. Em circunstâncias destas só se podem minimizar os estragos, porque os cães já levam vantagem e com isso dificultam a nossa resposta. Como nestas situações serão poucos os que conseguirão cessar o ataque pela imobilização e desarme da cabeça do cão ou paralisá-lo pelo ataque à sua zona abdominal, não havendo nenhum dispositivo ou instrumento que nos valha, o melhor que há a fazer é não reagir aos derrotes do cão e deixarmo-nos cair ao solo tal qual inanimados, o que é mais fácil de dizer do que fazer. Resumindo, nos ataques de surpresa a zonas vitais, os que se fazem de mortos têm mais chances de sobreviver.
E como por cá não faltam indivíduos que soltam qualquer tipo de cão pelos campos e florestas afora, manda a cautela que circulemos em áreas que nos possibilitem uma maior visão sobre o terreno a percorrer, cuidado que aumentará as nossas hipóteses de defesa. Se porventura formos acompanhados pelo nosso cão e ele estiver devidamente educado, por via das dúvidas, devemos circular com ele solto, para que as suas chances de defesa aumentem significativamente. Caso não esteja educado, circule com ele à trela e perante ameaça pegue nele ao colo (nos casos em que tal for possível) virando sucessivamente as costas ao cão agressor. Quando não for possível pegar no cão ao colo, terá que soltá-lo, tentar ajudá-lo e pedir a todos os santinhos que não desapareça e saia do confronto ileso. Por norma, quando dono e cão vão para o campo, o primeiro alvo a ser atacado é o animal, o que dá ao dono a vantagem de 2 contra 1, cabendo-lhe ajudar o seu cão na expulsão do cão agressor. Há quem diga que nestas situações uma varinha de marmeleiro ou de zambujeiro dão muito jeito, particularmente quando o cão agressor é bem maior e mais potente do que o agredido. Eu cá não sei, porque sei imobilizar em segurança qualquer cão empenhado em morder noutro e ensino outros a fazê-lo, tanto para valerem a pessoas como a animais. E por mais estranho que pareça, nunca conheci nenhum cão que fosse um tigre ou um leão!

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