Naturalmente não gostávamos de falar sobre os nossos fracassos e os mais sensíveis nem querem tomar conhecimento dos alheios, quiçá temendo o desnudo dos seus ou receando o seu improvável contágio, porque ninguém se quer identificar com quem perde e com facilidade se identifica com os vencedores, ainda que na maioria dos casos essa identificação seja subjectiva, mercê da auto-estima individual e por força da esperança que nos leva adiante. A capacidade objectiva de levar de vencida os erros é aquilo que difere os homens, a qualidade do seu trabalho, o cumprimento dos seus propósitos e a sua utilidade para os outros. E nesta latitude - “terras de Espanha e areias de Portugal”, o erro individual procura responsabilidades colectivas e o fracasso sempre encontra razões alheias, conjunturais ou metafísicas que podem passar também pela predestinação. O português em Portugal é um sorvedor de milagres que só veste o fato de macaco quando daqui sai, na clara ilusão entre o esperar pela morte e o lutar pela vida, alcançando assim notoriedade entre os demais. Será que a necessidade aguça o engenho?
O comum condutor de cães que se faz presente nas escolas caninas sofre da mesma insuficiência, transportando para dentro dos centros de treino igual falta de ambição, desapego aos procedimentos e uma assaz notória falta de pontualidade, ferida exposta na nossa sociedade em geral e de difícil cicatrização, actuando como um mau funcionário público que apenas justifica o salário pela sua presença (ainda que atrasada). É evidente que o adestramento é uma actividade lúdica e um espaço para a evasão, um local privilegiado para a libertação do stress e para o retorno à liberdade virginal reforçada pelo ancestral contacto com os animais. Mas não é e não pode ser só isso, porque os cães têm a vida curta e não podem sobreviver em desacordo com a Lei, acabando estoirados diante da ausência de método que obsta a qualquer estímulo e opera o seu desinteresse. A inexistência de progresso no ensino choca com a competitividade canina, induzindo os cães à saturação e à diminuição dos seus índices de assimilação e prontidão. O treino não pode e não deve constituir-se numa ocasião para o seu castigo, mas uma ocasião soberana, por vezes única, para a sua salvaguarda, parceria e alegria. E quando o treino não produz, à imagem do que se atribui por todo o lado, a culpa é alheia e recai injustamente sobre o cão.
Vamos dispensar a função terapêutica canina? Certamente que não! Porque ainda que a maioria dos condutores não dê por isso, é ela que os leva a procurar-nos, alcançando através dela o seu equilíbrio e uma melhor sintonia com a sociedade. A aquisição de um cão encontra-se muitas vezes ligada a um incontido sonho juvenil e alguns homens voltam a comportar-se como crianças traquinas, perdidas num recreio onde os seus companheiros desperdiçam vida, actuando como teenaggers, que se comportam como infantes e querem ser trados como adultos. Tal não será uma manifestação crua e inequívoca de especicismo? Que nos perdoem os cães! Estar na Escola implica na procura de metas e no alcance de objectivos, na melhoria gradual da comunicação recíproca entre homens e cães e tudo isto é cruel diante da omissão da salvaguarda canina.
A distância entre o insucesso e o sucesso escolar é mínima e muitos não o alcançam por “uma unha negra”, a mesma que os separa da concretização doutros objectivos, cujo alcance os tornaria mais confiantes e realizados. Há que aproveitar a nossa ajuda e empenho, usufruir da nossa experiência e acompanhamento, ousar sair da mediocridade ou mediania e optar pela realização pessoal, obra também só possível pela extrema disponibilidade e maleabilidade presente nos cães. No treino canino o condutor tem tudo para vencer, para sair um vencedor, porque não está só e ao seu redor todos apostam no seu sucesso. O aproveitamento insuficiente ou parcial do ensino ministrado pode levar ao encurtamento dos dias dos cães, comprometer o seu bem-estar e desprezar as suas mais-valias, sentenças que à partida ninguém quer e que sobre muitos infelizmente recairão. Não estamos cá para causar vítimas, apostamos na vida e procuramos a felicidade.
O comum condutor de cães que se faz presente nas escolas caninas sofre da mesma insuficiência, transportando para dentro dos centros de treino igual falta de ambição, desapego aos procedimentos e uma assaz notória falta de pontualidade, ferida exposta na nossa sociedade em geral e de difícil cicatrização, actuando como um mau funcionário público que apenas justifica o salário pela sua presença (ainda que atrasada). É evidente que o adestramento é uma actividade lúdica e um espaço para a evasão, um local privilegiado para a libertação do stress e para o retorno à liberdade virginal reforçada pelo ancestral contacto com os animais. Mas não é e não pode ser só isso, porque os cães têm a vida curta e não podem sobreviver em desacordo com a Lei, acabando estoirados diante da ausência de método que obsta a qualquer estímulo e opera o seu desinteresse. A inexistência de progresso no ensino choca com a competitividade canina, induzindo os cães à saturação e à diminuição dos seus índices de assimilação e prontidão. O treino não pode e não deve constituir-se numa ocasião para o seu castigo, mas uma ocasião soberana, por vezes única, para a sua salvaguarda, parceria e alegria. E quando o treino não produz, à imagem do que se atribui por todo o lado, a culpa é alheia e recai injustamente sobre o cão.
Vamos dispensar a função terapêutica canina? Certamente que não! Porque ainda que a maioria dos condutores não dê por isso, é ela que os leva a procurar-nos, alcançando através dela o seu equilíbrio e uma melhor sintonia com a sociedade. A aquisição de um cão encontra-se muitas vezes ligada a um incontido sonho juvenil e alguns homens voltam a comportar-se como crianças traquinas, perdidas num recreio onde os seus companheiros desperdiçam vida, actuando como teenaggers, que se comportam como infantes e querem ser trados como adultos. Tal não será uma manifestação crua e inequívoca de especicismo? Que nos perdoem os cães! Estar na Escola implica na procura de metas e no alcance de objectivos, na melhoria gradual da comunicação recíproca entre homens e cães e tudo isto é cruel diante da omissão da salvaguarda canina.
A distância entre o insucesso e o sucesso escolar é mínima e muitos não o alcançam por “uma unha negra”, a mesma que os separa da concretização doutros objectivos, cujo alcance os tornaria mais confiantes e realizados. Há que aproveitar a nossa ajuda e empenho, usufruir da nossa experiência e acompanhamento, ousar sair da mediocridade ou mediania e optar pela realização pessoal, obra também só possível pela extrema disponibilidade e maleabilidade presente nos cães. No treino canino o condutor tem tudo para vencer, para sair um vencedor, porque não está só e ao seu redor todos apostam no seu sucesso. O aproveitamento insuficiente ou parcial do ensino ministrado pode levar ao encurtamento dos dias dos cães, comprometer o seu bem-estar e desprezar as suas mais-valias, sentenças que à partida ninguém quer e que sobre muitos infelizmente recairão. Não estamos cá para causar vítimas, apostamos na vida e procuramos a felicidade.
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