quinta-feira, 24 de junho de 2010

Disciplina, unidade & excursão

Agora não se fala de outra coisa, o Mundial de Futebol anda nas bocas do mundo e diariamente somos informados sobre todos os detalhes da formação nacional, como se não houvesse outras prioridades e não importasse resolver os graves problemas que afligem o País. A jogada não é inocente e resulta de uma antiga receita romana, atendendo às semelhanças entre as arenas e os estádios de futebol e entre os gladiadores do passado e os actuais futebolistas. O luso-brasileiro Deco está na berra, porque contestou as opções técnicas do seleccionador nacional (apesar de já se haver retratado), tem-se mostrado arredado do espírito de grupo, não canta o Hino Nacional e também por que é preciso encontrar um bode expiatório, caso a selecção seja mal sucedida, porque a culpa nunca é nossa e sempre somos vítimas dos que vêm de fora! Se a coisa der para o torto, o cidadão Anderson Luís de Souza acabará vituperado em praça pública e transitará de “mágico” para besta. Para além do aproveitamento da situação, importa destacar a ausência de unidade visível nesta equipa de “navegadores”, porque é praga que não queremos entre nós.

Quando saímos em excursão e levamos os nossos cães connosco, vamos alicerçados na disciplina que garante a unidade de propósitos do grupo, alcançando dessa maneira os benefícios oferecidos pelos diferentes ecossistemas, já que o sedentarismo castra a curiosidade canina, condiciona o enriquecimento do seu quadro experimental e pode causar entraves à sua adaptação. As vantagens para os condutores são mais ou menos as mesmas, muito embora visem uma maior capacitação da liderança pela novidade dos desafios. Manter a disciplina em campo aberto não é fácil, especialmente diante de algum contratempo e face a dificuldades inesperadas. No entanto, os objectivos só serão alcançados pelo concurso da disciplina de grupo que satisfaz o bom andamento dos trabalhos. A unidade dela advinda e da comunhão de propósitos, aumenta a responsabilidade de cada indivíduo e destaca o seu papel dentro do colectivo, reclamando dele maior disponibilidade. Quando saímos da Escola levamos a sua bandeira connosco, mesmo que ela tenha ficado no escritório do Centro, porque importa conservar o seu bom-nome e estender as suas mais-valias. O bom aluno é depurado pelo vencer das dificuldades, trabalha para a unidade e apresenta-se sempre pronto a servir, porque sabe que não está só e que pode contar com os outros, funcionando como estímulo e recebendo do grupo igual alento.

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