Exigir
dos cães caçadores outro tipo de parceria nunca foi uma tarefa fácil, ainda que
lancemos mão do reforço positivo, procedamos à constante troca de alvos (presas)
e abusemos da recompensa. No caso dos galgos o problema agrava-se ainda mais,
porque caçam à vista, são naturalmente taciturnos e carecem de grande incentivo
para novas motivações, já que detestam correr sem lebre à frente. Criar um
galgo sem o recurso aos brinquedos (espólio) é no mínimo absurdo, porque ele
vive para a perseguição e nisso reside a sua satisfação. Recentemente recebemos
nas nossas fileiras um Whippet que foi objecto desse desrespeito, um animal
quase mórbido a quem foi proibido ter qualquer tipo de brinquedo, porque a
matriarca da família assim o entendeu em abono da limpeza, boa ordem e arrumo
da casa. Não nos sobrando outro remédio perante a tristeza do animal, temos
optado por brincar com ele nas aulas, valendo-nos para isso dos peluches que
ele nunca teve e que hoje tanto adora. Graças à brincadeira, já anda alinhado
pela dona em liberdade, desfilando garboso e convicto do seu papel como cão
oriundo da transumância.
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
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