Os portugueses acordaram
hoje com uma notícia inquietante, porém esperada e tornada manchete pelo jornal
PÚBLICO: “ALUNOS COM PIORES NOTAS A PORTUGUÊS
VÃO PARA PROFESSORES”. A afirmação do jornal é sustentada num
estudo divulgado pela Direcção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC),
que diz que os alunos que se candidatam a cursos do ensino superior na área da
Educação são aqueles que, em média, têm pior desempenho a Português no exame
nacional: 10,2 valores em 20. Somente os alunos que optam por seguir cursos na
área dos Serviços (Turismo, Serviço Social e Restauração) obtiveram uma
classificação mais baixa neste exame: 10 valores. Os alunos que têm, em média,
melhor nota no exame português (12,4) são os da área da Saúde, como Medicina e
Enfermagem e, os que têm ingressado em cursos de Ciências Sociais, Jornalismo e
Informação encontram-se em quarto lugar, com uma média de 11,8, segundo o mesmo
estudo da DGEEC.
Segundo FILOMENA VIEGAS,
Presidente da Associação de Professores de Português (APP), o resultado deste
estudo “Não constituiu qualquer surpresa” e que “Esta era já uma leitura
intuitiva que se fazia a partir das notas mínimas exigidas para determinados
cursos e universidades". Esta triste realidade, de acordo com o PÚBLICO, pode
estar relacionada com o facto dos alunos de Saúde precisarem de médias gerais
mais altas para ingressar nos seus cursos, como é o caso da Medicina que exige
uma média a rondar os 18 valores, enquanto a média de Educação ronda os 12
valores. Este estudo revelou também que as raparigas têm melhores notas do que
os rapazes no exame de português e que as melhores médias neste exame vêm de
escolas secundárias situadas nos Distritos de Viseu, Viana do Castelo e
Santarém.
Afinal não é só Portugal e
os portugueses que estão a morrer, por via da desertificação e da baixa taxa de
natalidade, a sua língua está também em vias de desaparecer, quando entregue a
estes filólogos da treta, doutores das estatísticas e adeptos de acordos
ortográficos suicidas. Como poderão ensinar aos seus alunos o que não sabem e
exigir-lhes maior dedicação ao que desprezaram? E o mais curioso disto tudo, é
que no adestramento e na cinecultura acontece exactamente o mesmo, já que acaba
a ensinar quem é menos habilitado para o fazer, mestres maioritariamente
recrutados da base da pirâmide social, pouco fundamentados e oriundos de
profissões mal remuneradas, pobres diabos convertidos em adestradores que se
julgam deuses por receber meia-dúzia de moedas e alguns favores fortuitos. Nada
disto me surpreende, porque sempre ouvi dizer que um doutor é um burro
carregado de livros!
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