domingo, 22 de novembro de 2015

RESPOSTA PARA O PROBLEMA DA EDIÇÃO ANTERIOR

A escolha certa para o problema da edição anterior aponta para o 4º caso: o do cão preto-afogueado homozigótico de linha de trabalho, uma vez que se procura a obtenção de melhores garupas, porque é nesta variedade laboral que se encontram as melhores e mais equilibradas, respeitando a conformação clássica “1-2-1” (28% de espádua, 44% de dorso e 28% de garupa sobre o comprimento entre o externo e o ânus). Apesar de sempre subsistirem na raça cães muito-angulados e angulados, a opção pelos segundos generalizou-se, o que torna impróprios os preto-afogueados de linha estética para este efeito, porque são essencialmente frente em detrimento da traseira. Sobre esta matéria e para comprovação, convém ver os registos fotográficos dos cães das décadas de 20 e 30 do século passado, responsáveis pelos robustos cães dos anos 50 e 60. De qualquer modo, porque os dois tipos de morfologia e angulação sempre se fizeram presentes na raça (as garupas estreitas são próprias dos cães muito angulados), somente nalguns cachorros será visível o beneficiamento procurado, necessitando todos eles de virem a ser beneficiados com parceiros de garupa equilibrada, uns para a fixação desse pormenor morfológico e os outros para o alcançarem, porquanto não são “produto acabado” e só 3 gerações depois verão fixada a melhoria pretendida, que finalmente se estenderá sobre a totalidade da sua descendência.
Pelo que atrás dissemos, o beneficiamento da cadela com um cão preto-afogueado de linha estética seria um autêntico disparate, porque mais contribuiria para o estreitamento da garupa na futura prole. Também o beneficiamento com o cão negro de meia-linha seria de desprezar, por descender da linha estética e a sua variedade cromática, quando pura, não apresentar a robustez necessária, perdendo tamanho e envergadura ao longo das gerações por ser precoce. É sabido que os bons negros resultam de beneficiamentos com outros de cor diferente e com uma curva de crescimento mais longa. Historicamente costumam cruzá-los com os lobeiros, o que do ponto de vista funcional se tem revelado óptimo mas que morfologicamente os condena, sendo geralmente pernaltos (com muita altura e pouca envergadura ou baixos com excesso de comprimento). O beneficiamento negro-preto-afogueado é o que melhor serve a ambas as variedades, desde que o segundo possua a robustez necessária, o que cada vez é mais raro. Beneficiar a cadela com um lobeiro grande mais aumentaria a disparidade entre a espádua e a garupa, o que seria um grave retrocesso. A variedade red sable é uma versão optimizada, se assim se puder chamar, dos ancestrais lobeiros, que resultou da contribuição destes, do negro e de cães de linha estética, sendo por isso um cão a evitar para este propósito, por não se saber ao certo o que transmitirá, se a robustez doutrora ou a perca ponderal actual, se perpetuará a proto-selecção lobeira ou transmitirá as características dos cães de linha estética. Em qualquer dos casos, morfologicamente falando, não seria o cão indicado para beneficiar aquela cadela.

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