quarta-feira, 29 de julho de 2020

INSANIDADE EM GRAFENEGG

Ontem à noite, no município austríaco de Grafenegg, pertencente ao Distrito de Krems, na Baixa Áustria, um menino de seis anos foi mordido pelo cão da família, um Staffordshire Terrier, que lhe mordeu o rosto e deixou-o gravemente ferido, obrigando-o a ser transportado num helicóptero de emergência para o SMZ Ost-Donauspital em Viena. Segundo fez saber o comando da polícia da Baixa Áustria, a criança pode ter agarrado na comida do cão que se encontrava no jardim e ter sido atacada por causa disso. De acordo com a mesma fonte, o Staffordshire Terrier está "devidamente registado e também há evidências da experiência necessária para manter o cão" (eu duvido desta última parte).
Ao que parece, lá estamos nós mais uma vez a tomar conhecimento dos resultados da trágica associação “cão-comida-garoto”, que sempre acaba, infelizmente, por vitimar as crianças. Os pais devem ensinar os seus filhos a afastar-se do prato da comida dos cães, a não lhes mexer e a não interferir nas suas refeições. Se apesar dos avisos os miúdos persistirem em fazê-lo, por irresponsabilidade ou teimosia, os pais terão de arranjar maneira de deixar os cães comer em paz (têm esse direito). Por outro lado, quando toda a família se encontra perto do penso diário do cão, os pais não podem perder os filhos de vista, porque o animal pode sentir a sua comida ameaçada e carregar sobre quem pensa querer roubá-la, preferindo invariavelmente as crianças por serem mais fracas, não exercerem sobre ele qualquer tipo de poder e dificilmente aceitarem a sua liderança.
Se o ocorrido em Grafenegg é o que a polícia faz saber, então a negligência dos pais é por demais evidente, o que atenta contra as proclamadas “evidências da experiência necessária para manter o cão”. Mas, se a história for outra, aquela família ainda menos condições terá para manter um animal com aquelas características. Cães sôfregos, porque não usam só os dentes para morder, são animais duplamente perigosos, perigosos para si mesmos porque são facilmente envenenados e perigosos para os demais por defenderem o seu repasto. Cães assim carecem de treino aturado, mas será aconselhável ensiná-los a partir da gula? Nós achamos que não e temos todas as razões para isso.

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