domingo, 19 de setembro de 2010

No place to go, no way back;

Quem ler com atenção os nossos trabalhos, verá, sem qualquer dificuldade, que nos preocupamos com os cães (os nossos e os dos outros), através do esclarecimento e denúncia constantes, persistindo no adiantar de soluções que nos parecem correctas e que vão ao encontro das necessidades dos cães, subsídios adiantados pela erudição e comprovados pela nossa praxis. Quando se trata de reparar injustiças, o retomar dos temas torna-se obrigatório até que o reparo aconteça e a justiça seja feita. A relação do homem com o cão tende a ignorar o particular do lobo familiar, um animal que foi privado da liberdade, a quem foi surripiado o território, alterado o viver social, sujeito a constante transformação e sem retorno à autonomia original. O cão não tem para onde ir e nem tão pouco como retornar, porque se tornou na sombra do homem e dele depende para sobreviver, um escravo sem carta de alforria possível e que diariamente se contenta com as migalhas que lhe dão. Tardiamente, temos vindo a ser capazes de criar reservas ecológicas e optar pela conservação das espécies em vias de extinção, tanto marítimas quanto terrestres, e o cão? Não merecerá ele a mesma distinção? Não terá ele um ecossistema de eleição? Como poderemos aliviar-lhe o jugo e torná-lo mais feliz? Incompreensivelmente, sempre será mais fácil respeitar o habitat de um animal longínquo do que proceder ao reparo dum ao nosso lado, porque a sua condição de doméstico choca com a nossa liberdade individual, direito que não queremos ver chamuscado. O cão é um animal encalhado no homem, factor que o torna totalmente dependente do seu amo, com o destino agarrado ao de quem o adoptou. Conhecedores dessa dependência e apostados no bem-estar canino, apelamos aos donos no sentido de aliviarem o seu fardo e procederem às alterações para que tal aconteça, sabendo de antemão que muito poucos nos darão ouvidos.

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