terça-feira, 3 de maio de 2022

APONTOU-LHE UMA PISTOLA À CARA

 

Amigos meus exegetas, confiantes em milenares profecias e observadores dos sinais dos tempos não têm dúvidas – o fim do mundo aproxima-se – e aparentemente parecem ter razão, considerando os conflitos existentes por toda a parte, as alterações climáticas e a violência que grassa nas famílias e nas nossas sociedades. Para lá do bem-estar, da terapia e da ajuda que os cães nos prestam, eles são agora também causa de muita discórdia e de um sem número de atritos de consequências inimagináveis. Um dos apelos mais veementemente repetidos nesta plataforma tem sido o de aconselhar os donos dos cães a circular com eles à trela na via pública, sabendo de antemão os perigos que os animais correm, os acidentes que podem causar e as acesas discussões que podem gerar, como aquela que vou agora narrar, ocorrida no passado domingo, simultaneamente este ano “Dia do Trabalhador” e “Dia da Mãe”, na cidade alemã de Mainz, capital do estado federal de Rheinland-Pfalz.

O incidente ocorreu, segundo avançou a polícia local, por volta das 22h25, quando um cavalheiro de 58 anos passeava com o seu cão solto numa zona verde no cruzamento da Weisenauer Weg com a Alte Mainzer Straße. Ao ver outro cão que se aproximava, o cão do cinquentenário ladrou-lhe, obrigando o seu dono a agarrá-lo pela coleira. O dono do cão recém-chegado não gostou daquela recepção e lentamente puxou uma pistola preta que trazia à cintura e apontou-a à cara do proprietário canino de 58 anos, ameaçando-o de seguida. Felizmente não passou das ameaças e retirou-se na direcção de Vogelsbergstrasse, deixando em estado de choque o seu opositor, que se calcula deverá ter temido o pior. A polícia está agora a tentar identificar aquele dono munido de arma de fogo, cuja descrição aponta para um homem entre os 45 e 55 anos, com cerca de 175 cm de altura e com uma tatuagem na barriga da perna, que vestia na altura um blusão preto, calções pretos e um boné de basebol também preto, fazendo-se acompanhar por um Pastor Alemão igualmente preto.

Como a violência nos nossos dias parece pairar no ar e qualquer coisa, por mais insignificante que seja, lhe serve de rastilho, somos obrigados a proteger-nos e a proteger os nossos cães, evitando conflitos desnecessários de imprevisíveis consequências. Em Mainz não houve tiros, mas infelizmente virão a ecoar noutro lugar e por razões igualmente fúteis. Lembro aqui que a lei obriga à condução atrelada dos cães na via pública e que ela não só protege as pessoas, mas também os próprios animais, tanto do seu despreparo como da maldade humana. 

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