Apesar
de poucos, bastava um para ficarmos preocupados, todos os anos morrem cães por
afogamento em Portugal e mais morrerão enquanto houver poços destapados e encobertos
pela vegetação, assim como donos que trazem os seus cães soltos para ambientes
aquáticos sem se certificar previamente se animais sabem nadar ou se é seguro fazê-lo,
tolices que não precisamos de importar e que são também visíveis além-fronteiras,
como a sucedida na cidade alemã de Hamburg no Öjendorfer Park (Öjendorf), ontem
à tarde, domingo, onde um Labrador a nadar num lago perdeu a força e correu
risco de vida, obrigando a sua dona em pânico a atirar-se à água para o salvar,
colocando-se ela também em apuros, conforme informou um porta-voz dos bombeiros
locais que disse ainda que a operação de resgate de ambos aconteceu por volta
das 16h00. Os bombeiros foram alertados para o incidente por transeuntes e
segundo informações iniciais, o cão jogou-se à água e teria nadado para bem
longe, acabando por cansar-se e perder as forças. Os bombeiros resgataram a dona
da água, senhora que sofreu hipotermia e que acabou socorrida pelos
paramédicos. O cão foi levado de barco para a costa e ambos voltaram pouco
tempo depois a casa, sãos e ilesos.
Ao
contrário do que muita gente pensa, nem todos os cães sabem nadar, nem mesmo entre
aqueles a quem historicamente são atribuídas façanhas ou parcerias em meios
aquáticos, pelo que importa ensinar todos os cães a nadar correctamente e
prepará-los para o exercício natatório, que só deixará de
ser extenuante, desagradável e inseguro, quando os animais vencerem finalmente
o stress e se deslocarem na água com o mesmo à vontade como o fazem em terra
firme, adaptação que não acontece de um momento para o outro. Para que um cão
não se estoire precocemente e aprenda a nadar correctamente, é preciso que
aprenda a usar anteriores e posteriores em simultâneo debaixo da linha de água,
servindo-se da cauda como leme. Para que isso aconteça é necessário irmos para
dentro de água com ele e com a ajuda da trela avançarmos na sua frente,
puxando-o para diante para que não possa levantar os seus membros anteriores e
aprenda a usá-los debaixo de água. Depois dos animais aprenderem a nadar
correctamente e se sentirem cómodos dentro de água e de nela acompanharem os
seus donos para toda a parte, é altura de convidá-los a transportar objectos e
de irem buscá-los para onde forem jogados. Normalmente servimo-nos inicialmente
da foz de alguns rios ou de pequenas baías marinhas para estes trabalhos. E,
quando assim acontece, o utilidade dos cães aumenta e poderão vir a abraçar
outras especialidades ao seu alcance.
No intuito evitar várias lesões
(temporárias ou permanentes) que tanto poderão colocar a saúde como a vida dos
animais em risco, por melhor que saibam nadar, os cães só deverão ir para dentro de água quando a sua
temperatura for igual ou superior aos 15º celsius, particularmente quando são
apenas nadadores esporádicos. Cães experimentados no
salvamento dentro de água poderão trabalhar em temperaturas abaixo da atrás
indicada e em situações adversas, como sucede com os cães usados pelas guardas
costeiras de alguns países, que usam cães maiores e melhor adaptados para a
dureza e risco deste exigente trabalho. Como se depreende, escola canina que
não se preocupa em ensinar os seus cães a nadar, para além de não estar a
prepará-los correctamente, está a fazer das suas vidas uma verdadeira “roleta
russa”. E o que dizer daqueles donos que soltam os seus cães em ambientes
aquáticos sem primeiro saber se os animais sabem nadar ou não? Até para se
ser cão é preciso ter sorte!
PS:Os cachorros podem iniciar a aprendizagem da natação logo na “idade da cópia”, aos 4 meses de idade.
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