Quando
um dos nossos cães desaparece leva consigo uma parte de nós, da nossa vida, dos
nossos afectos, do nosso engenho e suor, ainda mais se o ajudámos a crescer,
constituímos binómio com ele e juntos alcançámos a cumplicidade necessária à
interacção procurada. Sim, quando um cão morre, morre também parte do seu dono,
que é sepultada no silêncio, na ausência e no vazio de quem perde um dos seus melhores
amigos. Nenhum cão é insubstituível, todos são diferentes, o que torna cada um
deles único e inigualável – uma perca ainda maior!
Contudo,
quando a dor e o luto derem lugar às memórias felizes, veremos finalmente que
essa perca não foi irreparável, que ainda poderemos recriar momentos igualmente
únicos e radiantes, plenos de cumplicidade e afecto com um novo cão,
experimentar com ele novas sensações e aventuras, até porque o mundo é dos vivos,
não estamos cá para desistir e ainda temos muito para dar, trilhar e aprender.
E, de um momento para o outro, libertos da pesada névoa do desgosto, repararemos
então que à nossa volta, como se sempre estivessem ali, há milhares de cães que
esperam por nós e neles encontraremos o nosso. Quem tem amor para dar não se
fica pelo que deu, está sempre pronto a amar. Assim, a melhor maneira de honrar
um cão desaparecido e superar o desgosto é procurar outro para preencher o seu
lugar.
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