quinta-feira, 19 de março de 2015

O SIMBA E A CADELA QUE ME FUGIU

A trágica história do Simba, um Leão da Rodésia que foi morto a tiros de caçadeira na aldeia de Monsanto, Sábado dia 7 do corrente mês, ao que tudo indica por um vizinho, comoveu as pessoas que neste País gostam de animais e não prescindem da sua companhia, que ainda mais se sensibilizaram e revoltaram pela descrição da notícia que o dono pôs a circular na Internet, relato sentido de quem não se conforma com o assassinato do seu fiel amigo. Desconhecem-se as razões por detrás da eliminação do cão, que possivelmente serviu de bode expiatório a algum agravo ou contenda, já que o animal era manso e não alimentava qualquer animosidade contra ninguém. É evidente que nada podemos fazer pelo Simba mas podemos evitar, mediante denúncia, protesto e pressão, que outros cães venham a ser barbaramente abatidos, por “dá cá aquela palha” ou coisa nenhuma, como se a sua vida não tivesse qualquer valor e não nos coubesse preservá-la. Queremos daqui estender a nossa solidariedade ao José e à Andreia, certos que encontrarão no consolo mútuo forças para ultrapassar o desgosto e recuperar a felicidade, muito embora jamais possam esquecer o Simba, considerando a sua individualidade, lealdade, cumplicidade, curta existência e fatídico fim.
O dia de hoje, 19 de Março, “Dia do Pai” pró Mundo e de “S. José” para os católicos, é uma data que jamais o esquecerei, apesar de raramente me lembrar dos dias de aniversário das pessoas que me são gratas ou das que tenho obrigação de assinalar. E não me esqueço por causa de uma cadela podenga que andava a trabalhar, na altura a dar os primeiros passos na condução em liberdade, objectivo menos fácil de alcançar entre podengos, por serem primitivos e de forte instinto caçador. Íamos muito bem por um eucaliptal quando, junto a um silvado numa encosta, ela rompe por ali adentro como se tivesse pressentido um ou mais coelhos. Na ânsia de a apanhar, acabei por me desequilibrar, indo parar 5 metros mais abaixo, a sangrar, combalido e quase sem me poder mexer, embrenhado nos espinhos e a lamentar a minha sorte, sem coelhos à vista e a dizer para mim mesmo “quem te manda ser teimoso e querer ser o pai dos cães!”. Passei o resto do dia à procura da cadela, vindo a encontrá-la ao cair da noite, junto a um cão acorrentado com o qual disputava a comida, feliz da vida e indiferente aos meus dramas. Ainda bem que não fugiu para a estrada e não foi atropelada. Nunca mais a soltei no exterior e sempre a mantive debaixo de olho, no intuito de evitar que corresse perigos desnecessários ou que os causasse. Com cães todo o cuidado é pouco, porque vivem rodeados de perigos e de gente que não gosta deles, capaz de lhes fazer mal na impossibilidade de o fazerem a nós. Terá sido este o caso do Simba? Não sabemos, muito embora a covardia de tudo seja capaz!

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