“CANE TOAD”
é o nome inglês atribuído ao sapo RHINELLA
MARINA, outrora chamado de BUFO
MARINUS, popularmente conhecido no Brasil como SAPO-BOI
ou SAPO-CURURU (1), nativo dos Américas
Central e do Sul, que foi introduzido pela primeira vez na Austrália em 1935
para matar os insectos que dizimavam a produção de cana-de-açúcar.
Hoje é considerado uma
verdadeira praga em várias partes da Austrália, porque não tem ali predadores
naturais, tem um apetite voraz e é extraordinariamente fértil, sucesso
reprodutivo advindo da sua cadeia alimentar, da qual constam tanto animais
vivos como mortos. Adultos e girinos são igualmente tóxicos, como tóxica é a
sua pele, pormenor que os torna letais quando ingeridos por muitos predadores
nativos e que afecta também os animais domésticos e de estimação. O maior
exemplar já visto media 35 cm do focinho à cloaca e pesava 2,65 kg.
Também os cães
australianos estão a ser vítimas desde sapo, quando lambem uma substância alucinogénia(2) que ele segrega, tornando-os viciados nela e sempre
ávidos para receber uma nova dose de Sapo-Cururu, psicotrópico que
afortunadamente não lhes é letal. Quando “pedrados”, os cães apresentam as
pupilas dilatadas, agem de forma estranha e não vêm quando chamados. É possível
que os cães já tenham aprendido a obter os efeitos alucinogénios sem se deixarem
envenenar, apesar de subsistirem efeitos colaterais.
Contudo,
o consumo exagerado e persistente desta substância poderá levar à morte dos cães
por ela agarrados. Como o fenómeno não se remete somente a duas ou três terras
australianas, mas a todas onde existem sapos venenosos, os cães nestas
condições virão a ser sujeitos a uma verdadeira cura de desintoxicação,
prevendo-se para breve a constituição de grupos de apoio para ajudar na
eliminação da dependência, tarefa que à partida não se prefigura fácil. O
Sapo-Boi e os cães não combinam, a menos que queiramos ver os últimos
permanentemente ganzados!
(1)Também
conhecido em espanhol como SAPO DE CAÑA. (2)BUFOTENINA,
químico que na Austrália é classificado como droga de classe 1, a mesma que é
atribuída à heroína e cocaína. Os índios sul-americanos usam este veneno na
caça e na pesca.
Sem comentários:
Enviar um comentário