O QUE É O “QUIETO”. O “quieto” é um automatismo de imobilização próprio para a cessação das acções. É um comando que desnecessita do concurso das outras imobilizações e que geralmente as reforça como trinco. Consiste na imobilização automática do cão e é por isso mesmo um subsídio de travamento eficaz. O recurso sistemático ao comando tende a reforçar a liderança e a aumentar a submissão canina.
INSTALAÇÃO DO COMANDO E USO ABUSIVO. Entendemos o “quieto” como uma decorrência do “junto” e só operamos a sua instalação depois de alcançado o tri-comando básico (“alto”, “senta” e “deita”). Instalar o comando desde tenra idade num cachorro é abusivo, porque o travamento induz à inibição e esta tende a fragilizar o carácter. Os cachorros que forem sobrecarregados na obediência em detrimento da ginástica, por força do condicionamento abusivo que obsta à curiosidade, verão a sua capacidade de aprendizagem reduzida e serão por isso mesmo menos propensos a desafios, podendo mais tarde constituir-se em estátuas ou múmias. O uso precoce do travamento dificulta os desejáveis laços afectivos binomiais, inibe a velocidade canina e transforma os cães em simples autómatos, robots sem vida própria e isentos de alegria.
PARA QUE SERVE O “QUIETO”. O “quieto” enquanto subsídio de travamento serve um tríplice objectivo: a salvaguarda do cão, a protecção do dono e a cessação das acções caninas (automáticas ou ordenadas).
COMO FAZER O “QUIETO”. Se entendermos a obediência como um meio para o cão ser recompensado, tanto este comando como todos os outros poderão ser alcançados naturalmente. O “quieto” acontece primeiro ao lado do dono, depois perante o seu afastamento e finalmente na sua ausência, de acordo coma resposta animal que deverá ver premiado o seu esforço. A execução do comando pode não dispensar o uso da trela ou da corda de 6 metros e obrigar ao prender do cão. Como já tratámos este procedimento em artigos anteriores e não nos querendo repetir, aconselhamos a sua leitura aos interessados.
OLHAR AO REDOR E PÔR-SE EM FUGA. O que é natural nos cães saudáveis é a desobediência, porque são competitivos, nascem com impulso ao poder e lutam por chegar mais alto na escala hierárquica. Essa ascensão sempre será suportada pelo impulso à luta quando acompanhado pelos restantes que o alimentam (ao alimento, movimento, defesa e conhecimento). Assim facilmente se compreende como a obediência é uma decorrência da dependência canina e nisto os cães não diferem muito dos homens, porque ambos são seres sociais e em cada um deles persiste um indivíduo. Os cães de maior dominância e os de reconhecida submissão resistirão ao comando, os primeiros por resistência à autoridade e os segundos por se sentirem mais vulneráveis face à separação dos donos. Ambos lançarão mão de vários estrategas para se libertarem da ordem. Um dos mais comuns e a que importa estar atento é o dos cães que invariavelmente viram a cabeça em diferentes direcções quando imobilizados, lançando-se em fuga logo após isso, coisa interdita e que deve de imediato ser combatida. A solução virá da fixação exclusiva na pessoa do dono, alcançável tanto pela dependência como pelo reforço da autoridade (certeza da recompensa ou recurso a comando inibitório).
A RELAÇÃO DO “QUIETO” COM A SOCIABILIZAÇÃO. É loucura proceder a qualquer sociabilização sem a certeza de um ou mais comandos de travamento (imobilização), até porque os cães fogem dos donos para guerrearem entre si e sabem que tal desagrada aos seus líderes, contudo não resistem e cedem às suas paixões. Por detrás do êxito na sociabilização esconde-se o “quieto”, quando correctamente aplicado e usado como meio para a familiarização que a antecede a sociabilização propriamente dita. Muitos tentam alcançar a familiarização pela separação dos cães ou pelo seu afastamento, o que atrasa significativamente o processo pedagógico e geralmente não resulta. Para haver luta é necessário haver dois contendores e se um não iniciar as hostilidades e o outro for atrelado, dificilmente ela acontecerá. As manobras de sociabilização mais objectivas que praticamos resultam da prestação do “quieto” (contorno, enquadramento e duo, mais tarde voltaremos a elas). Há alguns anos atrás (não muitos), ouvimos uma história caricata acerca disto, a de uma senhora que tinha um cão dito agressivo e que passava as horas do treino, dia pós dia e semana após semana, com ele dentro do seu automóvel a ver os outros cães a treinar, segundo o parecer do director dessa escola para alcançar a sociabilização do seu pupilo. Quando a coisa parecia ir bem, quando o cão já não ladrava de dentro do carro para os outros, optava-se por o levar à pista e “apresentá-lo” aos demais. Depois de várias tentativas frustradas pelos constantes desacatos, a senhora optou por zarpar dali e procurar quem lhe valesse. A sociabilização é um prémio oferecido pela obediência, particularmente quando a familiarização é inexistente ou abrupta, entre iguais ou espécies diferentes.
O “QUIETO” COMO MODO DE CORRECÇÃO. Os cães detestam ver-se privados da presença dos donos e geralmente “entendem” isso como forma de castigo, porque o isolamento forçado atenta contra o seu viver social, pois nasceram para o grupo, não sobrevivem sem ele e sempre carregam as suas marcas. Obrigar um cão ao “quieto” e dispensá-lo de nos acompanhar é para ele um castigo tremendo, algo que o transtorna e que sente vivamente na pele, porque se sente preterido ou desprezado. E se no meio disto tudo formos afagar outro cão, o castigo vira tortura e regressará para nós tal qual “filho pródigo”, arrependido, manso, obediente e solícito, tudo fazendo para nos agradar e demonstrando a sua gratidão. Dispensamos esta terapia, excepcionalmente, para os cães que nasceram muito dominantes ou para aqueles que se comportam como tal.
LIMITES E AUTONOMIA DO “QUIETO”. O “quieto”, depois de convenientemente instalado e tirando-se partido de uma imobilização mais cómoda para o animal, deve garantir a execução da ordem num período de até 2 horas, muito embora cães bem treinados possam ultrapassar esse limite, na ausência do dono e com serviço destinado. A distância que separará o emissor e o receptor da ordem (homem e cão), que deverá acontecer de modo gradual, será garantida pela recepção da linguagem empregue ou escolhida (verbal, gestual, sonora ou mediante outro condicionamento prévio e específico). Apesar do “quieto” poder contribuir para o robustecimento de carácter dos cães mais frágeis, eles não devem ser por demais explorados nesse trabalho, porque enveredam pela letargia, perdem auto-defesa e tornam-se mais vulneráveis. Sempre será melhor investir no “junto”, porque só a certeza da presença do dono manterá confiança do cão na sua ausência.
A APLICAÇÃO DO “QUIETO” NA DISCIPLINA DE GUARDA. A guarda do automóvel é quase automática e não carece de grande número de lições ou de recapitulação constante, desde que não se atente contra ela ou se opere a descodificação do animal, porque o cão sente-se “dentro de casa”, no seu território e sabe a quem a viatura pertence. Maiores dificuldades terão os cães que raramente entram nas viaturas dos seus donos, porque as associam ao mal-estar ou a saídas de emergência, normalmente incómodas e do seu desagrado. A partir do “quieto” se inicia a habituação binomial aos disparos e se instala a guarda de pessoas e bens, ainda que as tarefas necessitem de comandos específicos. Podemos dizer, sem correr o risco de nos equivocarmos, que o “quieto” alerta o cão para as acções e propicia a sua concentração para o policiamento pretendido. Por outro lado, e acima de tudo o que foi dito, o comando possibilita a ocultação do cão, a suspensão dos seus ataques e a eliminação das suas arremetidas furtivas.
O “QUIETO” E A SALVAGUARDA DO CÃO. Porque não somos adeptos das “guerras de alecrim e manjerona” e já há muito abandonámos a brincadeira dos polícias e ladrões, levados pela maturidade e confiantes na ordem estabelecida, ensinamos o “quieto” primordialmente para a salvaguarda dos cães, objectivo maior do nosso ofício e do qual não abdicamos. E quando o fazemos estamos a pensar nos cães que morrem atropelados diariamente, nos sujeitos a quarentenas e naqueles que virão a ser abatidos. A diminuição dos riscos e a prevenção contra acidentes podem ser alcançadas pelo “quieto”, um comando que ao procurar a salvaguarda dos cães aposta em simultâneo no bem-estar dos cidadãos. O “quieto” é um assunto vastíssimo e a sua aplicação muito diversificada. Não obstante, estamos prontos para maiores explicações.
INSTALAÇÃO DO COMANDO E USO ABUSIVO. Entendemos o “quieto” como uma decorrência do “junto” e só operamos a sua instalação depois de alcançado o tri-comando básico (“alto”, “senta” e “deita”). Instalar o comando desde tenra idade num cachorro é abusivo, porque o travamento induz à inibição e esta tende a fragilizar o carácter. Os cachorros que forem sobrecarregados na obediência em detrimento da ginástica, por força do condicionamento abusivo que obsta à curiosidade, verão a sua capacidade de aprendizagem reduzida e serão por isso mesmo menos propensos a desafios, podendo mais tarde constituir-se em estátuas ou múmias. O uso precoce do travamento dificulta os desejáveis laços afectivos binomiais, inibe a velocidade canina e transforma os cães em simples autómatos, robots sem vida própria e isentos de alegria.
PARA QUE SERVE O “QUIETO”. O “quieto” enquanto subsídio de travamento serve um tríplice objectivo: a salvaguarda do cão, a protecção do dono e a cessação das acções caninas (automáticas ou ordenadas).
COMO FAZER O “QUIETO”. Se entendermos a obediência como um meio para o cão ser recompensado, tanto este comando como todos os outros poderão ser alcançados naturalmente. O “quieto” acontece primeiro ao lado do dono, depois perante o seu afastamento e finalmente na sua ausência, de acordo coma resposta animal que deverá ver premiado o seu esforço. A execução do comando pode não dispensar o uso da trela ou da corda de 6 metros e obrigar ao prender do cão. Como já tratámos este procedimento em artigos anteriores e não nos querendo repetir, aconselhamos a sua leitura aos interessados.
OLHAR AO REDOR E PÔR-SE EM FUGA. O que é natural nos cães saudáveis é a desobediência, porque são competitivos, nascem com impulso ao poder e lutam por chegar mais alto na escala hierárquica. Essa ascensão sempre será suportada pelo impulso à luta quando acompanhado pelos restantes que o alimentam (ao alimento, movimento, defesa e conhecimento). Assim facilmente se compreende como a obediência é uma decorrência da dependência canina e nisto os cães não diferem muito dos homens, porque ambos são seres sociais e em cada um deles persiste um indivíduo. Os cães de maior dominância e os de reconhecida submissão resistirão ao comando, os primeiros por resistência à autoridade e os segundos por se sentirem mais vulneráveis face à separação dos donos. Ambos lançarão mão de vários estrategas para se libertarem da ordem. Um dos mais comuns e a que importa estar atento é o dos cães que invariavelmente viram a cabeça em diferentes direcções quando imobilizados, lançando-se em fuga logo após isso, coisa interdita e que deve de imediato ser combatida. A solução virá da fixação exclusiva na pessoa do dono, alcançável tanto pela dependência como pelo reforço da autoridade (certeza da recompensa ou recurso a comando inibitório).
A RELAÇÃO DO “QUIETO” COM A SOCIABILIZAÇÃO. É loucura proceder a qualquer sociabilização sem a certeza de um ou mais comandos de travamento (imobilização), até porque os cães fogem dos donos para guerrearem entre si e sabem que tal desagrada aos seus líderes, contudo não resistem e cedem às suas paixões. Por detrás do êxito na sociabilização esconde-se o “quieto”, quando correctamente aplicado e usado como meio para a familiarização que a antecede a sociabilização propriamente dita. Muitos tentam alcançar a familiarização pela separação dos cães ou pelo seu afastamento, o que atrasa significativamente o processo pedagógico e geralmente não resulta. Para haver luta é necessário haver dois contendores e se um não iniciar as hostilidades e o outro for atrelado, dificilmente ela acontecerá. As manobras de sociabilização mais objectivas que praticamos resultam da prestação do “quieto” (contorno, enquadramento e duo, mais tarde voltaremos a elas). Há alguns anos atrás (não muitos), ouvimos uma história caricata acerca disto, a de uma senhora que tinha um cão dito agressivo e que passava as horas do treino, dia pós dia e semana após semana, com ele dentro do seu automóvel a ver os outros cães a treinar, segundo o parecer do director dessa escola para alcançar a sociabilização do seu pupilo. Quando a coisa parecia ir bem, quando o cão já não ladrava de dentro do carro para os outros, optava-se por o levar à pista e “apresentá-lo” aos demais. Depois de várias tentativas frustradas pelos constantes desacatos, a senhora optou por zarpar dali e procurar quem lhe valesse. A sociabilização é um prémio oferecido pela obediência, particularmente quando a familiarização é inexistente ou abrupta, entre iguais ou espécies diferentes.
O “QUIETO” COMO MODO DE CORRECÇÃO. Os cães detestam ver-se privados da presença dos donos e geralmente “entendem” isso como forma de castigo, porque o isolamento forçado atenta contra o seu viver social, pois nasceram para o grupo, não sobrevivem sem ele e sempre carregam as suas marcas. Obrigar um cão ao “quieto” e dispensá-lo de nos acompanhar é para ele um castigo tremendo, algo que o transtorna e que sente vivamente na pele, porque se sente preterido ou desprezado. E se no meio disto tudo formos afagar outro cão, o castigo vira tortura e regressará para nós tal qual “filho pródigo”, arrependido, manso, obediente e solícito, tudo fazendo para nos agradar e demonstrando a sua gratidão. Dispensamos esta terapia, excepcionalmente, para os cães que nasceram muito dominantes ou para aqueles que se comportam como tal.
LIMITES E AUTONOMIA DO “QUIETO”. O “quieto”, depois de convenientemente instalado e tirando-se partido de uma imobilização mais cómoda para o animal, deve garantir a execução da ordem num período de até 2 horas, muito embora cães bem treinados possam ultrapassar esse limite, na ausência do dono e com serviço destinado. A distância que separará o emissor e o receptor da ordem (homem e cão), que deverá acontecer de modo gradual, será garantida pela recepção da linguagem empregue ou escolhida (verbal, gestual, sonora ou mediante outro condicionamento prévio e específico). Apesar do “quieto” poder contribuir para o robustecimento de carácter dos cães mais frágeis, eles não devem ser por demais explorados nesse trabalho, porque enveredam pela letargia, perdem auto-defesa e tornam-se mais vulneráveis. Sempre será melhor investir no “junto”, porque só a certeza da presença do dono manterá confiança do cão na sua ausência.
A APLICAÇÃO DO “QUIETO” NA DISCIPLINA DE GUARDA. A guarda do automóvel é quase automática e não carece de grande número de lições ou de recapitulação constante, desde que não se atente contra ela ou se opere a descodificação do animal, porque o cão sente-se “dentro de casa”, no seu território e sabe a quem a viatura pertence. Maiores dificuldades terão os cães que raramente entram nas viaturas dos seus donos, porque as associam ao mal-estar ou a saídas de emergência, normalmente incómodas e do seu desagrado. A partir do “quieto” se inicia a habituação binomial aos disparos e se instala a guarda de pessoas e bens, ainda que as tarefas necessitem de comandos específicos. Podemos dizer, sem correr o risco de nos equivocarmos, que o “quieto” alerta o cão para as acções e propicia a sua concentração para o policiamento pretendido. Por outro lado, e acima de tudo o que foi dito, o comando possibilita a ocultação do cão, a suspensão dos seus ataques e a eliminação das suas arremetidas furtivas.
O “QUIETO” E A SALVAGUARDA DO CÃO. Porque não somos adeptos das “guerras de alecrim e manjerona” e já há muito abandonámos a brincadeira dos polícias e ladrões, levados pela maturidade e confiantes na ordem estabelecida, ensinamos o “quieto” primordialmente para a salvaguarda dos cães, objectivo maior do nosso ofício e do qual não abdicamos. E quando o fazemos estamos a pensar nos cães que morrem atropelados diariamente, nos sujeitos a quarentenas e naqueles que virão a ser abatidos. A diminuição dos riscos e a prevenção contra acidentes podem ser alcançadas pelo “quieto”, um comando que ao procurar a salvaguarda dos cães aposta em simultâneo no bem-estar dos cidadãos. O “quieto” é um assunto vastíssimo e a sua aplicação muito diversificada. Não obstante, estamos prontos para maiores explicações.
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