segunda-feira, 27 de julho de 2020

QUANDO UM DOS NOSSOS CÃES DESAPARECE

Quando um dos nossos cães desaparece leva consigo uma parte de nós, da nossa vida, dos nossos afectos, do nosso engenho e suor, ainda mais se o ajudámos a crescer, constituímos binómio com ele e juntos alcançámos a cumplicidade necessária à interacção procurada. Sim, quando um cão morre, morre também parte do seu dono, que é sepultada no silêncio, na ausência e no vazio de quem perde um dos seus melhores amigos. Nenhum cão é insubstituível, todos são diferentes, o que torna cada um deles único e inigualável – uma perca ainda maior!
Contudo, quando a dor e o luto derem lugar às memórias felizes, veremos finalmente que essa perca não foi irreparável, que ainda poderemos recriar momentos igualmente únicos e radiantes, plenos de cumplicidade e afecto com um novo cão, experimentar com ele novas sensações e aventuras, até porque o mundo é dos vivos, não estamos cá para desistir e ainda temos muito para dar, trilhar e aprender. E, de um momento para o outro, libertos da pesada névoa do desgosto, repararemos então que à nossa volta, como se sempre estivessem ali, há milhares de cães que esperam por nós e neles encontraremos o nosso. Quem tem amor para dar não se fica pelo que deu, está sempre pronto a amar. Assim, a melhor maneira de honrar um cão desaparecido e superar o desgosto é procurar outro para preencher o seu lugar.

Sem comentários:

Enviar um comentário