À menor contrariedade ouvimos a alguém: “ vou pôr o meu cão a dormir”, ao invés de dizer: “vou mandar matá-lo”. A injecção letal tudo resolve desde problemas de sociabilização a acidentes esporádicos, encobre o descarte e merece a aceitação geral, porque os cães podem ser perigosos e é melhor cortar o mal pela raiz! Muitos deles antes da contagem decrescente ainda passam pela castração, mas como o sucesso não é absoluto, ficam a aguardar a picada final nos canis terminais municipais. Paira no ar um reboliço inquisitório, os vizinhos espreitam, anunciam a sentença e lamentam a demora: “ já mandou matar o seu cão? Está à espera de quê?” À conta dessa pressão social já muitos inocentes foram abatidos, companheiros que não foram ouvidos e pagaram com a vida os crimes dos seus donos. Ser proprietário de um cão hoje é um acto heróico, porque é preciso ter coragem para enfrentar o número crescente de esbirros, sedentos de sangue e ávidos de morte, carrascos de outros substancialmente melhores do que eles que não hesitam em provocar.
No Domingo chegou uma senhora alarmada à escola, já veio fora de horas e carregava um semblante triste. O seu Pastor Alemão de 4 anos de idade havia atacado uma vizinha e a situação estava a tornar-se insustentável face ao veredicto dos restantes moradores. Querendo dar uma oportunidade ao animal, indicada por uma veterinária nossa ex-aluna, solicitou-nos a adopção do cão, porque o tem em grande estima e tem sido o seu único companheiro, agora que está viúva e vive só. Com a morte do marido o cão deixou de vir à rua, porque puxa pela trela, tem muita força e é muito grande. Apesar de não termos sido os criadores do animal, conhecemos a sua origem genética e sabemos do que é capaz. No nosso entender o acidente foi motivado por ciúme, agravado pela ausência de sociabilização e induzido pelo desprezo da excursão. Propusemos à sua proprietária a recuperação do cão, coisa impossível sem a colaboração do filho, porque não conduz e dele depende para se deslocar. O problema é de fácil solução e até o resolveríamos gratuitamente. O que mais convirá ao filho: a recuperação do cão ou a injecção letal? Oxalá aceitem a nossa opção, porque mesmo que alguém aceite o cão, ao menor problema lá virá a injecção.
No Domingo chegou uma senhora alarmada à escola, já veio fora de horas e carregava um semblante triste. O seu Pastor Alemão de 4 anos de idade havia atacado uma vizinha e a situação estava a tornar-se insustentável face ao veredicto dos restantes moradores. Querendo dar uma oportunidade ao animal, indicada por uma veterinária nossa ex-aluna, solicitou-nos a adopção do cão, porque o tem em grande estima e tem sido o seu único companheiro, agora que está viúva e vive só. Com a morte do marido o cão deixou de vir à rua, porque puxa pela trela, tem muita força e é muito grande. Apesar de não termos sido os criadores do animal, conhecemos a sua origem genética e sabemos do que é capaz. No nosso entender o acidente foi motivado por ciúme, agravado pela ausência de sociabilização e induzido pelo desprezo da excursão. Propusemos à sua proprietária a recuperação do cão, coisa impossível sem a colaboração do filho, porque não conduz e dele depende para se deslocar. O problema é de fácil solução e até o resolveríamos gratuitamente. O que mais convirá ao filho: a recuperação do cão ou a injecção letal? Oxalá aceitem a nossa opção, porque mesmo que alguém aceite o cão, ao menor problema lá virá a injecção.
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