Entende-se por condução nuclear aquela que desobriga o condutor a
acompanhar o seu cão, orientando-o à distância, em contraposição às conduções
linear e dinâmica, feitas lado a lado com o animal (a primeira desenvolvida em
marcha, ordinariamente à trela, sem alteração de andamentos e sem obstáculos, a
segunda com transições de andamentos e com obstáculos, executada com o cão
atrelado ou em liberdade), visando a maximização do esforço canino, o seu
melhor aproveitamento e o aumento da sua autonomia condicionada, dando ao
condutor a possibilidade de o orientar atempadamente. Na instalação da condução
nuclear duas evoluções devem ser amplamente treinadas e recapituladas: a de ida
e retorno do cão em segmento de recta e a circular (com o dono no seu raio).
Quem for avesso à condução à trela, por lhe faltar vontade, ser extenuante ou
impossível, uma vez garantida a sequência “quieto e aqui”, poderá
desenvolvê-las pelo auxílio prévio de
uma bola ou dum stick.
Mediante a mecanicidade
das acções e da experiência positiva, a evolução em segmento de recta será
alcançada sem demoras e quase naturalmente, porque os cães se encontram mais
perto dos donos e estão condicionados a retornar-lhes, experiência que lhes
sobrou do “junto” em liberdade e das mais variadas sequências de obediência e
capturas de objectos. Daí dever-se-á passar para a evolução circular, primeiro
em círculos até 8m de diâmetro e depois até aos 25m de raio (por razões que se
antevêem, os cães de guarda deverão ser habilitados no dobro da distância). O
treino da evolução circular deverá pressupor mudanças de direcção, inversões e
interrupções do sentido de marcha, múltiplas acções e a sua cessação,
diferentes modos de progressão e a solução de toda a sorte de obstáculos, quer
eles sejam naturais ou artificiais, de diferente índole e resolução de acordo
com o serviço esperado dos cães.
Para facilitar a instalação da evolução circular, convém balizar a área
a bater, servindo-nos de árvores, pedras, acidentes no terreno, brinquedos ou
postes, para que os cães se acostumem a circular mais longe dos donos e
facilmente compreendam o que pretendemos deles pela presença dessas balizas. Na
nossa compreensão, porque definimos o treino como rigor, nenhum cão estará
devidamente ensinado se não conseguir evoluir num círculo a 25m distante do
dono. E se esta autonomia não for alcançada, melhor será mantê-lo preso do que
soltá-lo por aí, para seu próprio bem e dos outros.
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