A cerca de 20 km ao norte de
Perpignan, em Salses-le-Château, nos Pirinéus Orientais, ergue-se uma magnífica
fortaleza construída no Séc. XV, visível da auto-estrada A9 e bem perto da
fronteira franco-espanhola, fortaleza que chegou a ser parcialmente restaurada
por Vauban(1) antes de perder a sua importância estratégica após o
Tratado dos Pirinéus de 1659.
Mas não é da fortaleza nem
da sua importância militar que iremos falar, mas de umas visitas especiais que
tem ido ao seu fosso, um rebanho de 450 ovelhas que ali irá pastar até ao dia
de amanhã, com o propósito de produzir o estrume necessário para alimentar os
insectos coprófagos, que são a principal fonte de alimento dos morcegos residentes
no monumento, segundo fez saber Jacqueline Maillé, administradora da fortaleza,
que diz ser esta iniciativa parte integrante de um projecto de eco-pastagem. Para
além disso, a presença dos morcegos permitiu a integração da fortaleza na rede
Natura 2000, que tem como objectivo preservar os sítios de importância europeia
para estas espécies.
Os
franceses têm-se mostrado engenhosos e empenhados em soluções ecológicas, bem
mais que os portugueses, que normalmente pouco consideram os seus ecossistemas
e o impacto ambiental das suas escolhas. Para não fugir ao tema, pergunta-se:
para quando o estudo do impacto ambiental do Novo Aeroporto de Lisboa? Enquanto
não sabemos, resta-nos dar os parabéns aos franceses pelas soluções ecológicas
encontradas.
(1) Sébastien Le Prestre, Marquês de Vauban, também
conhecido por Sébastien Le Prestre de Vauban, foi um arquitecto militar
francês, introdutor do chamado estilo Vauban de fortificação. Especialista em
poliorcética, diz-se que deu à França uma impenetrável cintura de aço. Foi
nomeado Marechal de França por Luís XIV.
Sem comentários:
Enviar um comentário