Ao
ler a notícia sobre a história da Leya lembrei-me imediatamente de uma parecida
que já relatei no capítulo dos “Cães dos Saloios”, a relativa ao “Purdido”, Podengo
que foi levado dentro de uma saca fechada para o Alentejo e que passado algumas
semanas apareceu à porta do dono numa aldeia do Concelho de Mafra. A Leya que
vou dar a conhecer hoje é uma cadela SRD, de quem desconheço a idade mas que me
parece já ter uns aninhos (na foto abaixo) e que fugiu ao seu dono em
Neunkirchen-Seelscheid, perto da cidade alemã de Köln no dia 15 de fevereiro e que
passados 3 meses regressou a casa, sendo descoberta por um caminhante em
Finkenwerder, distrito de Hamburg, depois de ter percorrido por modo próprio
600 km. A organização de procura de animais “Rhein-Sieg/Oberberg” informou
sobre a estranha fuga desta cadela na sua página do Facebook e o jornal “Bild”
também se debruçou sobre o caso na terça-feira. A Leya pôde ser localizada
repetidas vezes pelo seu dono durante a sua odisseia pela Alemanha, mas nunca
consentiu que alguém a agarrasse. O Bild, tablóide alemão fundado por Alex
Springer com sede em Berlin, noticia que a cadela foi primeiro localizada na
sua “excursão de primavera” em Ruppichteroth, depois em Olpe e depois em Goslar
(Niedersachsen), chegando finalmente à cidade hanseática, onde um
caminhante conseguiu capturá-la e a polícia levou-a debaixo de custódia.
No início desta semana a Leya retornou a casa, ao estado federal de North Rhine-Westphalia. Desconhece-se como sobreviveu aos 3 meses de caminhada, segredo que permanecerá com ela para sempre. De acordo com a organização de protecção animal “Tasso”, Leya está longe de ser um caso isolado: no ano passado, 113.000 animais registados nesta associação foram dados como desaparecidos. Os gatos fogem com mais frequência do que os cães: em 2021, 82.000 gatos puseram-se em fuga contra apenas 31.000. Infelizmente nem todos voltaram para casa: 19.000 gatos e 2.000 dos cães foram dados como desaparecidos (perdidos). Convém dizer que 10 milhões de animais estão actualmente registados na associação Tasso. Para que não ande em constante sobressalto e não sofra o que sofreu o dono da Leya, ensine o seu cão a voltar para si sempre que o chama, ensine-lhe os vários caminhos que levam à sua casa e ensine-o a encontrar a sede da polícia mais próxima do seu lar, porque nem todos os cães conseguem retornar a casa, ainda que o desejem, acabando alguns atropelados, electrocutados, feridos, amputados e até mortos. Faça da coabitação com o seu cão uma experiência feliz – salve-lhe a vida!
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