Quando os nossos alunos partem, levam-nos parte de
nós, momentos que tentaremos reviver com os que chegam. Dos maus, velhacos ou
pouco aplicados depressa nos esqueceremos, talvez nos lembremos dos seus cães e
venhamos a servir-nos do seu exemplo como advertência. Os bons e os broncos jamais
esqueceremos, porque os primeiros justificaram o nosso trabalho e os últimos
emprestaram-lhe alguma graça. Alguns permanecerão nossos amigos para além do
desaparecimento dos seus companheiros, uns deixarão de dar notícia e outros
retornarão com novos cães ou indicar-nos-ão aos seus familiares e conhecidos.
Mas o que mais nos custa, é o desaparecimento dos cães, porque os ajudámos a
crescer, trabalhámos para a sua capacitação e sentimo-los também nossos. Apesar
de não haverem dois cães iguais, muitos dos que já pereceram, ainda nos servem
de referência para os que agora chegam, dando-nos ânimo para prosseguir e força
para acreditar. Nunca nos esqueceremos dos binómios que entre nós se
destacaram, das dificuldades que enfrentaram e das vitórias que alcançaram,
porque estivemos presentes em todos esses momentos, advertindo, animando,
ensinando, socorrendo e corrigindo homens e cães, até à transcendência da
constituição binomial. E nisto não diferimos dos pais, que estando os filhos
aptos, só lhes resta vê-los partir.
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
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