O antigo Cônsul português,
Aristides de Sousa Mendes foi hoje homenageado com honras de Panteão Nacional,
na forma de um túmulo sem corpo, uma vez que os seus restos mortais mantêm-se
no Cemitério de Cabanas de Viriato, uma freguesia portuguesa do Concelho de
Carregal do Sal, no Distrito de Viseu. Este diplomata e advogado foi
cônsul-geral de Portugal em Bordéus, França. Em 1940, com os alemães a entrar naquele país, contra as ordens de
Salazar, salvou milhares de famílias, fugidas à perseguição nazi,
facultando-lhes vistos de entrada em Portugal. Calcula-se que salvou a vida a
cerca de 30.000 pessoas, na sua maioria judeus. Como resultado da sua
desobediência acabou por ser expulso da diplomacia, sem direito a qualquer
aposentadoria e proibido de exercer a sua profissão de advogado, obrigando os
seus descendentes a emigrar e acabando por morrer na miséria em 1954. Declarado
“justo entre as nações” pelo estado de Israel, tem uma árvore no “Jardim dos Justos” em Jerusalém.
Quem desejar saber mais sobre este português que o País tardou em reabilitar,
encontrará na Internet toda a informação necessária.
A mim importa-me pronunciar sobre aqueles que discursaram ou pronunciaram nesta homenagem: Ferro Rodrigues, Presidente da Assembleia da República; Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República e António Costa, Primeiro-ministro de Portugal. Fiquei espantado com o discurso de Ferro Rodrigues e de tal maneira fiquei que duvidei da sua autoria pela eloquência das palavras. Marcelo, o mais beijoqueiro dos todos os presidentes da república, ainda mais me surpreendeu, pela coragem demonstrada ao citar palavras para muitos proibidas, como “holocausto” e “genocídio”, o que prova que o homem é tão decidido a beijar como a revelar a verdade histórica. António Costa mostrou-se perspicaz na sua declaração pós-homenagem, ao dizer que as perseguições continuam e que existem muitos emigrantes a lutar pela sua sobrevivência e que carecem do nosso auxílio. Em síntese, os 3 estiveram bem, mas o destaque foi para Marcelo Rebelo de Sousa, o beijoqueiro, “que pegou o boi pelos cornos” e “pôs os pontos nos is”, não se quedando pelas meias-palavras.
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