Não nos cansamos de ouvir
por toda a parte o seguinte lamento: “Andei com ele na escola dois ou três
meses e saiu de lá na mesma”, desabafo próprio de quem diz ter andado a ensinar
o seu cão para nada, atribuindo-lhe em absoluto as causas do insucesso escolar,
o que nos lança sobre o tema de hoje – A
QUEM MAIS SE DEVE O SUCESSO NO ADESTRAMENTO?
Apesar
de haver quem prefira ser tratado como tolo ao invés de ser corrigido, a
verdade é só uma: a maior fatia do insucesso escolar canino cabe aos donos! E
cabe-lhes porque não souberem escolher os mestres certos ou tendo-os, desaproveitaram
aquilo que lhes foi transmitido, relegando para parte incerta e hora
indeterminada o cronograma das metas e objectivos propostos.
Adestrar um cão é ter
aproveitamento num curso de liderança, investidura que não é fácil de atingir e
que exige capacidade de sacrifício, a mesma que torna possível a aquisição de
novas linguagens, o apego aos procedimentos e o estabelecimento doutras rotinas
até que o animal nos entenda, tudo fazendo debaixo da esperança que sustenta a
paciência e o apreço que é devido ao cão. A transposição das suas respostas
naturais para as artificiais não dispensa a subtileza do condicionamento, que
nunca pode pôr em cheque a cumplicidade que garante e perpetua a unidade de
propósitos. E neste sentido, adestrar é uma arte de transfiguração, um
exercício de inteligência que transforma cada dono num “macho-alfa”.
Os cães serão tanto
melhores ou excelentes quanto forem a qualidade e a dedicação dos seus donos,
que tudo fazendo para melhor os conhecerem, acabam por aproveitar e transformar
todas as suas mais-valias, dotando-os de um carácter sólido, fiel e útil para
os fins ao seu alcance. Se considerarmos a aquisição de cão uma adopção, então
a sua perfilhação acontecerá no treino. A quem caberá educar os filhos? Não
dependerá a sua qualidade e sucesso de quem os ensina? Quem faz a diferença no
treino não são os cães mas sim os seus donos!
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