quinta-feira, 15 de setembro de 2016

JÁ OUVIU FALAR DO TURQUEMENISTÃO?

Lamentamos a ignorância mas nós também não, apesar do seu nome ser sugestivo. Certo é que ontem tivemos um leitor daquelas paragens, ao qual de imediato endereçamos o nosso bem-vindo e visita que nos obrigou a saber um pouco mais sobre este país asiático na margem oriental do Mar Cáspio, sem representação diplomática portuguesa, sendo os assuntos deste país acompanhados pela Embaixada de Portugal em Ankara na Turquia, o que não impediu que uma empresa portuguesa mobilasse o Palácio Presidencial e os edifícios dos Ministérios nesta nação da Ásia Central, ganhando esse concurso a eslovacos e italianos há dois anos atrás. O Turquemenistão faz fronteira com o Cazaquistão a noroeste, com o Uzbequistão a nordeste e leste, com o Afeganistão a sudeste, com o Irão a sul e sudoeste, e com o Mar Cáspio a oeste.
País etnicamente descendente de várias tribos turcas oriundas do vizinho Cazaquistão, foi primeiro dominado pelos russos no século XIX e depois governado por estes e pelos ingleses. Independente de 1918 a 1925, viria a partir deste último ano a fazer parte da extinta União Soviética, que dividiu o seu extenso território em cinco repúblicas socialistas: Turquemenistão, Cazaquistão, Uzbequistão, Tajiquistão e Quirguistão. A sua independência foi proclamada em 27 de Outubro de 1991. O Turquemenistão está localizado num dos desertos mais secos do mundo e por isso alguns lugares têm uma precipitação média anual de apenas 12mm. Mais de 80% do país é coberto pelo Deserto de Karakum, a temperatura mais alta registada na capital Ashgabat foi de 48°C e em Kerki, no interior do país, nas margens do rio Amu Dária, foi de 51,7°C.
Este país da Ásia Central, agora com 5 milhões de habitantes, é governado por um regime presidencialista (ditatorial e sem liberdade de expressão), é rico em petróleo e gás natural, a sua agricultura intensiva acontece nos oásis por irrigação e a esmagadora maioria dos seus habitantes é turquemena e muçulmana, sobrando ainda minorias de uzbeques, russos, cazaques, tártaros, ucranianos, arménios, azeris e balúchis. Nada sabemos sobre a sua canicultura mas não nos custa adivinhar que seja quase inexistente, remetida exclusivamente para lebréis caçadores coadjuvados no ofício cinegético por aves de rapina, tomando em consideração as práticas visíveis nos países vizinhos com idêntica índole religiosa. Para além da sua capital que parece surreal, o local mais visitado deste país desértico é a “Porta do Inferno”, uma cratera com 70 metros de diâmetro, no meio do deserto de Karakum, que queima gás natural desde 1971 até hoje, quando engenheiros soviéticos procediam a escavações na procura de petróleo. Os seus habitantes são simples e hospitaleiros e para se entrar ali é necessário um visto. E sobre o Turquemenistão é tudo por agora.    

Sem comentários:

Enviar um comentário