Recebemos duma leitora o seguinte email que transcrevemos na íntegra: “Tenho uma cadelinha com 9 meses
(D.N.:08/02/2015), cruzada de Serra da Estrela (Mãe) com Leão da Rodésia ou
Pastor da Anatólia - não puro (Pai). Apesar de desde pequenina, ter mantido
bons hábitos de higiene - temos um quintal com uma área reservada para o efeito
-, recentemente começou a urinar e defecar no pátio empedrado (zona de passagem
pedonal), e mesmo com "ralhetes" e castigos, tem mantido este
comportamento de há 2 semanas até agora. Como, para não variar, na nossa
estrutura familiar temos um "pai humano" mais rígido" e uma
"mãe humana" mais permissiva, gostaria de perceber se esta alteração
de comportamento poderá ter a ver com a aproximação do primeiro cio, tanto mais
que foi criada com uma macho da mesma ninhada que mantém bons hábitos de
higiene. Procuro uma explicação e uma possível solução (ou pelo menos perceber
se é uma questão fisiológica/hormonal ou de "rebeldia" da idade”.
Cara leitora, pelo enunciado que nos adianta, o problema não tem uma
origem fisiológica ou hormonal, nem resulta de algum tipo de rebeldia etária,
mas ao facto da sua cadela ser asseada. As cadelas são por norma mais “asseadas”
que os cães, que usam a urina e as fezes para marcarem território. Pouco a pouco,
com o passar do tempo, a sua cachorra vai-se tornando adulta e não se agradará
de defecar onde outros já o fizeram. Ter um local próprio para vários cães
satisfazerem as suas necessidades fisiológicas obriga a acérrima higiene, à
retirada imediata dos dejectos, porque doutro modo todos se afastarão dali,
porque nenhum gosta de se atolar neles. A exiguidade do espaço pode contribuir
para a ocorrência do fenómeno e facto dos cães se encontrarem invariavelmente soltos
também, particularmente quando privados de saídas regulares ao exterior. Para
resolver o problema e induzir a cachorra às rotinas higiénicas, convém que a
área destinada a WC seja vedada e tenha no mínimo 16m2, colocando-se nela os
animais logo após a distribuição do penso diário, só os soltando depois de
terem defecado. Pode também circular com a cadela à trela até que ela faça as
necessidades no sítio indicado, recompensando-a pelo acerto. Não obstante, para
eliminar o mau hábito da cachorra defecar onde não deve, duas soluções se
apresentam: ou não apanha as fezes durante vários dias, o que a levará ao repúdio
daquele local ou fará uso das comuns armadilhas de apanhar passarinhos, que ao
menor toque se fecham, surpresa que causa incómodo aos cães sem os magoar e que
os leva a afastarem-se (o uso de lixívia nos locais emporcalhados é capaz de resultar
também como medida dissuasora). De qualquer modo, o que mais importa é colocar
os animais no recinto destinado às suas necessidades logo após terem comido e
só os tirar de lá depois de haverem defecado, rotina que tende à resolução do
problema. E convém que a ponha em prática antes da cadela entrar em cio porque
depois, ao invés de um… terá dois “porcalhões”!
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