Para tudo há uma primeira vez e o somatório das experiências torna-nos a
todos mais capazes. O Ricardo é um rapaz citadino, com 12 primaveras, que
conduz o Ricky, um Pastor Alemão preto-afogueado, com 12 meses de idade, 71cm
de altura e a rondar os 40kg, irreverente, activo e pujante, daqueles de quem
se diz “ser cão a mais” para um tenro pré-adolescente, franzino e super
protegido, que não tendo o peso e a envergadura necessários para a tarefa, se
vê obrigado a tirar da vontade aquilo o corpo tarda em lhe dar (os cães crescem
mais depressa). Apesar das dificuldades, o Ricardo não desiste e pouco a pouco
vai levando a água ao seu moinho, apoiado pelos pais e incentivado por quem o
ensina. Este fim-de-semana saiu para os arrabaldes saloios, sem saber ao certo
ao que ia, apesar de expectante, curioso e resoluto, beneficiando duma tarde
primaveril em pleno Janeiro ,
o que infelizmente já não é de estranhar, diante das notórias alterações
climáticas a que vamos assistindo.
Com o Márcio a conduzir o camião TIR da
Holanda para Portugal, não houve a possibilidade de se repetirem as acções
ofensivas iniciadas na semana anterior. Também a Joana não se pôde fazer
presente nos trabalhos, porque a sua mãe celebrava, nesse mesmo dia, o alcance
dos seus 60 anos, data memorável para a família que uma filha dedicada não pode
desleixar. As ausências destes nossos amigos levaram-nos à introdução da
pistagem, disciplina cinotécnica que muito agrada aos cães e para a qual
demonstram uma predisposição notável. Como sempre a iniciamos pela procura do
dono, o Ricardo foi obrigado a esconder-se no campo escolhido para o efeito,
uma pequena parcela rural, outrora uma fazenda e hoje a campo, aqui e ali
adornada por caniçais e alguns esparsos silvados. Inexperiente nestas andanças,
o moço acabou por se acoitar no meio das silvas, vindo a descobrir pela maneira
mais fácil, que elas não se prestam a boa cama.
Na primeira tentativa, o Ricky saiu
estonteado, sem saber por onde ir e o que dele se esperava, ignorando os
marcadores que lhe indicavam o rasto, despropósito que corrigiu e bem, na sua
segunda prestação, que executou de modo condizente, convincente e célere,
encontrando o moço como se ele necessitasse de auxílio urgente. Participaram
ainda nos trabalhos os seguintes binómios: Fátima/Gigas, Jorge/Adele e Brownie, Matos/Dharma
e o Rui Santos com o seu casal de Pastores Alemães vermelhos (sentimos a falta
do Óscar e da Raquel).
O Red, apesar dos seus 8 anos de idade,
por circunstâncias várias, nunca havia sido introduzido à pistagem, o que não
lhe serviu de embaraço, porque prontamente rompeu as silvas e deu com o Rui. A
Dharma esteve como peixe na água e a Adele descobriu finalmente um dono,
evidenciando bons indícios para esta prática desportiva e utilitária, levando
de vencida o receio de se aproximar da pessoa a resgatar, temor que venceu pelo
amor que nunca teve e que finalmente encontrou no Jorge.
As
actividades terminaram com um jantar no campo, repasto que mereceu de todos
rasgados elogios: uma saborosa e suculenta sopa de pedra. Nada disto seria
possível sem a disponibilidade e pronta colaboração do Matos, um anfitrião
inexcedível que prima pela entrega, franqueza e simpatia.
Voltaremos àquele lugar com novas actividades e
mais vitórias.
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