Não sabemos quem nos disse e em que país isso se passa, latitude onde só
os pobres são condenados à morte, sendo maioritariamente negros e hispânicos.
Seja ele qual for, uma coisa é certa: faz vista grossa à Declaração Universal
dos Direitos Humanos, ainda que diga observá-la e reclame o seu cumprimento na
terra dos outros, porque combater a violência com a violência é tornar a
autoridade assassina e transformar os criminosos em vítimas, perpetuar
conflitos cuja solução se encontra para além do uso da força e que se mantêm
por causa dela. Mas não foi isso o que passou em Rosettenville/Johannesburg, na
África do Sul, muito embora o sucedido tenha contornos igualmente sórdidos e
manifestamente fratricidas. Uma menina de 9 anos de idade, a frequentar o 4º
ano do ensino básico, depois de terminadas as aulas, dirigiu-se para casa, uma pequena
habitação situada no quintal doutra maior, onde vive com os pais, ao que tudo
leva a crer por troca de serviços, cujo proprietário tem dois cães, normalmente
encerrados na garagem, mas não naquele dia. Ao chegar a casa, a menina negra foi
atacada violentamente pelos dois cães (um deles é o da foto abaixo), acabando
por lhe ser amputada uma perna neste último Domingo, segundo notícia da Netwerk24.
O ataque daqueles cães não
teve consequências ainda piores porque um vizinho, munido de um martelo, lançou-se
sobre eles em socorro da criança, acção que também não o deixou ileso, saindo
da contenda mordido no pescoço. De acordo com as declarações prestadas pelo pai
da criança, caso o vizinho não tivesse actuado, os cães teriam acabado com ela.
Ainda segundo o pai da criança, o proprietário dos cães e alguns polícias que
assistiram a tudo, nem sequer chamaram uma ambulância. Haveria de ser ele,
quase duas horas depois do incidente, que ao chegar a casa, levaria a filha
para o hospital, encontrando-a deitada e imóvel, a sangrar e queixar-se de
dores e de frio. A menina acabou por dar entrada no Chris Hani Baragwanath
Hospital, onde foi ligada a um ventilador com uma grave infecção na perna
direita, vindo os seus rins a colapsar. Ainda permanece em estado grave naquela
unidade hospitalar.
Contrariamente ao que
dizem os proprietários dos cães, os animais ainda não foram removidos do local,
sendo vistos ali no último Sábado por várias testemunhas, facto comprovado pela
polícia que diz não ter qualquer registo de remoção de cães naquela área
(Rosettenville), polícia que se nega a comentar o caso, por não se encontrar
ainda arquivado. A história indigna-nos, revolta-nos e causa-nos calafrios,
faz-nos temer que episódios destes possam vir a ocorrer aqui, particularmente
no interior do País, no dito Portugal profundo, onde os Centros de Saúde não
param de fechar, como já fecharam algumas Escolas, Repartições de Finanças e
Tribunais. Urge ensinar aos nossos concidadãos medidas preventivas contra os
ataques dos cães perigosos, dar-lhes subsídios para que possam defender-se e
escapar ilesos, protegendo assim as suas crianças. Quem nos bater à porta não
sairá de mãos a abanar, para isso estamos cá, prontos para elucidar e ajudar,
mediante o conhecimento e experiência que adquirimos na reeducação canina ao
longo de décadas.
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