Hoje,
quando nada o indicava face ao calor anunciado e que não veio a verificar-se,
quiçá por conta das poeiras vindas do Sáara, entre outros exercícios,
procedemos ao ensino da locomoção sobre linhas, o que muito espantou aqueles
que nos observavam e que se questionavam acerca do propósito daquilo que
estávamos a fazer, espanto que julgo estender-se a muita gente ligada à actual
cinotecnia. Esta locomoção sobre linhas (carris) tanto pode acontecer junto ao
solo como fazer parte do módulo central de uma passerelle, que por causa deste
particular não deverá elevar-se do solo a mais de 150 cm. Este modo de
locomoção, que carece de aturado condicionamento por não ser da preferência de
todos os cães, sendo inclusive antinatural para alguns, acaba por devolve-lhes
o “passo de andadura”, andamento típico dos cães de aponte que devem
aproximar-se da caça sem serem ouvidos. Esta locomoção aponta para 3
propósitos, a saber: 1 _ Ajudar na recuperação e correcção dos aprumos caninos
(dianteiros e traseiros) dotando-os assim de maior mobilidade e força (óptimo
para combater o jarrete de vaca); 2 _ Facultar a abordagem silenciosa e segura
dos cães de guarda e 3 _ Como capacitação para os cães de salvamento, obrigados
nos seus percursos a diferentes equilíbrios sobre as mais variadas plataformas.
O accionamento deste modo de locomoção pode acontecer do mesmo modo que os restantes comandos, podendo ser despoletado com êxito por um comando verbal, gestual ou sonoro, muito embora face a díspares circunstâncias deva ser instalado dos 3 modos. O seu ensino deverá iniciar-se à trela e poderá obrigar os condutores a mover as patas dos seus parceiros caninos, que necessitarão de assimilar o novo andamento e o seu consequente equilíbrio. Por outro lado, a instalação deste andamento quantifica e qualifica o grau de obediência de um cão e a qualidade do seu mestre. Hoje, apenas duas cadelas conseguiram assimilar este modo de locomoção especial: a CPA Luna e a SRD Keila.
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