As andorinhas chegaram e anunciam a Primavera, de acordo com o relógio biológico que as empurra para Norte e impele outros à mudança, um novo ciclo começa e a azáfama vai ser grande. Nos bosques e nas matas a vida fervilha, nascem os primeiros raposinhos, surgem as primeiras flores, os insectos multiplicam-se e os pássaros dão início à construção dos seus ninhos, é chegada a hora de se juntarem também os canários. Os cães entram na muda do pêlo e os lobeiros vão alterar a sua pelagem, as galinhas aumentam as posturas e as ovelhas e os burros acabarão tosquiados. As andorinhas chegaram e o tempo mudou. Os vendedores ambulantes vendem as últimas castanhas e iniciam a venda dos gelados, os stocks nos pronto-a-vestir sofrem alteração e as pessoas descarregam a roupa excedentária, as moças florescem com a Estação e os velhotes ganham novo alento, pelo menos até ao próximo Outono, pois já venceram outro Inverno e o tempo aumenta-lhes a esperança. Estranhamente, neste ano tudo bateu certo, tivemos Outono e Inverno e as andorinhas chegaram no tempo certo, e quando assim é, como é lindo viver no hemisfério norte.
Preocupados com o desenvolvimento salutar dos nossos cachorros e procurando a sintonia entre eles e o relógio biológico, subsídio objectivo para o seu bem-estar e longevidade, subimos serras e descemos falésias, calcorreámos calçadas, atravessámos charnecas, espraiámo-nos pelos areais e invadimos parques e rios. Será que os donos não usufruíram de idêntica vantagem? O sedentarismo mata porque obsta à adaptação, carece de novidade e aumenta a fricção dentro dos grupos. Ficar parado no mesmo lugar é esperar que nos levem daqui para fora! Ninguém nasceu para o cativeiro e muito menos os cães! A experiência que doámos aos nossos ser-lhes-á grata e dela não se esquecerão, porque saíram mais robustos, mais curiosos e extraordinariamente mais felizes. Procurámos com isso também aumentar o seu impulso ao conhecimento, adaptá-los aos fenómenos naturais e ao artificialismo que será a sua vida doravante, enquanto cães citadinos e propriedade de cidadãos, onde a sociabilização é palavra de ordem e o perigo sempre espreita. Por outro lado, contrariámos a tendência generalizada que atenta contra a excursão diária canina, obrigando os seus donos à jornada e aumentando com isso os vínculos binomiais, condição sine qua non para o seu bom desempenho futuro. Antecipámo-nos às andorinhas e aumentámos a Primavera, demos e recebemos vida, aproveitámos o que normalmente desprezamos e descobrimos que ainda estamos para durar, que não estamos sós e que ainda temos mais alguém ao nosso lado, porque a inquietude de ter cães transporta-nos para a vida!
Preocupados com o desenvolvimento salutar dos nossos cachorros e procurando a sintonia entre eles e o relógio biológico, subsídio objectivo para o seu bem-estar e longevidade, subimos serras e descemos falésias, calcorreámos calçadas, atravessámos charnecas, espraiámo-nos pelos areais e invadimos parques e rios. Será que os donos não usufruíram de idêntica vantagem? O sedentarismo mata porque obsta à adaptação, carece de novidade e aumenta a fricção dentro dos grupos. Ficar parado no mesmo lugar é esperar que nos levem daqui para fora! Ninguém nasceu para o cativeiro e muito menos os cães! A experiência que doámos aos nossos ser-lhes-á grata e dela não se esquecerão, porque saíram mais robustos, mais curiosos e extraordinariamente mais felizes. Procurámos com isso também aumentar o seu impulso ao conhecimento, adaptá-los aos fenómenos naturais e ao artificialismo que será a sua vida doravante, enquanto cães citadinos e propriedade de cidadãos, onde a sociabilização é palavra de ordem e o perigo sempre espreita. Por outro lado, contrariámos a tendência generalizada que atenta contra a excursão diária canina, obrigando os seus donos à jornada e aumentando com isso os vínculos binomiais, condição sine qua non para o seu bom desempenho futuro. Antecipámo-nos às andorinhas e aumentámos a Primavera, demos e recebemos vida, aproveitámos o que normalmente desprezamos e descobrimos que ainda estamos para durar, que não estamos sós e que ainda temos mais alguém ao nosso lado, porque a inquietude de ter cães transporta-nos para a vida!
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