Na foto acima podemos ver
uma matilha de lobos numa expedição de caça em pleno inverno. Olhando com mais
atenção para a coluna lupina e tendo conhecimento dos seus hábitos, podemos
reparar que na sua frente vão os cães mais velhos ou doentes, a quem cabe
manter a cadência de marcha do grupo, porque caso circulassem na sua retaguarda
ficariam para trás e perderiam o contacto com a alcateia. Atrás deles marcham 5
dos lobos mais fortes, seguidos pelo grosso dos membros da coluna, onde se
encontram as fêmeas. Depois segue-se-lhe um grupo de outros 5 lobos mais fortes
e finalmente o macho-alfa, que sozinho e daquela posição, controla a evolução
lá de trás, decide qual a direcção a tomar e tem também como incumbência antecipar-se
aos ataques dos adversários. A alcateia avança ao ritmo dos anciãos sob o
comando do líder, que impõe o espírito de entreajuda e que não deixa ninguém para
trás, porque não importa quem chega primeiro mas que cheguem todos juntos,
porque os lobos dependem uns dos outros para sobreviver, lição que os bons
soldados sabem e que os tolos não retêm na memória.
Para além doutras razões
pedagógicas que respeitamos e que já explicámos em artigos anteriores, a
adopção da evolução circular nas aulas colectivas do adestramento, deverá
respeitar o mesmo escalonamento visível nas alcateias de lobos quando em
expedição de caça, onde os mais velhos circulam na frente e marcam o compasso,
exemplo que contribui para a unidade de propósitos do grupo escolar e para a
sua sociabilização. Por substituição, o papel do macho-alfa caberá ao
adestrador, que no centro da evolução norteará a matilha escolar heterogénea e
espontânea, induzindo todos os binómios ao melhor aproveitamento escolar, não
consentindo que nenhum deles se atrase na aquisição do condicionamento
procurado. Assim acontece entre os lobos, assim deverá acontecer com homens e cães:
ninguém deverá ficar para trás!
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