Brada aos
céus o número de pessoas que são rebocadas pelos seus cães diariamente, apesar
de nunca ter havido tanta informação sobre eles como agora. Se uns levam os
donos a reboque, outros há que os obrigam a andar aos trambolhões, não sendo
por isso de estranhar, que esta seja a primeira razão para a procura das
escolas caninas. Pegar numa trela tem regras e exige sensibilidade, é algo para
além dos instintos e que não dispensa a concentração necessária.
Primeiro há que
aprender qual o local exacto para pegar na trela, indicação que nos é dada pelo
nosso braço completamente solto e com o cão ao nosso lado, onde chegar a mão,
aí estará o sítio certo. A trela carece de ser agarrada com o polegar para cima
e não nunca deverá funcionar tensa ou em constante tensão. Quando se inicia a
condução à trela de um cão, é de todo conveniente ceder um palmo de trela em
relação ao sítio atrás indicado, para que o animal não circule em constante
asfixia e justificadamente lute para se soltar.
A mão do condutor deve
ir solta, para constatar dos adiantamentos e recuos do cão em relação à sua
pessoa e as correcções a haver deverão ser feitas, não para trás ou para fora,
mas sempre para o lado direito, porque doutro modo estaremos a instigar o cão
para que nos puxe. Num primeiro momento cedemos a trela e depois operamos o
ajustamento para o lado que atrás indicámos. Convém associar às correcções um
comando inibitório, para que o animal compreenda o que pretendemos dele e mais
rapidamente entenda qual o seu lugar na progressão alinhada.
A cada passada do
condutor, a mão de condução deve segurar a trela unicamente com os dedos
indicador, médio e anelar, mantendo abertos sobre a trela os restantes dedos,
para se executar o ajustamento desejável pela rotação do pulso, que deverá
acontecer de baixo para cima, do mindinho para o polegar, trabalho que
futuramente levará o cão a deixar de se pendurar na trela.
As
dificuldades na condução à trela ou resultam do atrelamento tardio e
atabalhoado dos cães ou do despreparo dos condutores, que ao invés de
circularem descontraídos, transmitem indesejável tensão aos animais. Podem
também resultar, e muitas vezes resultam, da ausência de passeios diários ou da
sua irregularidade, falhas que atentam ainda contra a sociabilização dos cães.
A altura ideal para se colocar uma trela num cachorro é aos 2 meses de idade,
quando o filhote insiste em não nos largar e nos obriga a nele tropeçar.
Conduzir cães é uma arte que carece de aprimoramento, o que implica em dizer
que os donos também necessitam de instrução. Quando se pega na trela de um cão
alheio, logo se sabe muito sobre o seu dono ou condutor, se é dado à minúcia ou
ao improviso, se é calmo ou por demais nervoso, concentrado ou distraído,
porque a actuação do animal espelha as menos ou mais-valias de quem o conduz
habitualmente. Ceda trela e opere as correcções, evite estrangular o seu cão e
recompense os seus acertos, pois breve andará ao seu lado sem você dar por isso,
leve que nem uma pena!
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