terça-feira, 13 de dezembro de 2016

CÃO QUE NÃO ROSNA POUCO MORDE

Rosnar é uma das prerrogativas dos machos-alfa e dos cães dominantes, reflexo de um forte impulso ao poder, uma voz de inequívoca ameaça que subordina o grupo (matilha) e que desencoraja possíveis concorrentes. Ladrar é uma voz de aviso que é típica dos cães submissos e que se presta ao seu trabalho em prol do colectivo, enquanto subordinados dos seus líderes. Como o ataque deliberado sucede ao rosnar, os cães dominantes deverão, a bem da sua salvaguarda e socorro, também para evitar a gratuitidade dos seus ataques, ser condicionados a anteceder a ameaça pelo aviso – devem aprender a ladrar. Sosseguem os mais medrosos e atribulados, que vêem cães dominantes por toda a parte, que eles jamais o serão caso desusem o rosnar. Cão que rosna vai à luta, mede forças e não desiste (pode morrer no calor da peleja) e aquele que não o faz, parte na certeza da experiência feliz, abandonando a refrega quando vivamente molestado, porque não ataca por valentia mas sim por investidura (indução).
Como se depreende, considerando o peso da genética, sempre será mais fácil ensinar um cão a ladrar que a rosnar, muito embora subsistam técnicas próprias para o solicitar, apesar dessa capacitação, por ser artificial, depressa sucumbir perante forte oposição. Pode tirar-se o rosnar a um cão? Sim, é possível, mas tal não é gratuito nem peremptório. À parte disto e para que ninguém tenha dúvidas, é sabido que o medo dos seus opositores é o melhor subsídio de valentia para a maioria dos cães. Em simultâneo, adianta-se que a posse de um cão muito-dominante ou dominante não é recomendável para a maioria dos cidadãos, considerando o tipo de liderança, a experiência e os cuidados que exigem. 

Sem comentários:

Enviar um comentário