A grosso modo poderíamos dividir os criadores e adestradores entre eruditos e oficinais, na aversão de muitos em ligar a erudição ao empirismo e vice-versa. À revelia de uns quantos eruditos, andam por aí alguns oficinais a cruzar pastores alemães com malinois, na procura das vantagens presentes em cada uma das raças, ardil que agora acontece um pouco por toda a parte. Temos seguido com atenção o produto desta “restemenga” e nada nos convenceu da sua excelência, até porque a selecção das duas raças obedeceu a pressupostos diferentes. Os tão aguardados mestiços acabam por retornar ao atavismo comum às duas matrizes, desprezando a selecção alemã, fortemente empenhada na procura da excelência do impulso ao conhecimento. A versatilidade do Deutscher Schäferhunde sucumbe perante a carga instintiva e é substituída por um forte impulso à luta, aumentando a dificuldade de controlo dos animais, podendo obrigar no seu adestramento a meios ou métodos mais coercivos. Muitos dos exemplares já produzidos apresentam um medo latente a uma desconfiança até então nunca vista. A maioria dos pastores alemães usados nesses cruzamentos é proveniente das linhas estéticas ou de exemplares laborais pequenos e de pouca envergadura, o que tem gerado exemplares com um CAP abaixo de 2 nos machos (exemplares com 60 cm de altura e com menos de 30 kg), o que torna sofrível a sua apresentação e poder dissuasor. A sua ossatura é mais frágil quando comparada com a do pastor alemão e o crânio é mais alongado, assiste-se à perca das angulações traseiras e à diminuição do comprimento da cauda. Alguns exemplares são naturalmente selados e o seu manto apresenta-se rarefeito. Subsistem ainda alguns cachorros preto-afogueados. O seu andamento preferencial transitou da marcha para o galope, o que é uma vantagem, porque melhora os índices de prontidão e o cão “come” mais metros por segundo. A sua força de impacto é maior devido ao aumento da velocidade nos ataques lançados, assiste-se ao ataque a vários golpes e a distintas zonas (tendencialmente o mestiço cai sobre tudo o que mexe). Contudo, a sua fragilidade é por demais notória nos contra-ataques, já que o cão pesa menos e pode ser projectado sem grande dificuldade (alguns saiem lesionados dos ataques, normente dos membros anteriores). O mestiço é mais guerrilheiro do que soldado e apresenta alguma dificuldade na identificação dos inimigos, resiste mais às ordens e sempre procura serviço, o que o transforma no cão ideal para vigilantes e justiceiros, para quem gosta de “molhar a sopa” e sempre procura inimigos. Há quem goste de cães assim, nós não!
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário