Perante a seca
das carteiras e dos bolsos vazios (ainda há dias me roubaram pela segunda vez o
saco do pão que se encontrava pendurado à porta da rua), homens e cães tentam
sobreviver para além da presente crise económica, preparando-se para piores
dias a quem alguém chamou de “refundação”. A revivescência é uma qualidade
encontrada nalgumas plantas que, parecendo mortas, reverdescem em apenas algumas
horas depois de anos de seca em zonas áridas, havendo quem veja nelas a solução
para a fome da humanidade. Os portugueses e os seus cães parecem seguir o
exemplo dessas plantas, porque o consumo reduziu, a barriga anda mal
aconchegada e o que importa é enganar a fome. Melhor sorte não têm tido os
cães, porque viram reduzidos para menos de metade os indices de proteína e de
gordura do seu penso diário. Esta hibernação forçada, tornada pela esperança em
revivescência, tem sido o antídoto utilizado para atravessar a escassez que por
aqui grassa. Será que o aforismo “não há bem
que não se acabe nem mal que sempre dure” tem alguma verdade? Os
revivescentes, na sua secura, aguardam ainda por dias melhores!
terça-feira, 30 de outubro de 2012
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