quinta-feira, 13 de novembro de 2014

LAIKA: A PIONEIRA ESPACIAL

Celebrou-se no passado dia 3 deste mês, o quinquagésimo sétimo aniversário do lançamento para o espaço do satélite soviético Sputnik II, levando a bordo o primeiro ser vivo a orbitar a terra: a cadela “Laika”, uma mestiça que evidenciava traços de husky ou doutra raça nórdica com terrier, que acabou por morrer meia dúzia de horas depois do lançamento, bem antes do esperado, em circunstâncias não muito claras mas que apontam para o super aquecimento e para o pânico. Mais tarde, um dos responsáveis daquele projecto, declarou-se arrependido por ter consentido no envio do animal, apesar doutros dizerem que gozou duma morte calma. Estávamos em plena corrida espacial entre os Estados Unidos e a União Soviética e nenhum deles queria ficar para trás, sendo primordial descobrir se os animais conseguiam suportar as condições da microgravidade. Cobaia e pioneira neste projecto, esta humilde cadela mostrou ser possível o envio de astronautas para o espaço, como veio a acontecer sensivelmente 4 anos mais tarde, em 12 de Abril de 1961, quando Yuri Gagarin, um jovem oficial da Força Aérea, então com 28 anos de idade, ao comando da nave espacial Vostok I, foi lançado do Cosmódromo de Baikonur. Com a sorte que a “Laika” não teve, mais por obra e graça da ciência, apesar de vários contratempos, regressou são e ileso, foi declarado herói e tornou-se objecto de muitas honrarias.
Astronauta à força, a “Laika” viu encurtados os seus dias, vivendo apenas três anos, sacrifício que muitos dizem não esconder a cobardia humana. Cinquenta e um anos depois da sua morte, foi-lhe erigido um monumento em Moscovo, inaugurado em 11 de Abril de 2008, perto do antigo Instituto de Medicina Militar, local onde foi estudada, testada e preparada para a sua fatídica missão. O monumento em bronze tem cerca de 2m de altura, representa um segmento de foguetão em forma de mão humana, sobre a qual assenta a silhueta da cadela.
Diz-se que esta rafeira foi recolhida nas ruas de Moscovo, teria dono ou seria abandonada? Ficaria alguma criança a chorar por ela? Não sabemos! Como remate da história fica a ironia de Gagarin, quando após ter dar dado a volta ao planeta, disse: “Ainda hoje não sei se sou o primeiro homem ou o último cão a voar no espaço”. Depois dele, outros astronautas o seguiram, cães felizmente não! À “Laika”, caso fosse possível, teríamos que agradecer-lhe o seu contributo para o progresso da humanidade, acompanhado de um sincero pedido de desculpas.

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