Quantos donos têm sido
condenados por negligência ao serem responsáveis pelo atropelamento dos seus
cães? Não temos conhecimento de nenhum! Hoje vimos morrer mais um cão
atropelado, um Border Collie que se soltou duma árvore onde se encontrava preso,
saindo dali a correr atrás do seu dono, atravessando uma passagem para peões em
alta velocidade e acabando esborrachado pelo pneu traseiro duma viatura. O
dono, que se encontrava inconsolável, nunca condicionou o cão a parar e a
sentar-se junto das passadeiras para peões, irresponsabilidade que acabou por
vitimar o seu companheiro.
Algumas escolas caninas lembram
ATL’s (Actividades de Tempos Livres), porque ávidas de cativar a sua clientela,
vendem truques aos donos e desprezam a salvaguarda dos animais, ensinando
movimentos e figuras para o show ao invés de apostarem na sobrevivência dos
binómios, como se todos os comandos fossem lúdicos e perigo não cercasse os
cães. Neste contexto o que mais interessará: ensinar um cão a dar a pata ou
ensiná-lo a atravessar uma estrada?
Ainda que à partida poucos
pensem nisso pelo entusiasmo que procuram, as escolas caninas estão cá para
valer ao quotidiano dos cães e a validade do treino é comprovada dentro dos
seus lares e na rua, porque doutro modo o préstimo escolar facilmente se
confundirá com o circo e a magia. Todos os cães carecem de aprender a
atravessar uma estrada em segurança e a fazê-lo sempre nas passadeiras para
peões, condicionamento que os levará a sentar-se, observar e só depois avançar,
procedimentos e currículo que nenhuma escola canina poderá dispensar. Por mais estranho
que nos pareça, morrem por atropelamento mais cães com dono que os ditos
abandonados, porque os últimos aprendem com os transeuntes onde e quando
atravessar. Teremos cães para os matar? Quem ainda não ensinou o seu cão a
atravessar uma estrada, já o deveria ter feito e se ainda não o fez, não sei do
que está à espera!
PS:Bem sabemos que os negligentes sempre têm muito que fazer, tanto que nada fazem, causam vítimas, choram a sua má sorte e dizem-se injustiçados.
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