sábado, 24 de setembro de 2016

QUEM FAZ A DIFERENÇA?

Não nos cansamos de ouvir por toda a parte o seguinte lamento: “Andei com ele na escola dois ou três meses e saiu de lá na mesma”, desabafo próprio de quem diz ter andado a ensinar o seu cão para nada, atribuindo-lhe em absoluto as causas do insucesso escolar, o que nos lança sobre o tema de hoje – A QUEM MAIS SE DEVE O SUCESSO NO ADESTRAMENTO? Apesar de haver quem prefira ser tratado como tolo ao invés de ser corrigido, a verdade é só uma: a maior fatia do insucesso escolar canino cabe aos donos! E cabe-lhes porque não souberem escolher os mestres certos ou tendo-os, desaproveitaram aquilo que lhes foi transmitido, relegando para parte incerta e hora indeterminada o cronograma das metas e objectivos propostos.
Adestrar um cão é ter aproveitamento num curso de liderança, investidura que não é fácil de atingir e que exige capacidade de sacrifício, a mesma que torna possível a aquisição de novas linguagens, o apego aos procedimentos e o estabelecimento doutras rotinas até que o animal nos entenda, tudo fazendo debaixo da esperança que sustenta a paciência e o apreço que é devido ao cão. A transposição das suas respostas naturais para as artificiais não dispensa a subtileza do condicionamento, que nunca pode pôr em cheque a cumplicidade que garante e perpetua a unidade de propósitos. E neste sentido, adestrar é uma arte de transfiguração, um exercício de inteligência que transforma cada dono num “macho-alfa”.
Os cães serão tanto melhores ou excelentes quanto forem a qualidade e a dedicação dos seus donos, que tudo fazendo para melhor os conhecerem, acabam por aproveitar e transformar todas as suas mais-valias, dotando-os de um carácter sólido, fiel e útil para os fins ao seu alcance. Se considerarmos a aquisição de cão uma adopção, então a sua perfilhação acontecerá no treino. A quem caberá educar os filhos? Não dependerá a sua qualidade e sucesso de quem os ensina? Quem faz a diferença no treino não são os cães mas sim os seus donos!

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