segunda-feira, 11 de outubro de 2021

ATÉ QUE A MORTE OS SEPARE!

 

Por princípio, todos os cãs serão fiéis aos seus donos, mas incondicional e exclusivamente dedicados tenho visto muito poucos. Penso que o mesmo se passará entre os homens em matéria de compromisso, o que infelizmente nada abona em favor da nossa espécie. Nesta matéria, destaca-se entre nós o CPA lobeiro Bohr, para quem o dono é um deus, tábua de salvação e razão da sua existência, nunca se separando dele e seguindo-o para toda a parte. No treino matinal de ontem, com o dono a fazer parte de um obstáculo humano, permaneceu sentado e perto dele até que o exercício terminasse, como se fosse sua incumbência olhar pelo bem-estar do líder, dedicação espelhada na foto acima. Na foto que se segue, com a Leonor a fazer de obstáculo humano, podemos observar a prestação do binómio Noé/Ruky, estando o cão equipado com o colete salva-vidas para se acostumar a ele, já que promete muito em matéria de salvamento dentro de água, porque é um excelente nadador, ostenta fortes ritmos vitais, tem um carácter afável, é concentrado, bastante interactivo e um atleta resistente com uma robustez bem acima do normal para a sua raça.

A Inês, cuja fragilidade é apenas aparente, tem uma particularidade que vale a pena apreciar e que de certa forma é louvável. Ao contrário de outros, que partem às cegas e que com isso podem colocar em risco a integridade física e psicológica dos seus cães, enfrenta com todas as cautelas os exercícios que lhe são propostos a si e ao seu cão, dando a impressão que jamais será capaz de ultrapassá-los, ultrapassando-os depois de modo exemplar, juntando às cautelas um extraordinário sentido de grupo. O Oliver é um anjo teimoso, por vezes mais teimoso do que anjo, não sendo por isso fácil ensinar-lhe novos exercícios de ginástica. Mas se o cão se mostra pouco disponível, sobra disponibilidade à dona, tanta que é capaz de vencer a teimosia do adorável “encaracoladinho”. Na foto abaixo vemo-la sentar o Oliver sobre o “TRONCO SUSPENSO”, visando ao mesmo tempo o robustecimento de carácter e o aumento da autonomia do animal.

Segundo ouvi nas hostes da “cavalaria a cavalo”, na tropa não se poder ser nem bom cavalo nem bom cavaleiro, porque ambos sempre serão por demais solicitados. Assim sucede entre nós com o SRD Kiko, que apesar de ser mais pequeno do que os demais, nenhum deles lhe ganha avanço. Na foto abaixo vemo-lo a saltar confiante um obstáculo humano, com a Débora a emanar um semblante complacente de Nª Sª da Misericórdia, já que dizem ela tem cara de “Nossa Senhora”. Terá?

Como é natural, a Leonor carrega consigo a inexperiência própria da sua idade e um excessivo urbanismo, factores que unidos obstam por vezes ao seu melhor desempenho. Se a isto juntarmos um conjunto de medos, alguma resistência ao exercício físico e uma relação piegas com a Cookie, que a cadela sabe aproveitar muito bem, logo se calcula o quanto temos que trabalhar com esta teenager e este binómio. A SRD Cookie (já se esperava) é uma atleta de eleição com um potencial enorme nas disciplinas cinotécnicas clássicas, para quem tudo parece fácil por mais complicado que seja. Na foto abaixo é possível vê-la a vencer o “PÓDIO QUINADO”, mérito também da Leonor pelo controlo exercido sobre a Cookie, pelo que merece as nossas felicitações.

Ontem contámos com a presença de 4 cachorros CPA da Classe C, com a Brownie, a Dream, a Gaia e o Thor, todos filhos do Jay e da Mel. Na foto abaixo vemos a Gaia a ser conduzida pela Liliana sobre um muro de 50 cm de altura. A cachorra negra é uma atleta excepcional e foi atrelada de modo exemplar pelo Jorge Filipe. A Liliana adora-a e a cachorra faz tudo para não a decepcionar.

O Pedro Pereira, NE do SRD Kiko, função que desempenha de modo irrepreensível, foi convidado pelo proprietário da cachorra CPA Dream a conduzi-la, privilégio que rapidamente aceitou. Na foto que se segue vemos o desempenho deste binómio de última hora sobre um muro de alvenaria, com o condutor ligeiramente atrasado no 2º momento do salto – na suspensão (deveria estar francamente adiantado em relação à cachorra).

Coube à Clarinda conduzir no Sábado a CPA Luna. Na foto abaixo vemo-la a evoluir agachada como se pretendesse emboscar alguém. Como as aparências iludem, a simpática senhora estava apenas a baixar-se para não ficar com os óculos presos nos arbustos à sua frente. Esta condutora goza da simpatia de todos os seus colegas de classe, sendo para muitos deles um verdadeiro exemplo de como estar em classe.

O Tomás, condutor da cachorra CPA preto-afogueada Brownie, também atrelou a sua companheira no tempo certo e de acordo com o “QUADRO DE CRESCIMENTO FUNCIONAL”, estando por isso e parabéns e a usufruir da sua escolha acertada. Na foto seguinte vemos o desempenho deste jovem binómio sobre um pequeno muro de alvenaria com 50 cm de altura.

No GIF seguinte vemos toda a classe a evoluir sobre o “TRONCO SUSPENSO”, curiosamente tendo como Fila-guia o Cão de Água Português Oliver, o que não deixa de ser surpreendente face às suas dificuldades iniciais (umas por conta dele e outras por conta da dona).

O José Maria, na foto com o extraordinário CPA cinzento Jay, mais uma vez (talvez pela milionésima vez), surge atrasado no salto, encontrando-se na suspensão ao lado do cão, quando deveria estar adiantado no comprimento total da trela em relação ao animal, o que lamentavelmente sempre obrigará o cão a um “SALTO DE ÂNCORA” (a rebocar o dono). Este condutor, que temos em alta estima, precisa de descansar um pouco para optimizar as suas prestações físicas, já que se deita demasiado tarde, tem o sono leve e noites atribuladas por causa disso.

Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Clarinda/Keila; Clarinda/Luna; Débora/Kiko; Inês/Oliver; Jorge/Soneca; Liliana/Gaia; Luísa/Thor; José Maria/Jay; Leonor/Cookie; Noé/Ruky; Paulo/Bohr; Pedro Pereira/Dream e Tomás/Brownie. A reportagem fotográfica teve vários autores e a sua montagem foi da responsabilidade do Paulo Jorge (o mesmo que é dono do CPA Bohr, o cão “mal-empregado”). Terminámos os trabalhos felizes e satisfeitos, debaixo do espírito de dever cumprido. 

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