quarta-feira, 15 de junho de 2011

A CRISE ECONÓMICA E OS CÃES

Os cães são um bom barómetro para avaliar a situação económica de um país, porque a canicultura e a cinotecnia avançam ou recuam de acordo com o poder económico da classe média, porque é ela que as sustenta e a ela se deve o seu desenvolvimento, já que não conseguimos alterar as preferências das classes mais abastadas, mesmo que lhes levantemos os fantasmas da insegurança e do aumento da criminalidade (parece que nem o inferno lhes mete medo!). Diante da actual crise económica, agora já ninguém duvida que ela existe e que vai perdurar por mais algum tempo, os consultórios veterinários são menos concorridos, as inscrições escolares diminuem, alguns alunos estão desempregados e a procura de ração barata aumenta. A incidência de ninhadas é menor, o preço dos cachorros baixa e estabelece-se a venda a prestações, factos que muito agradam aos borlistas e que se constituem em excelente ocasião de negócio para alguns mais endinheirados. Os hotéis caninos vêem diminuir a sua afluência, as preferências assentam sobre os cães mais pequenos e tudo somado vai aumentar o abandono e abate do lobo familiar. Será que tínhamos cães a mais ou haveria muita gente sem condições para os ter? Independentemente das respostas, cada escola canina deverá viver de acordo com o particular da sua clientela e usar os seus membros para a sua divulgação e desenvolvimento, desenvolver um conjunto de estratégias que tornem o adestramento mais apelativo e alcançar novas utilidades para os seus cães, porque estamos perante um duro processo selectivo e só os adaptados sobreviverão. Hoje mais do que nunca, todos os sectores ligados à canicultura devem unir-se e disso dependerá a sua sobrevivência (criadores, proprietários, veterinários e adestradores, entre outros), porque o que a uns falta… não sobra aos outros. Esta necessidade, tornada sensível pela agudez económica, já há muito deveria ser contactada e implementada, porque como diz o povo e nisto parece ter razão: “Não há mal que sempre dure e bem que nunca se acabe”. Porem, ainda temos a esperança que os dias maus terão fim e sabemos que só a solidariedade poderá colmatar os dramas individuais. Nisso os portugueses sempre se agigantaram, suportando os momentos de crise e indo adiante. O desafio repete-se e a solução já é de todos conhecida. Porque persistimos nós (Acendura), em fazer da escola uma família? Dar-nos-ão razão agora?

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