Há quem goste de ver os outros em maus lençóis, mas não é esse o nosso caso, porque só podemos com o mal dos outros quando ele não nos atinge, o que é difícil em Portugal onde tropeçamos uns nos outros e somos vítimas do mesmo fado. Apesar do Muro de Berlim já ter caído e ter cessado a guerra-fria, continuamos historicamente por cá a defender o sectarismo, o que nos parece uma manifestação de tribalismo exacerbada e uma opção pouco inteligente. Daqui aconselhamos todos os canicultores a optarem por fazer ninhadas no final do Verão e não no início da Primavera, porque é mais fácil encontrar clientes no Natal do que na época estival, a menos que as reservas justifiquem o empreendimento. Vender cães no Verão é vendê-los ao desbarato, porque a oferta é maior que a procura e acabam por ser vendidos a preços irrisórios, contribuindo dessa maneira para o descrédito de todos os criadores e para a sua penúria. Como as cadelas têm dois cios anuais, importa escolher qual deles aproveitar, porque o tempo das vacas gordas há muito que acabou, levando consigo a especulação que valeu a alguns e dos quais hoje não temos memória. Uma das formas mais eficazes para combater o abandono dos cães é a de optar pelas ninhadas planeadas, já que o mercado dos cães em Portugal se encontra saturado. Se a maior fatia da actual crise económica irá ser paga pela classe média, a mesma que procura e mantém os cães, então a sua venda encontra-se seriamente comprometida. Alertamos para que a fartura não aumente a miséria já existente.
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