quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

NÓS POR CÁ: COMO PODERÃO ENSINAR O QUE NÃO SABEM?

Os portugueses acordaram hoje com uma notícia inquietante, porém esperada e tornada manchete pelo jornal PÚBLICO: “ALUNOS COM PIORES NOTAS A PORTUGUÊS VÃO PARA PROFESSORES”. A afirmação do jornal é sustentada num estudo divulgado pela Direcção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC), que diz que os alunos que se candidatam a cursos do ensino superior na área da Educação são aqueles que, em média, têm pior desempenho a Português no exame nacional: 10,2 valores em 20. Somente os alunos que optam por seguir cursos na área dos Serviços (Turismo, Serviço Social e Restauração) obtiveram uma classificação mais baixa neste exame: 10 valores. Os alunos que têm, em média, melhor nota no exame português (12,4) são os da área da Saúde, como Medicina e Enfermagem e, os que têm ingressado em cursos de Ciências Sociais, Jornalismo e Informação encontram-se em quarto lugar, com uma média de 11,8, segundo o mesmo estudo da DGEEC.
Segundo FILOMENA VIEGAS, Presidente da Associação de Professores de Português (APP), o resultado deste estudo “Não constituiu qualquer surpresa” e que “Esta era já uma leitura intuitiva que se fazia a partir das notas mínimas exigidas para determinados cursos e universidades". Esta triste realidade, de acordo com o PÚBLICO, pode estar relacionada com o facto dos alunos de Saúde precisarem de médias gerais mais altas para ingressar nos seus cursos, como é o caso da Medicina que exige uma média a rondar os 18 valores, enquanto a média de Educação ronda os 12 valores. Este estudo revelou também que as raparigas têm melhores notas do que os rapazes no exame de português e que as melhores médias neste exame vêm de escolas secundárias situadas nos Distritos de Viseu, Viana do Castelo e Santarém.
Afinal não é só Portugal e os portugueses que estão a morrer, por via da desertificação e da baixa taxa de natalidade, a sua língua está também em vias de desaparecer, quando entregue a estes filólogos da treta, doutores das estatísticas e adeptos de acordos ortográficos suicidas. Como poderão ensinar aos seus alunos o que não sabem e exigir-lhes maior dedicação ao que desprezaram? E o mais curioso disto tudo, é que no adestramento e na cinecultura acontece exactamente o mesmo, já que acaba a ensinar quem é menos habilitado para o fazer, mestres maioritariamente recrutados da base da pirâmide social, pouco fundamentados e oriundos de profissões mal remuneradas, pobres diabos convertidos em adestradores que se julgam deuses por receber meia-dúzia de moedas e alguns favores fortuitos. Nada disto me surpreende, porque sempre ouvi dizer que um doutor é um burro carregado de livros!

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