segunda-feira, 2 de maio de 2022

ENSINE O SEU CÃO A NADAR ENQUANTO É TEMPO

 

Apesar de poucos, bastava um para ficarmos preocupados, todos os anos morrem cães por afogamento em Portugal e mais morrerão enquanto houver poços destapados e encobertos pela vegetação, assim como donos que trazem os seus cães soltos para ambientes aquáticos sem se certificar previamente se animais sabem nadar ou se é seguro fazê-lo, tolices que não precisamos de importar e que são também visíveis além-fronteiras, como a sucedida na cidade alemã de Hamburg no Öjendorfer Park (Öjendorf), ontem à tarde, domingo, onde um Labrador a nadar num lago perdeu a força e correu risco de vida, obrigando a sua dona em pânico a atirar-se à água para o salvar, colocando-se ela também em apuros, conforme informou um porta-voz dos bombeiros locais que disse ainda que a operação de resgate de ambos aconteceu por volta das 16h00. Os bombeiros foram alertados para o incidente por transeuntes e segundo informações iniciais, o cão jogou-se à água e teria nadado para bem longe, acabando por cansar-se e perder as forças. Os bombeiros resgataram a dona da água, senhora que sofreu hipotermia e que acabou socorrida pelos paramédicos. O cão foi levado de barco para a costa e ambos voltaram pouco tempo depois a casa, sãos e ilesos.

Ao contrário do que muita gente pensa, nem todos os cães sabem nadar, nem mesmo entre aqueles a quem historicamente são atribuídas façanhas ou parcerias em meios aquáticos, pelo que importa ensinar todos os cães a nadar correctamente e prepará-los para o exercício natatório, que só deixará de ser extenuante, desagradável e inseguro, quando os animais vencerem finalmente o stress e se deslocarem na água com o mesmo à vontade como o fazem em terra firme, adaptação que não acontece de um momento para o outro. Para que um cão não se estoire precocemente e aprenda a nadar correctamente, é preciso que aprenda a usar anteriores e posteriores em simultâneo debaixo da linha de água, servindo-se da cauda como leme. Para que isso aconteça é necessário irmos para dentro de água com ele e com a ajuda da trela avançarmos na sua frente, puxando-o para diante para que não possa levantar os seus membros anteriores e aprenda a usá-los debaixo de água. Depois dos animais aprenderem a nadar correctamente e se sentirem cómodos dentro de água e de nela acompanharem os seus donos para toda a parte, é altura de convidá-los a transportar objectos e de irem buscá-los para onde forem jogados. Normalmente servimo-nos inicialmente da foz de alguns rios ou de pequenas baías marinhas para estes trabalhos. E, quando assim acontece, o utilidade dos cães aumenta e poderão vir a abraçar outras especialidades ao seu alcance.

No intuito evitar várias lesões (temporárias ou permanentes) que tanto poderão colocar a saúde como a vida dos animais em risco, por melhor que saibam nadar, os cães só deverão ir para dentro de água quando a sua temperatura for igual ou superior aos 15º celsius, particularmente quando são apenas nadadores esporádicos. Cães experimentados no salvamento dentro de água poderão trabalhar em temperaturas abaixo da atrás indicada e em situações adversas, como sucede com os cães usados pelas guardas costeiras de alguns países, que usam cães maiores e melhor adaptados para a dureza e risco deste exigente trabalho. Como se depreende, escola canina que não se preocupa em ensinar os seus cães a nadar, para além de não estar a prepará-los correctamente, está a fazer das suas vidas uma verdadeira “roleta russa”. E o que dizer daqueles donos que soltam os seus cães em ambientes aquáticos sem primeiro saber se os animais sabem nadar ou não? Até para se ser cão é preciso ter sorte!

PS:Os cachorros podem iniciar a aprendizagem da natação logo na “idade da cópia”, aos 4 meses de idade.

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