Rosnar é uma das
prerrogativas dos machos-alfa e dos cães dominantes, reflexo de um forte
impulso ao poder, uma voz de inequívoca ameaça que subordina o grupo (matilha)
e que desencoraja possíveis concorrentes. Ladrar é uma voz de aviso que é
típica dos cães submissos e que se presta ao seu trabalho em prol do colectivo,
enquanto subordinados dos seus líderes. Como o ataque deliberado sucede ao
rosnar, os cães dominantes deverão, a bem da sua salvaguarda e socorro, também
para evitar a gratuitidade dos seus ataques, ser condicionados a anteceder a
ameaça pelo aviso – devem aprender a ladrar. Sosseguem os mais medrosos e
atribulados, que vêem cães dominantes por toda a parte, que eles jamais o serão
caso desusem o rosnar. Cão que rosna vai à luta, mede forças e não desiste
(pode morrer no calor da peleja) e aquele que não o faz, parte na certeza da
experiência feliz, abandonando a refrega quando vivamente molestado, porque não
ataca por valentia mas sim por investidura (indução).
Como se depreende,
considerando o peso da genética, sempre será mais fácil ensinar um cão a ladrar
que a rosnar, muito embora subsistam técnicas próprias para o solicitar, apesar
dessa capacitação, por ser artificial, depressa sucumbir perante forte
oposição. Pode tirar-se o rosnar a um cão? Sim, é possível, mas tal não é
gratuito nem peremptório. À parte disto e para que ninguém tenha dúvidas, é
sabido que o medo dos seus opositores é o melhor subsídio de valentia para a
maioria dos cães. Em simultâneo, adianta-se que a posse de um cão
muito-dominante ou dominante não é recomendável para a maioria dos cidadãos,
considerando o tipo de liderança, a experiência e os cuidados que exigem.
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