Um
cão-robot armado com uma espingarda de precisão foi apresentado esta semana em
Washington, DC, na reunião anual da Associação do Exército dos Estados Unidos.
O robot, desenvolvido pela Ghost Robotics, carrega uma espingarda de Uso
Especial Não Tripulado (SPUR) da SWORD Defense Systems. Ontem a Ghost Robotics twittou
a imagem da arma ao lado de um cão. Numa postagem no Instagram de quinta-feira,
a SWORD International chamou o robot de "melhor amigo dos
Warfighters". No site da SWORD International, a empresa explica que o SPUR
foi projectado especificamente para oferecer fogo de precisão de plataformas
não tripuladas, como também é o caso do quadrúpede Ghost Robotics Vision-60, adiantando
que o SPUR apresenta recursos seguros de câmara, desobstruídos e de fogo que
permitem a implantação segura e confiável do sistema de armas, proporcionando
ao operador a capacidade de carregar e proteger a arma à distância. Esses
recursos também fornecem ao operador a capacidade de eliminar defeitos e de descarregar
a plataforma com segurança antes da sua recuperação, permitindo disparos de
precisão até 1200m com cartuchos NATO 7,62 × 51.
Devido
aos seus sensores de alta capacidade, o SPUR pode operar nas mais diversas
condições, tanto de dia quanto de noite”, segundo adiantou a SWORD
International. O SPUR, disse, é o "futuro dos sistemas de armas não
tripuladas". De acordo com a revista New Scientist, o robot faz parte de
uma série de robots com pernas da Ghost Robotics Vision. Em maio, a Força Aérea
dos Estados Unidos disse que estava a testar uma versão desarmada destes cães-robots
na Base Aérea de Tyndall, na Flórida. “As pessoas veem esses robôs a andar por
aí e acham que estão prontos, mas ainda há muito para desenvolver, testar e
avaliar”, avançou Johanna Lewis, gerente do programa da Divisão de Programas
Especiais, num comunicado a detalhar a iniciativa. “Tê-los apenas a andar por
aí não é o que estamos à procura, pois queremos que eles patrulhem a base através
dos seus sensores integrados e forneçam às nossas forças no centro de operações
de segurança dados úteis e de missão crítica”. A Ghost Robotics, sediada na
Pensilvânia, está a construir os robots quadrúpedes Q-UGV (Quadrupedal Unmanned
Ground Vehicles) desde 2015.
Enquanto alguns podem veem com receio um robot equipado com uma espingarda de precisão, a revista Popular Science diz que ele foi testado e adoptado por atiradores de segurança interna e de operações especiais. O CEO da Ghost Robotics, Jiren Parikh, disse à New Scientist na quinta-feira que a arma é totalmente controlada por um operador remoto. “Há um humano a controlar a arma, não tem autonomia ou Inteligência Artificial”, garantiu. Não ficou claro se os robots quadrúpedes e as espingardas estão a ser vendidos, mas Parikh esclareceu que o robot foi escolhido pela sua habilidade de manobra em terrenos complicados, permanecendo os seus operadores fora de perigo. Embora a reação aos “cães” armados tenha suscitado alguma desconfiança, a política do Pentágono afirma que todas as armas robóticas devem estar sob o controlo de um operador humano, o que parece sossegar de algum modo aqueles que ficam chocados com estes robots. Mercê dessa desconfiança, o NYPD (Departamento de Polícia de Nova York) teve que devolver o “Digidog” feito pelo Boston Dynamics, depois de ter sido vítima de uma intimação na Câmara Municipal daquela mega cidade depois que as suas imagens se tornaram virais. Em termos, ninguém quer ver máquinas a matar humanos, mas mais cedo do que se julga, isso acabará por acontecer. Os drones já matam e são presságio do tipo de guerra que se avizinha, provavelmente a mais cobarde e mortífera.
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