Para se evitarem possíveis desentendimentos domésticos,
convém que a aquisição de um cão seja uma decisão familiar e não uma opção
exclusiva de um dos seus membros, a bem da família e do bem-estar do animal.
Levar um cão para casa, deverá ser uma decisão
bem pensada, porque irá obrigar a algumas alterações e todos deverão ter
conhecimento disso, considerando a inevitável coabitação, que nem sempre é
fácil e automática. E neste sentido, a raça a escolher é deveras
importante, porque deverá preencher as expectativas de todos, não agravar em
demasia o seu caderno de encargos e possibilitar a conservação do património
doméstico, intacto e asseado. Para quem não quer um cão roedor, inquieto,
agressivo, exigente e barulhento, o Cão de Água Português poderá ser a melhor
da opções, porque é ajuizado, calmo, bastante sociável e de fácil integração,
características que o distinguem da maioria dos cães, quando somadas ao seu
carácter afável, propensão silenciosa e extraordinária cumplicidade.
Ao contrário doutros, devido à sua rusticidade, ele
exige menos disponibilidade física dos donos, é de fácil contentamento e não se
torna incómodo, para além de ser alegre e de não largar pêlo, particular que
muito facilita a sua instalação dentro de casa, onde não hostiliza as visitas e
se sente particularmente à vontade, comportando-se como um verdadeiro
“gentleman”, recebendo todos de bom grado, respeitando o seu espaço e acorrendo
às suas solicitações, contribuindo de sobremaneira para o bom ambiente à sua
volta. É normalmente adquirido por pessoas de meia-idade, gente que já
ultrapassou o tempo dos abusos e que privilegia as amizades, que procura manter
a harmonia à sua volta e que não dispensa a paz, mais dada aos afectos do que
às inimizades, funcionando o cão como uma extensão do seu status.
Como é amigo do seu dono e apto para lhe fazer as
vontades, aprende com muita facilidade e assume, sem maior dificuldade, as
incumbências ou tarefas que lhe forem distribuídas, podendo constituir-se num
animal de desporto ou de competição, apesar de não ser essa a sua principal
vocação. Diante do adestramento clássico, que comporta as disciplinas de
obediência, pistagem e guarda, ele irá obter melhor classificação na obediência
do que nas outras disciplinas, o que não invalida que venha a ser um bom
cão-pastor ou um caçador razoável. Alcança particular notoriedade no transporte
de objectos, podendo “trazer à mão” muitos deles. Como cão de salvamento dentro
de água, necessita de maior envergadura, o que não o exclui da detecção e da
prestação de socorro.
Menos territorial que os comuns lupinos e os
molossos, mais saudável que os toys e bassetóides, mais comunicativo que os
lebróides, menos ciumento que os caniches, mais ajuizado que os bracóides e
menos estridente que os vulpinos, o Cão de Água Português é um companheiro de
excepção, um amigo postado ao nosso lado que tudo faz para não incomodar, que
assimila o nosso modo de vida como seu, acompanhando-nos por toda a parte sem
nos comprometer. Quem o aconselhou como cão de família ao Sr. Barack Hussein
Obama II, não o enganou! É estranho que a maioria dos portugueses desconheça o
seu Cão de Água e leve para dentro de casa outros cães, mais sensíveis,
problemáticos e quezilentos que o nosso companheiro algarvio. Quer viver
tranquilo com um cão ao lado? Não hesite, vá buscar um Cão de Água Português!
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