segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A BENGALA DO "NÃO"

O Comando inibitório “Não” é um comando de emergência que é usado excepcionalmente para a cessação das acções, não substitui os restantes automatismos e pode perder eficácia pelo seu abuso. Os condutores inexperientes e os menos dedicados usam-no indiscriminadamente, tornando-o obsoleto e condenando os seus cães à suspeição. Esta prática denuncia o tipo de ensino ministrado, a ausência da instalação dos restantes comandos quer eles sejam direccionais ou de imobilização. Assim, não é errado dizer-se que quanto mais “nãos” sou obrigado a dizer, menos comandos tenho instalados, porque doutra maneira não sou obedecido. O hábito enraizado do “não” funciona como uma bengala para os que tropeçam no ensino e sistematicamente perdem o controle dos seus cães. Como comando inibidor que é, quando usado indevidamente e por sistema, inibe a velocidade, instala vícios e ensurdece os cães para as ordens. E mais grave do que isso é sujeitar um submisso a tal “terapia”. É indesejável e até vergonhoso que um cão no 3º Ciclo escolar ainda evolua debaixo dessa cantilena. Normalmente, os portadores da bengala são os que dispensam a recapitulação doméstica e que são surpreendidos pelas exigências do treino, muito embora os desconcentrados sempre se socorram dela. Na erudição da linguagem gestual não existe nenhum sinal para o “não”, porque o dispensa e a fixação exclusiva na pessoa do dono tudo resolve. O recurso sistemático ao “não” é um grosso improviso que obstrui o desenvolvimento cognitivo canino. Sejamos sinceros: não é o cão que é desobediente, o dono que é pouco aplicado. Fica a mensagem e esperam-se melhoras.

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