Mais cedo ou mais tarde, já acontece um pouco por toda a parte e inevitavelmente virá a acontecer também entre nós, a hibridação entre as actuais raças caninas será um facto, contra a opinião de muitos e a favor do bem-estar dos cães, no intuito de reparar o mal que se fez e produzir animais mais saudáveis, sucedendo ao eugenismo negativo do passado, caracterizado maioritariamente pelas diferenças sem o aquilatar dos contras, um eugenismo autêntico e positivo que restituirá aos cães a qualidade de vida, a robustez, a saúde e a longevidade de que têm sido privados, o que implicará num retorno ao passado para um futuro mais risonho de acordo com as lições do presente, num baralhar das cartas com novas regras de jogo.
A procura de cães especialistas, fortemente empreendida desde os finais do Sec. XIX e amplamente continuada pelo Sec. XX adiante, manifestação descarada do mais puro especicismo e da mais abusiva manipulação genética, trouxe até nós as raças que hoje conhecemos, com as virtudes e defeitos que são do domínio público. O recurso à consanguinidade, enquanto pilar dos processos selectivos, para além da excelência estética ou laboral alcançada, acabou por dotar os diferentes grupos de indivíduos de incapacidades ou mazelas pelas quais são também identificados, dotando cada raça de insuficiências que lhe são típicas e indissociáveis.
Por força da ingerência humana, a selecção dos cães aconteceu para além dos auspícios da selecção natural, resultando a sua sobrevivência essencialmente da reciprocidade, modelo também extensível a todos os animais domésticos, tanto os de parceria como os destinados ao consumo, porque o homem domina sobre o planeta e todas as outras espécies estão-lhe sujeitas. Os cães têm sido privados do todo pela procura da parte e essa cegueira tem-lhes sido fatal. Fenótipos, desvios e mal formações têm vindo a ser aproveitados e o cão transformou-se num dos brinquedos de eleição dos homens, a pretexto de uma vantagem, utilidade ou simplesmente de um agrado, factores que contribuíram para o aumento da dependência canina e para o encurtamento dos seus dias.
A exagerada demanda pela “excelência” estética, que tem rasado a aberração, tem levado à formação de indivíduos frágeis e impróprios, periclitantes de morfologia e carácter, alimentado umas tantas runas e um sem número de desejos incontidos, a desfavor dos cães e do seu bem-estar. Quer queiramos ou não, as actuais raças resultaram do desequilíbrio quer psíquico quer morfológico, porque se potenciaram e desprezaram impulsos herdados, criaram-se novas curvas de crescimento e alterou-se a sã relação entre a altura e envergadura, a despeito da relação biológica e da influência dos ecossistemas, tornando a actual canicultura artificial e muitos cães sem qualquer préstimo. Por vezes, e isso tem sido repetidamente visível em todas as disciplinas cinotécnicas, um híbrido alcança prestações superiores às dos exemplares “puros” que estiveram na sua origem, o que a ninguém espanta atendendo à impraticabilidade de algumas raças.
Neste momento, mais no Novo Mundo que na Europa, como resposta aos problemas presentes nas diferentes raças, também na ânsia de criar novas mais robustas e equilibradas, a hibridação ganha peso e aceitação, mais aderentes e fregueses. Apesar de ainda nos encontrarmos na fase embrionária deste processo selectivo, vocacionado para a eliminação das menos valias sanitárias, morfológicas e psicológicas presentes nas actuais raças caninas, o número de híbridos cresce quase que espontaneamente. Como nos é impossível manifestar aqui todos, adiantaremos somente alguns casos: Shepadoodle (CPA + Poodle), Bullmation (Bulldog + Dálmata), Lab-Pointer (Labrador + Pointer), Beagleman (Beagle + Doberman) e Beabull (Beagle + Bulldog). Esta novidade já há muito que se encontra enraizada nos nossos caçadores, que fartos de aturar as madurezas dos cães puros, optam pela sua mestiçagem, nem sempre alcançando melhores resultados, porque desconhecem a genética e as suas leis. À parte disso, certos mestiços são melhores do que o puro que entrou na sua construção, o que nos leva à consideração do excelente contributo do rafeiro. Enquanto trabalharmos em “Quadro Aberto” no CPA, usando as diferentes variedades cromáticas presentes na raça, não teremos necessidade de concorrer à hibridação, porque a multivariedade virá em nosso auxílio. O mesmo não sucederá naquelas que apenas subsistem pelo concurso da variedade dominante. Não esterilizem os rafeiros, porque poderão vir a necessitar deles, porque apesar de desleixados, o seu equilíbrio poderá vir a ser útil a outros mais conceituados.
A procura de cães especialistas, fortemente empreendida desde os finais do Sec. XIX e amplamente continuada pelo Sec. XX adiante, manifestação descarada do mais puro especicismo e da mais abusiva manipulação genética, trouxe até nós as raças que hoje conhecemos, com as virtudes e defeitos que são do domínio público. O recurso à consanguinidade, enquanto pilar dos processos selectivos, para além da excelência estética ou laboral alcançada, acabou por dotar os diferentes grupos de indivíduos de incapacidades ou mazelas pelas quais são também identificados, dotando cada raça de insuficiências que lhe são típicas e indissociáveis.
Por força da ingerência humana, a selecção dos cães aconteceu para além dos auspícios da selecção natural, resultando a sua sobrevivência essencialmente da reciprocidade, modelo também extensível a todos os animais domésticos, tanto os de parceria como os destinados ao consumo, porque o homem domina sobre o planeta e todas as outras espécies estão-lhe sujeitas. Os cães têm sido privados do todo pela procura da parte e essa cegueira tem-lhes sido fatal. Fenótipos, desvios e mal formações têm vindo a ser aproveitados e o cão transformou-se num dos brinquedos de eleição dos homens, a pretexto de uma vantagem, utilidade ou simplesmente de um agrado, factores que contribuíram para o aumento da dependência canina e para o encurtamento dos seus dias.
A exagerada demanda pela “excelência” estética, que tem rasado a aberração, tem levado à formação de indivíduos frágeis e impróprios, periclitantes de morfologia e carácter, alimentado umas tantas runas e um sem número de desejos incontidos, a desfavor dos cães e do seu bem-estar. Quer queiramos ou não, as actuais raças resultaram do desequilíbrio quer psíquico quer morfológico, porque se potenciaram e desprezaram impulsos herdados, criaram-se novas curvas de crescimento e alterou-se a sã relação entre a altura e envergadura, a despeito da relação biológica e da influência dos ecossistemas, tornando a actual canicultura artificial e muitos cães sem qualquer préstimo. Por vezes, e isso tem sido repetidamente visível em todas as disciplinas cinotécnicas, um híbrido alcança prestações superiores às dos exemplares “puros” que estiveram na sua origem, o que a ninguém espanta atendendo à impraticabilidade de algumas raças.
Neste momento, mais no Novo Mundo que na Europa, como resposta aos problemas presentes nas diferentes raças, também na ânsia de criar novas mais robustas e equilibradas, a hibridação ganha peso e aceitação, mais aderentes e fregueses. Apesar de ainda nos encontrarmos na fase embrionária deste processo selectivo, vocacionado para a eliminação das menos valias sanitárias, morfológicas e psicológicas presentes nas actuais raças caninas, o número de híbridos cresce quase que espontaneamente. Como nos é impossível manifestar aqui todos, adiantaremos somente alguns casos: Shepadoodle (CPA + Poodle), Bullmation (Bulldog + Dálmata), Lab-Pointer (Labrador + Pointer), Beagleman (Beagle + Doberman) e Beabull (Beagle + Bulldog). Esta novidade já há muito que se encontra enraizada nos nossos caçadores, que fartos de aturar as madurezas dos cães puros, optam pela sua mestiçagem, nem sempre alcançando melhores resultados, porque desconhecem a genética e as suas leis. À parte disso, certos mestiços são melhores do que o puro que entrou na sua construção, o que nos leva à consideração do excelente contributo do rafeiro. Enquanto trabalharmos em “Quadro Aberto” no CPA, usando as diferentes variedades cromáticas presentes na raça, não teremos necessidade de concorrer à hibridação, porque a multivariedade virá em nosso auxílio. O mesmo não sucederá naquelas que apenas subsistem pelo concurso da variedade dominante. Não esterilizem os rafeiros, porque poderão vir a necessitar deles, porque apesar de desleixados, o seu equilíbrio poderá vir a ser útil a outros mais conceituados.