Um
sujeito que foi meu aluno e que julgava respeitar-me, um provinciano que se
perde no tempo, um taberneiro de tinto e jeropiga agora a vender ice tea, também
dado à chalaça e avesso ao progresso, esperou que eu me levantasse da mesa e
fosse ao balcão do seu estabelecimento severamente degradado, para dar um salgado ao meu
CPA na minha ausência, “petisco” que o cão cuspiu mercê de condicionamento anterior.
A atitude do homem, longe de ser louvável ou piedosa, muito pelo contrário, resultou
do medo que ele tem do cão, porque o animal ladra-lhe sempre que o vê e ele tentou
suborná-lo para que ficasse seu amigo. Para cúmulo, este indivíduo sabia o mal
que estava a fazer, porquanto foi meu aluno durante meia dúzia de meses e tinha
plena consciência de que não devia fazê-lo.
Tendo
em vista a salvaguarda da vida do animal e a garantia do seu serviço, após este
descarado acto de cobardia e desonestidade, que é um verdadeiro atentado contra
a vida do cão, a atitude certa só pode ser uma – dono e cão irão procurar outra
esplanada e, com um pouco de sorte, pode ser que encontrem uma mais apelativa e
asseada, com preços mais em conta e gente que não mace o cão, porque doutro
modo… mais vale beber a Coca-Cola em casa!
A
recusa de engodos, no seu sentido mais lado, deve ser ciclicamente reavivada,
para que a persistência de algum pateta, maldoso, mal-intencionado, amigo do
alheio ou vizinho não venha a pôr em risco a vida dos animais, já que o
condicionamento a haver é antinatural e por conseguinte de fácil abandono pelos
cães. Evitar que eles comam comida aparentemente desprezada, a encontrada no
solo e aquela que lhes é oferecida por terceiros, é uma obrigação e prioridade
para donos e treinadores, particularmente endereçada a cães que vivem em
espaços exteriores ou que se destinem à guarda de pessoas e bens. Nunca é
demais relembrar que, a seguir à morte por doença, o envenenamento rivaliza com
os acidentes e os atropelamentos como segunda causa de morte nos cães.
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