sexta-feira, 16 de setembro de 2016

NA ESCÓCIA DÃO COMBATE À DEMÊNCIA

Cresce o número de cães usados para valerem à demência humana na Escócia, animais preparados para valerem às pessoas afectadas pelo Alzheimer e outras formas de demência nos seus estágios iniciais, obra conjunta das associações “Alzheimer Scotland”, “Dogs for Good”, “Guide Dogs UK” e “Glasgow School of Art”. Demência é o termo utilizado para descrever os sintomas de um grupo alargado de doenças que causam um declínio progressivo no funcionamento das pessoas. É um termo abrangente que descreve a perda de memória, capacidade intelectual, raciocínio, competências sociais e alterações do que se consideram reacções emocionais normais. A Doença de Alzheimer é a forma mais comum de Demência, constituindo cerca de 50% a 70% de todos os casos. É uma situação que ocorre com alguma frequência nas pessoas idosas, independentemente da existência ou não de antecedentes familiares da doença. A Demência afecta 1 em cada 80 mulheres e 1 em cada 60 dos homens com idades compreendidas entre os 65 e 69 anos. Acima dos 85 anos de idade, a Demência afecta aproximadamente 25% dos idosos de ambos os sexos. Na Escócia existem cerca de 90.000 pessoas afectadas pela demência, com o país a envelhecer, calcula-se que em duas décadas o seu número duplicará.
Estes cães, que funcionam como companheiros e ajudantes, prestam um precioso auxílio às famílias ao valerem aos seus doentes, alertando-os para a necessidade das suas tarefas diárias essenciais como a tomada dos medicamentos, zelo que liberta grande parte do stress vivido pelo conjugue saudável e restantes membros do seu agregado familiar. Para além disso, os cães transmitem confiança e diminuem os níveis de ansiedade nos pacientes, incentivando-os a sair de casa, melhorando a sua actividade física e facilitando a sua interacção social. Se entendermos a saúde humana como decorrente do seu bem-estar físico, emocional e social, podemos dizer que os “Dementia Dogs” fazem bem à saúde.
O mundo ocidental tem cada vez mais idosos e Portugal está também a envelhecer drasticamente, sendo a quarta Nação com mais idosos na Comunidade Europeia. O número de portugueses com mais de 65 anos já ultrapassa os dois milhões e não pára de aumentar. A “Alzheimer Portugal” fez saber que existem 153 000 pessoas afectadas pela demência, das quais 90 000 padecem de Alzheimer. Não precisaremos nós de cães preparados para lhes valer? Não serão bem-vindos e não terão procura? Não basta dizer que falta vontade política para a resolução dos nossos problemas, essa vontade e desejo de mudança deverão acontecer em cada um de nós e no assunto que agora tratamos, os adestradores terão um papel importante e inovador papel a desempenhar, já que a sua actividade é caracterizada pela constância de novos desafios, na adequação e capacitação de cães para a novidade de tarefas. Brincar com ou aos cães é óptimo mas a vida não está para brincadeiras! O que realmente importa é estender as suas mais-valias ao maior número de pessoas, particularmente àquelas que mais necessitam delas para o seu dia-a-dia. É chegada a hora e já tarda, de abandonar o uso canino para cimentar a nossa tirania sobre as outras espécies e sobre os outros, de usarmos os cães para o equilíbrio ecológico e para o bem-estar das populações. Este é o verdadeiro desafio que é colocado aos adestradores do Séc. XXI! 

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