sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

OS 7 FACTORES RECORRENTES NOS ATAQUES CANINOS MORTAIS

Recentemente, a revista científica Journal of the American Veterinary Association publicou um estudo em que foram identificados pontos comuns em casos de ataques caninos mortais, baseado no trabalho de cinco investigadores do National Canine Research Council, que ao invés de se valerem da informação relatada pelos media, se basearam em relatórios de detectives de homicídio e agências de controlo animal, entrevistando em simultâneo os polícias envolvidos nos casos, que ocorreram entre 2000 e 2009. Durante a investigação, os seus autores descobriram que a informação que iam obtendo não era a mesma divulgada pelos media e que estes chegaram a divulgar erros factuais ao público, nomeadamente na atribuição da raça dos cães, uma vez que a divulgada como responsável não era a mesma que constava nos relatórios policiais e isso aconteceu em 90% dos casos, o que não nos espanta, nem lá nem aqui, considerando a falência dos meios de comunicação e a sua necessidade de sensacionalismo, corroborados por interesses político-económicos.
Para além doutras conclusões, os investigadores identificaram 7 factores recorrentes nos ataques caninos mortais:
  • Em 87,1% dos casos não estava ninguém presente com força suficiente para conseguir impedir o ataque;
  • Em 85,2% dos casos a vítima não tinha qualquer relação com o cão;
  • Em 84,4% dos casos os cães não se encontravam esterilizados;
  • Em 77,4% dos casos a vítima não tinha capacidade para interagir com o animal ou devido à idade ou condição física;
  • Em 76,2% dos casos os cães eram mantidos num “quintal” e não eram tratados como verdadeiros animais de companhia;
  • Em 37,5% dos casos o dono não tratava correctamente o animal;
Em 21,1% dos casos o dono abusava ou negligenciava o cão.Em 80,5% dos ataques mortais estiveram presentes quatro ou mais factores dos acima listados, sendo que a raça do cão não fez parte de nenhum deles.
“Estranhamente”, as conclusões do estudo efectuado apontam que, na maioria dos casos, os problemas de relacionamento e a incapacidade do dono de compreender o comportamento canino são os factores que provocam os acidentes e que estes não são provocados por raças específicas supostamente mais predispostas à agressividade. O estudo indica ainda que a tendência para evitar/minimizar os ataques dos cães deve passar por uma abordagem multi-variada focada essencialmente em:
  1. Educação do dono e de como este deve lidar adequadamente com o animal;
  2. Melhor compreensão do comportamento canino;
  3. Educação dos pais e crianças em relação à segurança quando convivem com um cão;
  4. Maior pressão sobre os cães potencialmente perigosos e donos irresponsáveis.
Comentando o que nos fizeram saber, lamentamos que na década estudada tenha morrido uma média de 25 pessoas por ano à boca dos cães, apesar do crime matar muito mais naquelas paragens e no ano transacto ali terem sido executados 43 reclusos, isto segundo os números da Amnistia Internacional. Analisando os factores recorrentes percebe-se que a maioria das vítimas eram crianças, idosos e pessoas debilitadas, estranhos que pisaram indevidamente os terrenos dos cães, eventualmente entregues à sua guarda, onde se encontravam confinados e isentos de qualquer tipo de sociabilização, podendo ou não terem sido espicaçados para o efeito. Por outro lado, e aqui não sabemos se por negligência ou malvadez, ainda que em menor número, os donos de alguns cães também contribuíram para esse terrível desfecho. Sobre a ausência da esterilização não nos pronunciamos, porque somos contra ela e entendemos haver outros meios para o controlo dos cães, muito embora a possamos recomendar diante de lideranças impróprias ou ineficazes como medida extrema para a protecção de outrem.
Sem ser por nós encomendado, este estudo veio dar-nos razão e justificar todo o nosso trabalho tanto o prático como o teórico, porque insistimos numa boa instalação doméstica, na salvaguarda, bem-estar e longevidade dos cães, defendemos a sua excursão diária, trabalhamos para a sua sociabilização e temos como prioritária a disciplina de obediência, executando tudo isso em diferentes ecossistemas. Ministramos aulas teóricas, instituímos a liderança dos donos, promovemos a leitura de manuais de comportamento caninos, convidamo-los a interagir com todos os cães escolares, apostamos no desenvolvimento dos seus índices atléticos, aceitamos gente de qualquer idade e ensinamos todos a evitar e a defender-se dos ataques caninos, para além de valermos aos cinófobos e de dividirmos gratuitamente a nossa experiência através deste Blog, respondendo a todos e valendo a muitos que nem sequer conhecemos, para que não venham a ser vítimas dos cães de certa gentalha espalhada pelo Mundo. Responsabilizamos os donos pelos cuidados devidos aos cães e insistimos para que aconselhem outros a fazê-lo. Convidamos as crianças para as nossas aulas e ensinamo-las a abordar, a respeitar, a interagir e a lidar com nossos os cães, enfatizando-lhes procedimentos, manobras e cautelas que podem salvar-lhes a vida. O estudo realizado pelo National Canine Research Council não nos trouxe nada de novo, antes justificou todo o nosso labor em prol dos homens e dos cães. Quem desejar saber mais sobre o estudo levado a cabo pela entidade atrás referenciada aqui fica o seu link:
http://www.nationalcanineresearchcouncil.com/.

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