terça-feira, 30 de outubro de 2012

HIERARQUIA E MATURIDADE SEXUAL


Apesar dos cães crescerem mais rápido que os homens, alguns donos teimam em vê-los cachorrinhos por mais tempo, o que poderá no futuro acarretar-lhes graves dissabores ou amargos de boca. Quando em matilha e sem interferência humana, os cachorros de quatro meses começam a seguir os cães adultos para todo o lado e irão aprender com eles tudo o que lhes é necessário: a achar pistas, a caçar, a identificar perigos e inimigos e a respeitar a hierarquia. A consolidação do viver social canino irá acontecer por volta dos seis meses de idade, um pouco antes da maturidade sexual dos infantes, quando se torna imperativo respeitar a liderança e as regras por ela estabelecidas para evitar o desmembramento da matilha. Exactamente por esta razão, aceitamos os cachorros na “idade da cópia”, seguindo o Método da Precocidade preconizado por Trumler e usamo-lo também para aumentar a capacidade de aprendizagem dos cachorros e operar a possível correcção morfológica a partir da plasticidade presente nesse ciclo infantil (física, psicológica e cognitiva dos 4 aos 6 meses).
A ausência de uma autêntica liderança humana antes da maturidade sexual dos cachorros pode dificultar o adestramento, a sociabilização e a aceitação de regras, assim como induzir a métodos ou meios mais coercivos para o alcance da procurada harmonia binomial, coisa que à partida ninguém deseja. Assim, o estabelecimento da hierarquia que edifica a liderança e alcança o controlo dos cães, deve acontecer dos 4 para os 6 meses de idade dos cachorros, segundo a propensão natural que manifestam no seu quadro de crescimento e que fundamenta o seu viver social. Deixar para a maturidade sexual ou para depois dela o exercício da liderança certamente não será a melhor das pedagogias, porque a adolescência canina traz consigo a rebeldia e a resistência que a sustenta, promovendo a picardia entre donos e cães pelo duelo das vontades.
 
A precariedade, impropriedade, delonga ou inexistência da liderança humana tem sido responsável por dois fenómenos: pela procura acentuada das escolas caninas e pela castração sistemática dos cães. E no meio disto, ainda há quem se atavie com coleiras de choques eléctricos, prepotência desnecessária, lesiva para os animais e que sempre deixa marcas. Diante deste quadro, compreendemos perfeitamente uma das razões do concurso á castração, a resultante da incapacidade dos donos em se fazerem ouvir. A castração operada antes da maturidade sexual deixa qualquer cão totalmente abananado e transforma-o num eunuco sem vontade própria e a operada depois da maturidade emocional pode ter somente como consequência o desinteresse sexual. Não obstante, para nós a escolha é óbvia: preferimos educar atempadamente do que correr riscos desnecessários ou condenar os cães à castração.

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