TREZE SUL-AFRICANOS

 

Inesperadamente recebemos hoje 13 leitores da África do Sul, país africano que poucos visitantes nos dá, aliás como toda a África. 

Os países deste grande continente que nos fornecem leitores assíduos são Moçambique e Angola, seguidos pelos históricos países do Golfo da Guiné, por onde outrora andámos e nem sempre pelos melhores motivos.

Estendemos o nosso cordial bem-vindo aos sul-africanos que nos visitaram este domingo, esperançados que continuem a manter o seu interesse por nós e que se multipliquem.

Dos PALOPS (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), Cabo Verde e Guiné são os países que menos visitantes nos dão. Quanto à África do Sul e aos sul-africanos, desejamos paz, saúde e prosperidade para todos, que o país não seja flagelado pela grave crise económica e social que se avizinha e que o aquecimento global não lhe traga mais doenças e escassez de bens essenciais.

INEVITÁVEL/INEVITABLE/ INÈVITABLE/INEVITABLE/UNVERMEIDLICH

 

Um cão constrói-se e equilibra-se a partir daquilo que a genética lhe deu, equilibra-se com experiências felizes e exercícios compensatórios, destruindo-se quando estes são abandonados e substituídos pelo enlace entre o aumento de peso e a perca de aptidões. A manutenção cognitiva e física de um cão não pode ser entendida de ânimo leve, porque dela irá depender a qualidade de vida e a longevidade do animal. E, caso seja desprezada, depressa acabará com as mais-valias operadas durante o período de formação do cão.  

NA COMPANHIA DOS POUCOS CARACÓIOS QUE RESTAM

 

Hoje trabalhámos debaixo de chuva deste o início até ao final do treino, na companhia dos poucos caracóis que restam e para quem o dia esteve de feição. Ensopados de água e não vencidos, muito menos desmoralizados, todos os binómios ignoraram as condições climatéricas pelo empenho que dispensaram ao trabalho. Na foto acima vemos a cachorra CPA negra DREAM a saltar uma VERTICAL TRANSFORMADA EM SEBE NATURAL com 80 cm de altura e colocada no meio de uma poça de água. Como a cachorra ainda não tem 5 meses de idade e importa que todos os exercícios para que é convidada se revertam em experiências felizes, na hora de aumentar a altura dos obstáculos a transpor, o melhor que há a fazer é encimá-los com uma réplica de sebe natural, que mesmo pisada ou transposta parcialmente não irá aleijar os animais. A colocação da vertical no meio de uma poça tem a ver com a salvaguarda dos animais, para que não estranhem os reflexos produzidos pela água e saltem inusitadamente do seu início, colocando deste modo a sua integridade física em risco. Por outro lado, ao compor-se o exercício assim, cumpriu-se o duplo princípio binomial que diz “por e para onde fores eu irei” - onde entrarem os donos entrarão também os cães – desde que tal seja possível e que disso não resulte qualquer perigo ou transtorno para o animal.  Na foto seguinte, mas em terreno seco, vemos a CPA preto-afogueada LUNA a saltar folgadamente o mesmo obstáculo, na transição entre o momento da suspensão e a recepção ao solo.

Mais arredado dos treinos do que é seu costume, o Jorge Filipe compareceu aos trabalhos com a sua cachorra CPA negra GAIA, irmã de ninhada da DREAM. Na foto seguinte vemo-los a ultrapassar a vertical composta escolhida para a instrução de sábado. Apesar da cadelinha estar a precisar mais de sol do que varanda e de andar do que repousar, esta pequena Rhein-Möselring já consegue ficar quieta, debaixo de ordem, por tempo indeterminado a mais de 100 metros de distância do dono, exactamente porque o Jorge está a cumprir as tarefas indicadas pelo Quadro de Crescimento Funcional para a idade da cachorra. Na ginástica, como se pode ver abaixo, do ponto de vista atlético, a cachorra também se mostra extraordinariamente apta (a foto reporta-se à entrada do salto, onde se pode observar uma irrepreensível projecção convexa.

O José Maria está a iniciar uma desejável relação emocional com a DREAM e os resultados saltam à vista, uma vez que o entendimento recíproco melhora dia após dia e raramente dono e cadelinha são objecto de reparo, vencendo facilmente as tarefas de cada sessão de treino (que assim continuem).Em termos de desenvolvimento a cachorra encontra-se dentro dos parâmetros normais para a sua idade.

Os binómios em classe foram também convidados para o “ESPELHO DE SOL”, onde foi explicado aos condutores que o sucesso nos exercícios depende mais da sensibilidade de mão e da captação da atenção dos cães do que da coerção ou inibição Na foto abaixo, como se estivesse a absorver os conteúdos de ensino pretensamente transmitidos, vemos a GAIA a olhar atentamente para o seu condutor.

No GIF abaixo, com a Clarinda oculta com a KEILA, ambas abrigadas debaixo de telha, vemos a classe a ultrapassar a barreira escolhida para a instrução, com os cães a fazerem a marcação de salto no sítio certo, apesar da presença da água.

Debaixo de chuva copiosa e com os troncos alagados e escorregadios, a CPA LUNA executou um percurso de condução nuclear de média dificuldade de modo satisfatório (seria excelente se não tem abrandado de andamento na metade do segundo tronco). Quanto à técnica de condução, a execução do Pedro foi a correcta.

Com o SONECA momentaneamente desocupado, que a GAIA só lhe dá descanso quando está ocupada, o Adestrador aproveitou a ocasião para tirar partido de algumas habilidades deste encantador e fiel Labrador multiusos.

Com a chuva a bater-lhe nos olhos, como testemunho da nossa irreverência perante a intempérie, tirámos uma foto ao SONECA sobre um monte de areia. O cenário foi pouco cómodo para o cão e de tal forma foi (por acção da chuva a areia estava a pique) que o animal viu-se obrigado a “deitar à vaca”.

Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Clarinda/Keila; Jorge/Gaia; Jorge/Soneca; José Maria/Dream; José Maria/Jay e Paulo/Bohr. A reportagem fotográfica e a sua montagem foram da autoria do proprietário do CPA Lobeiro presente. As nossas meninas aproveitaram o fim-de-semana prolongado para viajar e não compareceram no treino, sendo por demais notada a sua ausência. O Noé também faltou, quiçá com medo que a chuva lhe fizesse florescer os joanetes. Mais uma vez, os objectivos e metas dos conteúdos de ensino foram alcançados dentro do cronograma que lhes foi atribuído.

DESARRANJOS HUMANOS NAS INCONGRUÊNCIAS CANINAS

 

Cão de guarda que persegue e agride outros animais (cães inclusive) tem tanto préstimo como um de caça que abocanha os caçadores e despreza as espécies cinegéticas. Mas neste mundo já nada me espanta depois de ter visto "cães de busca e salvamento" a atacar quem deveriam auxiliar e resgatar. 

PIADA PARA O FIM-DE-SEMANA: O VETERINÁRIO VAI AO MÉDICO

 

Um veterinário adoentado e muito teimoso que não fazia caso da esposa, que insistia com ele para ir ao médico, contrariado, finalmente anuiu e foi consultar um clínico acompanhado pela mulher. Já sentado no consultório, o médico perguntou-lhe do que se queixava, ao que ele respondeu nunca ter precisado de perguntar aos seus doentes do que se queixavam. O médico, apercebendo-se imediatamente de com quem estava a falar, chamou à esposa do veterinário à sua secretária, entregou-lhe um papel e disse-lhe: “Avie esta receita e caso o seu marido não melhore, leve-o ao canil para abater!”

RANKING SEMANAL DOS TEXTOS MAIS LIDOS

 

O Ranking semanal dos textos mais lidos obedeceu à seguinte preferência:

1º _ O PARVOVÍRUS JÁ CHEGOU A CHARLOTTETOWN, editado em 21/10/2021

2º _ MISTERIOSO “A TEAM” EM LA PALMA, editado em 22/10/2021

3º _ RANKING SEMANAL DOS TEXTOS MAIS LIDOS, editado em 22/10/2021

4º _ GENTE DE PAZ E CÃES DE GUERRA, editado em 21/10/2021

5º _ VENDAVAL NORTENHO E DESCONTRACÇÃO SULISTA, editado em 24/10/2021

6º _ MBAPPÉ VAI SER PADRINHO DE UM PANDA!, editado em 20/10/2021

7º _ CHAMA-SE CASSY, É UMA MALINOIS E NÃO GOSTA DE LADRÕES DE PNEUS, editado em 20/10/2021

8º _ RANGERS AMBIENTAIS EM HAMBURGO, editado em 22/10/2021

9º _ ISTO É CRIMINOSO, editado em 18/10/10/2021

10º _ NEM ACROBATA NEM SOLDADO, SOMENTE UM FOTÓGRAFO ARRISCADO, editado em 24/10/2021

TOP 10 SEMANAL DE LEITORES POR PAÍS

 

O TOP 10 semanal de leitores por país ficou assim ordenado:

1º França, 2º Portugal, 3º Estados Unidos, 4º Brasil, 5º Canadá, 6º Alemanha, 7º Países Baixos, 8º Reino Unido, 9º Suécia e 10º Irlanda.

A VÊ-LOS PASSAR!

 

A SRD Cookie, de tão mimada que é, chega à rua e tem um comportamento de “QUERO, POSSO E MANDO”, mostrando-se hostil contra os outros cães que por ela passam, por mais amistosos que se mostrem e frágeis que sejam, comportamento que obriga a um cuidado especial com a sua sociabilização. O fenómeno resulta também de alguma inexperiência e permissão da sua dona. Ontem pusemos literalmente a Cookie a ver passar os outros cães num jardim onde não faltam, sentada ao lado de um relógio de sol num dolente final de tarde, com a dona pronta intervir caso fosse necessário, o que não se veio a verificar. Depois, com a chegada do Cão de Água Português (CAP) Oliver, procederam ambos às conduções lineares e dinâmicas, valendo-se dos diversos obstáculos urbanos ao seu dispor, onde ficou patente o progresso que têm alcançado. A noite caiu morna e enevoada como que a anunciar o final do treino e o regresso a casa.

QUEM MAIS RESPEITA E VIOLA OS DIREITOS DOS ANIMAIS?

Segundo avança o tablóide britânico “SUN”, na sua edição de ontem, um novo estudo revelou onde os direitos dos animais são mais respeitados e violados num total de 67 países. Portugal ocupa segundo a tabela deste estudo o 41º lugar na lista dos violadores e o 27º na lista dos países que respeitam os direitos dos animais, estando 4 lugares abaixo da nossa vizinha Espanha que ocupa o 23º lugar dos que mais respeitam, valor para mim questionável face à continuada matança anual de galgos. 

O Top 10 dos países que mais respeitam os direitos dos animais encontra-se assim distribuído: 1º _ Luxemburgo; 2º _ Reino Unido; 3º _ Áustria; 4º _ Rep. Checa; 5º _ Bélgica; 6º _ Croácia; 7º _ Suécia; 8º _ Holanda; 9º _ Bulgária e 10º Suíça (será que ainda continuam por lá a comer cães e gatos?). Na lista dos que mais violam os direitos dos animais encontramos os seguintes países: 1º _ China; 2º _ Vietname; 3º _ Irão; 4º _ Azerbaijão; 5º _ Bielorrússia; 6º _ Argélia; 7º _ Mali; 8º _ Etiópia; 9º _ Rússia e 10º Egipto. É possível que outra tabela baseada noutros factores desse outro escalonamento mercê de outras leituras, entre as quais não se pode excluir a política. Contudo, no que diz respeito aos 10 países mais violadores, os resultados obtidos não seriam muito diferentes. Mas o que mais importa é que os direitos dos animais sejam cada vez mais respeitados, pois é lamentável que os animais selvagens sejam apenas 3% da totalidade dos existentes no mundo (cães não faltam!).

SORTE E DA GRANDE!

 

Para tudo é preciso ter sorte e um mestiço de Pitbull chamado Tyson teve-a quando mais precisou. Na segunda-feira passada, quando acompanhava o seu dono no cume de Frog’s Head nos canions de Red River Gorge, no estado norte-americano do Kentucky, ao perseguir um lagarto, caiu de um penhasco com 50 metros de altura ao ultrapassar a sua berma. Por volta das 13 horas, a equipa de busca e resgate do Condado de Wolfe (WCSART) recebeu uma ligação de emergência de um caminhante no cume de Frog’s Head a relatar o que havia sucedido ao seu cão. A foto abaixo reporta-se ao penhasco onde tudo aconteceu.

Imediatamente os resgatadores se puseram a caminho.  Ao chegar ao local encontraram um grupo de caminhantes que afirmou ter visto um cão solto na área. Depois de consultar o dono do cão acerca das suas características, que acabou por lhe fornecer uma foto do animal, o grupo dividiu-se para o procurar, encontrando-o pouco tempo depois quase ileso. John May, da equipa de resgate, disse que foi um milagre o cão ter sobrevivido a uma queda acima de 50 metros. “Ele nem vinha a coxear, vinha andar normalmente. Foi uma loucura. Inacreditável” – disse ainda.  O cão foi prontamente entregue ao dono que não cabia de alegria (foto abaixo).

Infelizmente já me aconteceu um acidente semelhante, quando uma CPA que participava numas filmagens caiu acidentalmente de uma pequena ravina numa pedreira, por razões ainda hoje desconhecidas, escapando afortunadamente ilesa para espanto de quem assistiu à queda. Depois disso viria a ser mãe, não ficou com sequelas da queda e passados alguns anos ainda continua bem. Também ela teve muita sorte e da aflição que senti ainda me lembro bem. Em zonas acidentadas, caso tenha um cão caçador ou com propensão para isso, o melhor que tem a fazer é conduzi-lo à trela.

OLIVER: CRÓNICA DE UM BOM MALANDRO

 

É do conhecimento geral que os amorosos Cães de Água Portugueses, a quem não é reconhecida qualquer evidência de agressividade, sendo por isso mesmo excelentes cães familiares, próprios para acompanhar crianças e até bebés, têm tanto de dóceis como de teimosos, preferindo andar a rumo próprio do que ao mando de alguém, muito embora sigam os donos por toda à parte e deles não se afastem demasiado, ainda que a seu gosto e não debaixo de ordem. Como não são clássicos cães de trabalho, não se interessam por competições, detestam pressões, exercícios repetitivos e alimentar inimizades, tudo fazem para não fazer nada, inclusive chantagear despudoradamente os donos, fazendo-se cansados, doentes, acometidos de doença subida e carentes de cuidados, quando convidados para algo que não é do seu agrado. Assim é também o Oliver, sendo dúvida um excelente representante da raça, um Cão de Água Português que nos foi confiado para corrigir morfologicamente, robustecer e ensinar.

Uma vez despistadas as doenças mais comuns que o afectam, sendo a displasia coxo-femoral uma delas, a maior anomalia morfológica que afecta o Cão de Água português é o dorso selado, por norma resultante da divergência dos membros anteriores e de uma garupa demasiado alta, problema que importa minorar ou resolver antes do treino propriamente dito, o que implica em não consentir que estes animais se tornem côncavos, o que a acontecer atentaria contra a sua saúde, desempenho e longevidade. Neste momento, o Oliver - o nosso “bom malandro” – já corrigiu os anteriores, eliminou o jarrete de vaca e já está a nivelar o dorso, melhorias morfológicas que estão a fazer dele um verdadeiro atleta e um cão vigoroso, portador de uma biomecânica solta e saltitante, factores que somados estão a aumentar a sua disponibilidade. As fotos deste texto reportam-se ao trabalho de ontem na cidade, onde venceu todos os obstáculos colocados na sua frente, tendo como companheiro de classe o binómio Débora/Kiko. 

NÃO SOLTE O SEU CÃO EM LUGARES QUE AMBOS DESCONHECEM

 

Grande parte dos acidentes com cães em campo aberto, lagoas, florestas, montes e charnecas, acontece por incúria dos donos, cujos cães obedecem precariamente ou não obedecem, acabando por fugir e “meter-se em trabalhos”, correndo por vezes risco de vida. A incúria dos donos (insanidade) fica a dever-se a dois factores: ao de não baterem o território antes de soltar os animais e de soltá-los na incerteza do seu regresso. Um dos incidentes mais frequentes acontece quando os animais ficam presos nalguma fenda, buraco ou poço, como um que aconteceu recentemente na aldeia de Valledolmo, perto de Palermo, na ilha italiana da Sicília e que foi relatado pela Euronews.

Os bombeiros sicilianos precisaram de 5 horas de resgate e de equipamento pesado para resgatar um pequeno cão que ficou preso numa fenda, a 2 metros de profundidade e quase coberto de entulho, tendo apenas visível o focinho e uma das patas. Uma equipa de bombeiros especializada em acções de resgate de pessoas e animais em condições críticas, que usa tecnologia moderna e que se encontra sediada na capital siciliana acorreu ao local, precisando de uma britadeira para abrir a rocha e criar o espaço suficiente para um bombeiro se poder baixar e puxar o cão para fora, animal que não parava de ganir. Depois de resgatado verificou-se que se encontrava bem. Não obstante, foi levado à clínica veterinária mais próxima onde acabou por beber água. Evite angústias e aborrecimentos destes – siga os nosso conselhos – até porque nem todos os incidentes têm um final feliz! Se o seu cão não responde pronta e afirmativamente à sua chamada, não o solte, seja responsável.

ÚMBRIA NA FRENTE CONTRA O ENEVENENAMENTO

 

A região italiana da Úmbria lidera aluta contra o envenenamento dos animais, graças a uma nova força-tarefa operacional (altamente qualificada e com unidades caninas disponíveis), chamada a combater o grave e generalizado fenómeno dos pedaços de iscas envenenados, que têm causado a morte de animais domésticos e selvagens e que representam um grave perigo para a saúde humana e para o meio ambiente.

O projecto foi apresentado no passado dia 25 no Palazzo Donini em Perugia, capital da região de Úmbria, uma iniciativa promovida pela Secretaria Regional do Meio Ambiente e proposta pelo Enpa, Órgão Nacional de Proteção Animal, para além de contar com a colaboração e o apoio de outras entidades nacionais e regionais empenhadas na sua implementação.

Os mentores deste projecto pioneiro em Itália esperam que ele se estenda a todo o país, que abra expectativas de esperança e que seja um exemplo para toda a Itália. O projecto contará com um sistema de informação que permite a gestão de casos de suspeita de intoxicação a nível regional, com a criação de uma base de dados partilhada com todas as autoridades envolvidas. 

O Dr. Massimo Floris, director de saúde do refúgio Oasi Parco dell'Enpa em Perugia, disse que espera ter 10 binómios treinados na procura de iscas venenosas dentro de 6 meses, mediante aulas teóricas e práticas. Para as primeiras já foram contactados professores nacionais e internacionais, especialistas em pesquisa de explosivos e especialistas da polícia estadual, enquanto os cães serão treinados no terreno.

Os objectivos gerais desta força-tarefa são as inspecções aleatórias com base em relatórios e a recuperação de parques e jardins públicos para reduzir o número de mortes directas e indirectas de animais, sendo fundamental a coordenação entre as diferentes entidades envolvidas para combater o fenómeno, assim como para identificar e punir os culpados. Por certo estes cães “caça-venenos” irão poupar a vida a muitos animais domésticos e selvagens, mormente a cães, ajudando ao mesmo tempo na identificação e detenção dos que pretendem envenená-los. Uma força-tarefa destas faz muita falta em Portugal, particularmente nos meses de verão e de actividade cinegética, nas zonas turísticas, balneares e de turismo rural, assim como em parques e jardins, onde por vezes aparece alguém disposto a matar cães recém-chegados por se sentir incomodado.

VENENO EM EDIMBURGO

À vasta galeria de figuras fantasmagóricas e trágicas que habitam nos soturnos castelos escoceses, só lá faltava acrescentar “o envenenador de cães”. Digo que faltava porque parece que uma destas nefastas criaturas anda à solta por EDIMBURGO, na área de DANIA COURT. A SPCA escocesa emitiu um alerta depois que um terceiro cão morreu em Edimburgo após suspeita de envenenamento. Esta organização escocesa de bem-estar animal foi informada de que 3 cães morreram depois de comer uma guloseima na área de Dania Court em Edimburgo.

Esta SPCA foi contactada ontem por um cidadão depois que um terceiro cão foi ficando cada vez mais doente, seguindo os dois que infelizmente já tinham perdido as suas vidas em circunstâncias semelhantes. Em consequência disso, esta sociedade de bem-estar animal emitiu um alerta para as pessoas que passeiam com cães naquela área, no sentido de evitar a ocorrência de mais incidentes.  O inspector da SPCA, Stuart Murray disse a propósito: “Este é um desfecho incrivelmente triste e os nossos pensamentos estão com os donos dos cães neste momento difícil.”

No incidente mais recente, o cão ficou muito doente e faleceu uma hora depois de ter comido a guloseima. O dono procurou tratamento médico assim que percebeu que algo estava errado, mas infelizmente o pobre cão não pôde ser salvo. Segundo Murray, "o veterinário não conseguiu apontar exactamente qual era a substância, mas disse que era de acção rápida e teria causado muita dor ao animal." Lembrou também ao público que tentar deliberadamente ferir ou colocar em perigo a vida de um animal é uma ofensa criminal e pediu às pessoas daquela área para ficarem vigilantes. “Pedimos a todos os donos de animais de estimação da área que relatem qualquer coisa suspeita à nossa linha de ajuda confidencial para animais através do número 03000 999 999" – disse ainda. Em situações destas, o mais sensato é sair à rua com os cães de açaime posto, o que não é de todo suficiente para dispensar a maior atenção dos donos.

PISTAGEM: O PRÉ-ESCOLAR QUE FAZ TODA A DIFERENÇA

 

Para desfazer qualquer equívoco, entendemos como “PRÉ-ESCOLAR” o período decorrente entre as 8 semanas e os 4 meses de vida dos cachorros, uma vez que o nosso 1º CICLO ESCOLAR começa exactamente aos 4 meses de idade dos cachorros. Todavia, excepcionalmente, por razões ligadas ao particular problemático de algum cachorro ou da sua raça, possamos dar início ao seu 1º Ciclo Escolar 15 dias antes, aos 3 meses e meio, trabalho a que vulgarmente chamamos de PRÉ-TREINO, uma vez que as tarefas são desenvolvidas na escola e não em casa. Contrariamente, o ensino pré-escolar que vamos aqui tratar é o que acontece dentro do lar, anterior ao treino e que é de suma importância para a profícua interacção, bem-estar e desenvolvimento cognitivo dos cachorros.

Em paralelo com a colocação da coleira, com a condução suave à esquerda e a inserção dos comandos de “junto e “aqui”, que são tarefas típicas da obediência e anteriores ao treino, na disciplina de pistagem pede-se que se proceda ao afastamento do prato da comida, à sua procura e à procura do esconderijo do dono, instalando-se para o efeito o comando de “busca”. 

Diga-se em abono da verdade que o treino de um cachorro deveria começar pela pistagem, porque nenhuma disciplina cinotécnica fortalece e favorece naturalmente a união binomial, muito embora tal não seja prático no regime de aulas colectivas. Perante esta dificuldade, torna-se obrigatório que este ensino anteceda o treino propriamente dito de acordo com os trabalhos atrás adiantados.

Começar o treino a partir da pistagem é uma garantia de sucesso, porque se evita alguns atrasos e atritos ligados à obediência e a eventual resistência à novidade dos obstáculos por parte dos cachorros. Grande número de pessoas vem para as escolas porque os seus cães não querem saber deles e manifestam tendência em fugir, ensurdecendo-se quando são chamados. 

Todos sabemos que os cachorrinhos bem depressa andam à nossa volta e não nos largam, como podem eles desinteressar-se de tal maneira dos seus donos? Basicamente porque os afastaram ao exigirem mais atenção e maior interacção – pela quebra dos vínculos afectivos – quebra que jamais aconteceria se cães e homens se mantivessem unidos através de uns simples exercícios de pistagem.

Como facilmente se depreende, cães assim ligados aos donos, chegam às escolas caninas felizes e evoluem rapidamente, enquanto outros ainda lutam para alcançar a cumplicidade que garante a unidade binomial. 

A parceria doméstica é o melhor dos subsídios para o êxito no 1º Ciclo Escolar e nenhum outro ciclo é tão importante para a educação, comportamento, desempenho e vida de um cão. Erroneamente, há quem pense que qualquer um é capaz de dar aulas ao 1º Ciclo Escolar canino. Sê-lo-á se dermos pouca importância à felicidade dos cães e ao valor das suas acções.

PIRILAMPOS OUTONAIS

 

Os binómios presentes na aula de ontem, atendendo à altura do ano que atravessamos, pareciam pirilampos outonais perdidos na noite, ideia reforçada pelo facto de todos os condutores serem do género feminino, uma vez que no Lampyris noctiluca só as fêmeas dão luz. O trabalho foi desenvolvido na cidade em prol da sociabilização da CPA Luna e da SRD Cookie, sendo também vocacionado para ajudar na condução em liberdade do SRD Kiko e na condução à trela do Cão de Água Português Oliver, sem travamentos, arranques, pulos e atropelos. O Oliver está neste momento a fazer uma milha diária, mas deverá fazê-lo alinhado pela sua condutora e sem puxar, porque doutro modo estará a ganhar resistência para se opor aos objectivos dela. A Clarinda está a controlar muito bem a CPA Luna, impossibilitando-lhe qualquer arremetida indevida. Por outro lado, está a conduzir simultaneamente e em liberdade as suas duas cadelas (Luna e Keila), no lugar de Fila-guia. As meninas suas companheiras, cativadas pela sua simpatia, insistem como ela para que aumente a sua assiduidade escolar. Na foto acima vemos a Inês a ultrapassar uma caixa eléctrica com o Oliver, com a condutora com os braços indevidamente levantados, como se estivesse a dançar uma chula (1), muito embora lhe faltasse o colorido traje regional.

Para além dos objectivos atrás descritos, importava enfatizar os conteúdos de ensino do 1º Ciclo Escolar, nas áreas da obediência e ginástica, a que só a CPA Luna teve acesso, uma vez que os demais cães já chegaram à escola depois disso. Na obediência a ênfase recaiu sobre a obediência linear, os subsídios e o “quieto” à distância. Na ginástica optou-se pelo recurso às passagens estreitas e pela transposição de muros até 110 cm de alto, mais para desenvolvimento da capacidade de impulsão e como musculação do que por outra qualquer razão. A Débora tem que alargar e manter a sua cadência de marcha, porque ao atrasar-se causa dificuldades no alinhamento do Kiko, que obviamente dispensa e não merece, atendendo à sua qualidade enquanto cão interactivo por excelência. O binómio Leonor/Cookie começa a destacar-se dos restantes no desempenho atlético, estando já ao nível dos cães adultos e mais antigos na escola, com os quais divide já hoje alguns exercícios e maior coeficiente de dificuldade. Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Clarinda/Keila; Clarinda/Luna; Débora/Kiko; Inês/Oliver e Leonor/Cookie.

(1)A chula é uma dança popular e um género musical do norte de Portugal, de andamento ligeiro e de ritmo bastante marcado por um tambor conhecido por “zabumba”, por ferrinhos e chocalhos, originária do Alto Douro e dançada até ao Alto Minho. O canto é acompanhado por rabecas, violas, sanfonas e percussão. Os seus executantes (homens e mulheres) dançam-na de braços levantados.

UMA COMISSÃO MISTA PARTIDÁRIA PARA MELHORAR A CONDIÇÃO ANIMAL

 

Na passada quinta-feira, dia 21 de outubro, sete senadores e sete deputados franceses reuniram-se numa COMISSÃO MISTA PARLAMENTAR (CMP) e chegaram finalmente a um acordo acerca da condição animal, através de um texto que pretende melhorá-la, após vários meses, divergentes pontos de vista e longas negociações.

Muitos consideram este texto um grande avanço para a condição animal, porque anuncia o fim da venda de cães e gatos em pet shops, pronunciando-se ainda sobre a presença de animais selvagens em circos e sobre as fazendas de visons. Christophe Marie, porta-voz da Fundação Brigitte Bardot, disse num  comunicado à imprensa : “Este é um dia histórico na luta que travamos há décadas em favor dos animais, a França está parcialmente a alcançar os Estados-Membros da União Europeia."

Do documento consensual destacam-se 6 pontos fundamentais: o fim imediato da exploração de visons, que entrará em vigor imediatamente; o fim da venda de cães e gatos em pet shops, proibição que entrará em vigor a partir do dia 1 de Janeiro de 2024; o fim de shows com animais nos circos num período de 7 anos; penalidades mais pesadas para actos de crueldade, punidos com penas de prisão de 3 a 5 anos, respectivamente com multas de 45.000 e 75.000 euros e a melhor organização na recepção de animais, cujos santuários e abrigos autorizados a receber animais terão que cumprir alguns requisitos: nenhuma interação com o público e proibição de reprodução dos animais recolhidos. Este inovador texto deverá ser votado em 15 de novembro de 2021 pela Assembleia Nacional e pelo Senado sem ser modificado. Voici le projet du paradis de la condition animale à la française, sans aucun doute avant-gardiste et innovant.

CAÇA ATORMENTADA

 

Anteontem, sábado, dia 23 deste mês, na comuna de Arbas, na região de Occitanie, no sul do departamento francês de Haute Garonne, quando perseguiam um javali, quatro cães caíram com ele de 10 metros de altura num abismo, numa área formada por vários poços e que pode descer até 358 metros. Incapazes de se valer a si mesmos e de se desencarcerar, acabaram por ser resgatados por bombeiros especializados em espeleologia.

O CENTRO OPERACIONAL DE INCÊNDIO E RESGATE DE HAUTE-GARONNE enviou para o local quatro equipas de resgate especializadas em escavações para apoiar os bombeiros que já lá se encontravam. Após duas horas de intervenção, “os bombeiros das cavernas” conseguiram localizar os cães caçadores e trazê-los de volta, animais que apesar do susto se encontram de boa saúde. Porém, o javali não foi encontrado. A caça ao javali é fértil em episódios destes, em confrontos por demais violentos e em vários cães rasgados e mutilados. A acontecida em Arbas não escapou à regra!