terça-feira, 23 de junho de 2015

A EVOLUÇÃO CIRCULAR E A CONDUÇÃO NUCLEAR

Entende-se por condução nuclear aquela que desobriga o condutor a acompanhar o seu cão, orientando-o à distância, em contraposição às conduções linear e dinâmica, feitas lado a lado com o animal (a primeira desenvolvida em marcha, ordinariamente à trela, sem alteração de andamentos e sem obstáculos, a segunda com transições de andamentos e com obstáculos, executada com o cão atrelado ou em liberdade), visando a maximização do esforço canino, o seu melhor aproveitamento e o aumento da sua autonomia condicionada, dando ao condutor a possibilidade de o orientar atempadamente. Na instalação da condução nuclear duas evoluções devem ser amplamente treinadas e recapituladas: a de ida e retorno do cão em segmento de recta e a circular (com o dono no seu raio). Quem for avesso à condução à trela, por lhe faltar vontade, ser extenuante ou impossível, uma vez garantida a sequência “quieto e aqui”, poderá desenvolvê-las  pelo auxílio prévio de uma bola ou dum stick.
Mediante a mecanicidade das acções e da experiência positiva, a evolução em segmento de recta será alcançada sem demoras e quase naturalmente, porque os cães se encontram mais perto dos donos e estão condicionados a retornar-lhes, experiência que lhes sobrou do “junto” em liberdade e das mais variadas sequências de obediência e capturas de objectos. Daí dever-se-á passar para a evolução circular, primeiro em círculos até 8m de diâmetro e depois até aos 25m de raio (por razões que se antevêem, os cães de guarda deverão ser habilitados no dobro da distância). O treino da evolução circular deverá pressupor mudanças de direcção, inversões e interrupções do sentido de marcha, múltiplas acções e a sua cessação, diferentes modos de progressão e a solução de toda a sorte de obstáculos, quer eles sejam naturais ou artificiais, de diferente índole e resolução de acordo com o serviço esperado dos cães.
Para facilitar a instalação da evolução circular, convém balizar a área a bater, servindo-nos de árvores, pedras, acidentes no terreno, brinquedos ou postes, para que os cães se acostumem a circular mais longe dos donos e facilmente compreendam o que pretendemos deles pela presença dessas balizas. Na nossa compreensão, porque definimos o treino como rigor, nenhum cão estará devidamente ensinado se não conseguir evoluir num círculo a 25m distante do dono. E se esta autonomia não for alcançada, melhor será mantê-lo preso do que soltá-lo por aí, para seu próprio bem e dos outros.

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