Lamentamos a ignorância
mas nós também não, apesar do seu nome ser sugestivo. Certo é que ontem tivemos
um leitor daquelas paragens, ao qual de imediato endereçamos o nosso bem-vindo
e visita que nos obrigou a saber um pouco mais sobre este país asiático na
margem oriental do Mar Cáspio, sem representação diplomática portuguesa, sendo
os assuntos deste país acompanhados pela Embaixada de Portugal em Ankara na
Turquia, o que não impediu que uma empresa portuguesa mobilasse o Palácio
Presidencial e os edifícios dos Ministérios nesta nação da Ásia Central,
ganhando esse concurso a eslovacos e italianos há dois anos atrás. O
Turquemenistão faz fronteira com o Cazaquistão a noroeste, com o Uzbequistão a
nordeste e leste, com o Afeganistão a sudeste, com o Irão a sul e sudoeste, e
com o Mar Cáspio a oeste.
País etnicamente
descendente de várias tribos turcas oriundas do vizinho Cazaquistão, foi
primeiro dominado pelos russos no século XIX e depois governado por estes e pelos
ingleses. Independente de 1918 a 1925, viria a partir deste último ano a fazer
parte da extinta União Soviética, que dividiu o seu extenso território em cinco
repúblicas socialistas: Turquemenistão, Cazaquistão, Uzbequistão, Tajiquistão e
Quirguistão. A sua independência foi proclamada em 27 de Outubro de 1991. O
Turquemenistão está localizado num dos desertos mais secos do mundo e por isso
alguns lugares têm uma precipitação média anual de apenas 12mm. Mais de 80% do
país é coberto pelo Deserto de Karakum, a temperatura mais alta registada na
capital Ashgabat foi de 48°C e em Kerki, no interior do país, nas margens do
rio Amu Dária, foi de 51,7°C.
Este país da Ásia Central,
agora com 5 milhões de habitantes, é governado por um regime presidencialista (ditatorial
e sem liberdade de expressão), é rico em petróleo e gás natural, a sua agricultura
intensiva acontece nos oásis por irrigação e a esmagadora maioria dos seus
habitantes é turquemena e muçulmana, sobrando ainda minorias de uzbeques,
russos, cazaques, tártaros, ucranianos, arménios, azeris e balúchis. Nada
sabemos sobre a sua canicultura mas não nos custa adivinhar que seja quase
inexistente, remetida exclusivamente para lebréis caçadores coadjuvados no
ofício cinegético por aves de rapina, tomando em consideração as práticas
visíveis nos países vizinhos com idêntica índole religiosa. Para além da sua
capital que parece surreal, o local mais visitado deste país desértico é a “Porta
do Inferno”, uma cratera com 70 metros de diâmetro, no meio do deserto de
Karakum, que queima gás natural desde 1971 até hoje, quando engenheiros
soviéticos procediam a escavações na procura de petróleo. Os seus habitantes
são simples e hospitaleiros e para se entrar ali é necessário um visto. E sobre
o Turquemenistão é tudo por agora.
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