quarta-feira, 28 de setembro de 2016

TIRO NA MUCHE!

Dois amigos encontram-se numa esplanada, sentam-se numa mesa e reparam num cão que ali se encontrava atrelado. Um deles observa o cão e diz para o outro: “ O animal é velho, toma demasiados banhos e come no chão”, sentença que o seu amigo muito estranhou por não conhecerem aquele cão de lado nenhum, razão que o levou a perguntar como havia chegado àquelas conclusões. “O cão é velho porque o pêlo da cabeça está mais descolorado que o visível no seu dorso; a ausência de pêlo no interior dos membros e junto à cauda indicia que toma banho regularmente e a divergência de mãos pode resultar de ter o seu prato da comida no chão”. Pouco convencido, o incrédulo amigo dirigiu-se ao proprietário do animal, perguntando-lhe a idade do cão, se costumava dar-lhe banho regularmente e se o seu prato da comida se encontrava rente ao chão. O dono do animal respondeu-lhe: “ O cão tem 10 anos, toma banho todas as semanas e o prato da comida está no chão da cozinha”.

domingo, 25 de setembro de 2016

O ENTROCAMENTO FOI PARAR AO FAR WEST

Dizem que a Cidade ferroviária do Entroncamento, situada no centro geográfico de Portugal e pertencente ao Distrito de Santarém, é terra de fenómenos, graças aos insólitos que ali acontecem e para os quais dificilmente se arranja explicação. Desta vez parece que se transferiu para o Far West e levou os seus fenómenos para a Cidade norte-americana de Hudson no Colorado/USA, onde uma mulher, Celynda Haynes, recebeu tratamento hospitalar no seu braço esquerdo, ao apresentar um corte de 10 a 12 cm de extensão, feito segundo ela acidentalmente pelo seu cachorro, de nome Mia, que tem o mau hábito de carregar facas na boca, explicação que não satisfez a polícia local, que de imediato levou a cabo uma investigação sobre violência doméstica! Não encontrando até ao momento outros suspeitos da agressão, o relatório policial rotulou o acontecido como “incidente suspeito”. O agressor teria sido o cão? Impossível não é!
O transporte de objectos perigosos pelos cães resulta normalmente da ausência de espólio próprio, de chamadas de atenção, isolamento, necessidade de interacção, de vícios não contrariados quando cachorros e de uma liderança imprópria. Como todos sabemos o transporte canino de objectos é um dos atributos dos cães de assistência, contudo a tarefa exige ordem expressa dos donos para esse efeito. Dificilmente um cão comum pegará em objectos interditos, principalmente quando bem integrado, tornado cúmplice, regrado e possuidor de brinquedos próprios. Como diz o Povo, “esquece muito a quem não sabe”, sentença que parece ajustar-se a este caso, que ao ser um acidente, aponta para uma liderança tonta e de má consequência. Agora que os cães são “meninos”, há que ensiná-los a não pegar em facas, porque tanto se podem ferir como causar dano à mamã! Enquanto lhe atribuirmos características antropomórficas, jamais os compreenderemos verdadeiramente e dificilmente seremos por eles compreendidos. 

A OPÇÃO BELGA NOS PASTORES HOLANDESES

O Pastor Holandês, “Hollander”, como os súbitos de Guilherme de Orange-Nassau gostam de tratá-lo, é um cão pastor pouco conhecido entre nós e pouco visto pelo mundo, contrastando com a popularidade e propagação do Pastor Alemão e dos Pastores Belgas seus vizinhos. No final do Séc. XIX as três raças conviveram lado a lado e eram praticamente indistintas, deixando de sê-lo logo no início do Século seguinte. A relação de proximidade destas três raças caninas de origem comum ficou a dever-se ao particular das fronteiras da Holanda, país virado para o Mar do Norte e geograficamente encrustado entre a Alemanha e a Bélgica, fronteiras com linhas de demarcação pitorescas como a que se pode ver na foto abaixo.
Este cão chegou aos nossos dias com duas apresentações e díspares propósitos, diferença resultante de duas preocupações distintas que se prendem com a sua conformação e uso, subdividido em cães de beleza e de trabalho. Os primeiros reafirmam as suas diferenças morfológicas em relação aos outros lupinos de pastoreio seus vizinhos e os últimos procuram elevar os índices laborais da raça, dotando-a de maior operacionalidade e versatilidade, enquanto provedora de cães para tarefas guardiãs, policiais, militares e de resgate.
Após o término da II Guerra Mundial, donde a Alemanha saiu derrotada e odiada pela ocupação que empreendeu pela Europa Continental, nomeadamente na Holanda, houve necessidade de combater a endogamia e dotar a raça de sangue novo, opção que recaiu sobre os Pastores Belgas Malinois e Tervurens em prejuízo dos Pastores Alemães que a haviam beneficiado antes do 1º Conflito Mundial, que na altura eram semelhantes aos Pastores holandeses, ainda que maiores (na altura haviam também Pastores Alemães rajados/tigrados e de pelo de arame/crespo). O recurso ao Malinois prestou-se à proliferação de cães holandeses de pelo curto e o uso dos Tervurens possibilitou a continuidade dos seus exemplares de pelo comprido. Esta opção não ficou perdida na história e ainda hoje continua em uso nos Pastores Holandeses ditos de trabalho, cuja biodiversidade transpira saúde e robustece física e operacionalmente os “Hollanders”.
A origem comum dos pastores alemães, belgas, holandeses e também de alguns franceses, tem possibilitado um maior conhecimento sobre as origens de cada um deles e explicado os diferentes critérios de selecção que foram observados em cada uma das raças. O Pastor Holandês é hoje maioritariamente belga (de tamanho, envergadura e biomecânica), ainda que o particular da sua cor e a morfologia da sua cabeça o distinga, seja um pouco mais comprido, menos tímido e instintivo, mais concentrado e menos agressivo, fácil de ensinar e próprio para trabalhar em matilha, propriedades distintas que o remetem para as mais-valias presentes nos alvores da raça e para a contribuição do CPA na sua origem (o Hollander é mecanicamente belga mas de diferente personalidade).
A raça apresenta três variedades de manto: pelo cerdoso, pelo comprido e pelo curto, todas rajadas/tigradas e de base exclusivamente dourada ou prateada. Deseja-se que o cão seja o mais escuro possível, que a sua máscara seja negra e que não tenha pesadas manchas brancas no peito ou nas patas. Raça onde predominam os factores cromáticos preto, azul e vermelho, justificados pela excelência laboral pretendida, destacam-se nela os exemplares de pelo cerdoso/crespo, por norma maiores, de ossatura superior e de aspecto mais intimidatório, que surpreendem os menos conhecedores da raça, julgando tratar-se de Bouviers da Flandres, Schnauzers ou de híbridos de Laekenois, quando usados pela Polícia Holandesa nos patrulhamentos de grandes eventos.
Os amantes dos Pastores Alemães tendem a descrever o Pastor Holandês como um CPA/GSD dos primórdios, de ossatura ligeira, pernalto, menos comprido, pouco angulado e de cauda mais curta, como uma imitação barata do cão alemão ou como uma tentativa frustrada dos holandeses terem um cão de igual valor, muito embora o Hollander seja muito mais do que isso, respire a saúde que o actual CPA não tem, seja um ás no resgate e lesto na prestação de socorro, um cão cujo desempenho expressa cabalmente o pragmatismo visível nas gentes dos Países Baixos, que apesar do seu exíguo território, sempre marcham na vanguarda das nações europeias.  

QUANTOS KMS VÃO DO CHILE AO QUIRGUISTÃO?

A distância entre os centros geográficos dos dois países é de 17 035 km. Esta semana tivemos leitores destas duas nações e também do Egipto e da Finlândia. Do Chile são poucos aqueles nos visitam, do Quirguistão são novidade, do Egipto são pouco regulares e da Finlândia aparecem de tempos a tempos, o que não obsta a que sejam todos bem-vindos. Ainda não tivemos visitas da Guiana Francesa e quando as tivermos preencheremos toda a América do Sul. São também muito poucos os países asiáticos donde não recebemos visitas, apesar do número de leitores muçulmanos ter vindo a aumentar. Resta-nos agradecer a preferência e continuar o nosso trabalho em prol de todos, estejam onde estiverem. 

RANKING SEMANAL DOS TEXTOS MAIS LIDOS

O Ranking semanal dos textos mais lidos ficou assim ordenado:
1º _ DOBERMANN: O CÃO QUE É MENOS DO QUE SE SUPÕE E MAIS DO QUE SE IMAGINA, editado em 06/03/2016
2º _ OS FALSOS PASTORES ALEMÃES, editado em 24/02/2015
3º _ A CURVA DE CRESCIMENTO DAS DIVERSAS LINHAS DO PASTOR ALEMÃO, editado em 29/08/2013
4º _ HOLANDESES, NORUEGUESES, CHECOS E OUTROS, editado em 06/03/2016
5º _ CONVERSAS SOBRE PASTORES ALEMÃES À MESA DO CAFÉ, editado em 09/08/2014
6º _ PASTOR ALEMÃO X MALINOIS: VANTAGENS E DESVANTAGENS, editado em 15/06/2011
7º _ ALGUMAS REGRAS PARA AUMENTAR A CUMPLICIDADE ENTRE UM CÃO-LOBO E O SEU DONO, editado em 24/09/2015
8º _ A CASOTA DO CÃO, editado em 29/12/2009
9º _ MESMO ENTRE TRÊS LOBOS UM CANICHE SE AGIGANTA, editado em 18/09/2016
10º _ O CÃO LOBEIRO: UM SILVESTRE ENTRE NÓS, editado em 26/10/2009

TOP 10 SEMANAL DE LEITORES POR PAÍS

O TOP 10 semanal de leitores por país ficou assim escalonado:
1º Portugal, 2º Brasil, 3º Reino Unido, 4º Alemanha, 5º Estados Unidos, 6º França, 7º Espanha, 8º Angola, 9º Emirados Árabes Unidos e 10º Itália.

OLHAR PARA O SUL COM OLHOS DE VER E APRENDER

Quanto mais conheço as culturas alentejana e algarvia mais as admiro, e nesta coisas de além Tejo podemos também incluir parte da Beira Baixa, tanto étnica como culturalmente, cujos povos comungam do mesmo saber antigo, que para os demais parece místico, não deixa de espantar e está em vias de perder-se. Apostados em saber mais sobre estas culturas, de certo modo desprezadas por razões históricas e político-económicas, debaixo doutras de cariz racista sem fundamento, porque os mouros andaram por toda a Península e chegaram até a roubar os sinos e as portas da Catedral de Santiago de Compostela, decidimos auscultar os mais velhos para saber dos seus hábitos e costumes e do tratamento que sempre deram aos cães, cientes do património cognitivo que os diferentes “Reinos das Taipas” lhes legaram por influência das pioneiras universidades árabes da Espanha Muçulmana, responsáveis pelo saber de protoveterinários como Eb-Ebb-Beithar, também entendido como Ibne Albeitar, cujas terapias assentavam por excelência nos benefícios e poder curativo de diferentes ervas.
Ervas que consumiam por falta de outros vegetais, de sabor único e aromático que tornam única a sua gastronomia e que estendiam à dieta dos seus cães, quando importava enriquecer os seus pensos (vitaminas e minerais) ou curá-los (por ingestão ou uso tópico). Estamos a falar das seguintes plantas: Acelga (Beta vulgaris); Alabaça/Labaça/Catacuzes (Rumex crispus L.); Alecrim (Rosmarinus officinalis); Beldroega (Portulaca oleracea); Cebolinho (Allium schoenoprasum); Coentros (Coriandrum sativum); Estragão (Artemisia dracunculus); Espargos silvestres (Asparagus aphyllus); Folha de Beterraba (Beta vulgaris); Funcho (Foeniculum vulgare); Hortelã da Ribeira/Erva Peixeira (Mentha cervina); Manjerona (Origanum majorana); Oregãos (Origanum vulgare); Poejo (Mentha pulegium); Salsa (Petroselinum crispum); Saramagos (Raphanus raphanistrum); Segurelha (Satureja montana); Serpão (variedade silvestre do Tomilho); Tengarrinha (Scolymus hispanicus) e Urtiga (Urtica dioica). O uso destas plantas, outrora responsável pela sobrevivência das populações mais pobres, é hoje muito raro e procurado, porque as novas gerações transitaram dos campos para as cidades e hoje desconhecem-nas.
O consumo destas plantas acabava por pôr homens e animais em sintonia com o relógio biológico e garantir o equilíbrio dos ecossistemas onde habitavam, regulando nos cães a muda do pelo pela alteração das dietas. É também certo que os cães das populações mais pobres eram mais saudáveis, não atormentados pela obesidade e tinham maior esperança de vida, bem-estar hoje periclitante pela repetitiva caldeirada das rações consumidas agora pelos cães em substituição da comida fresca, em grande parte responsáveis pela recorrência sistemática aos medicamentos sintéticos, sabendo-se que muitas delas contribuem inusitadamente para a obesidade, uremia, diabetes e para a ocorrência de vários tumores nos cães, considerando o dúbio controlo de qualidade dos seus ingredientes e processo de fabrico, que forçam a transição carnívoro-omnívoro nos cães. Afortunadamente cresce o número de proprietários caninos que opta por distribuir aos seus cães comida fresca ou semifresca.
Entendemos haver uma correlação entre a dispensável transição da dieta mediterrânica para a do norte da Europa que nos vitima e a transição da comida fresca para a ração que não poupa os cães. Continuamos a afirmar que nada substitui a comida fresca quando bem balanceada e temos várias dietas à disposição dos leitores que as solicitarem (estamos certos que os cães irão adorá-las). O Sul do País tem muito que ver e ainda mais para nos dar! 

sábado, 24 de setembro de 2016

DUAS RARIDADES À VENDA

Avisam-se os leitores interessados que estão à venda dois cachorros pastores alemães pouco vistos: um macho lobeiro de pelo comprido e uma fêmea bicolor, ambos de linha de trabalho e produto de um criador que recomendamos. Quem desejar comprar algum deles pode fazê-lo através deste blogue, se ainda for a tempo. Adianta-se que ambas as variedades são pouco comuns, que os cachorros são próprios para guarda, recessivos na variedade negra e que virão a ultrapassar os 40 kg quando adultos. Quer um cachorro para guarda? Contacte-nos!  

QUEM FAZ A DIFERENÇA?

Não nos cansamos de ouvir por toda a parte o seguinte lamento: “Andei com ele na escola dois ou três meses e saiu de lá na mesma”, desabafo próprio de quem diz ter andado a ensinar o seu cão para nada, atribuindo-lhe em absoluto as causas do insucesso escolar, o que nos lança sobre o tema de hoje – A QUEM MAIS SE DEVE O SUCESSO NO ADESTRAMENTO? Apesar de haver quem prefira ser tratado como tolo ao invés de ser corrigido, a verdade é só uma: a maior fatia do insucesso escolar canino cabe aos donos! E cabe-lhes porque não souberem escolher os mestres certos ou tendo-os, desaproveitaram aquilo que lhes foi transmitido, relegando para parte incerta e hora indeterminada o cronograma das metas e objectivos propostos.
Adestrar um cão é ter aproveitamento num curso de liderança, investidura que não é fácil de atingir e que exige capacidade de sacrifício, a mesma que torna possível a aquisição de novas linguagens, o apego aos procedimentos e o estabelecimento doutras rotinas até que o animal nos entenda, tudo fazendo debaixo da esperança que sustenta a paciência e o apreço que é devido ao cão. A transposição das suas respostas naturais para as artificiais não dispensa a subtileza do condicionamento, que nunca pode pôr em cheque a cumplicidade que garante e perpetua a unidade de propósitos. E neste sentido, adestrar é uma arte de transfiguração, um exercício de inteligência que transforma cada dono num “macho-alfa”.
Os cães serão tanto melhores ou excelentes quanto forem a qualidade e a dedicação dos seus donos, que tudo fazendo para melhor os conhecerem, acabam por aproveitar e transformar todas as suas mais-valias, dotando-os de um carácter sólido, fiel e útil para os fins ao seu alcance. Se considerarmos a aquisição de cão uma adopção, então a sua perfilhação acontecerá no treino. A quem caberá educar os filhos? Não dependerá a sua qualidade e sucesso de quem os ensina? Quem faz a diferença no treino não são os cães mas sim os seus donos!

OS LOBOS, OS CÃES E OS HOMENS

Na foto acima podemos ver uma matilha de lobos numa expedição de caça em pleno inverno. Olhando com mais atenção para a coluna lupina e tendo conhecimento dos seus hábitos, podemos reparar que na sua frente vão os cães mais velhos ou doentes, a quem cabe manter a cadência de marcha do grupo, porque caso circulassem na sua retaguarda ficariam para trás e perderiam o contacto com a alcateia. Atrás deles marcham 5 dos lobos mais fortes, seguidos pelo grosso dos membros da coluna, onde se encontram as fêmeas. Depois segue-se-lhe um grupo de outros 5 lobos mais fortes e finalmente o macho-alfa, que sozinho e daquela posição, controla a evolução lá de trás, decide qual a direcção a tomar e tem também como incumbência antecipar-se aos ataques dos adversários. A alcateia avança ao ritmo dos anciãos sob o comando do líder, que impõe o espírito de entreajuda e que não deixa ninguém para trás, porque não importa quem chega primeiro mas que cheguem todos juntos, porque os lobos dependem uns dos outros para sobreviver, lição que os bons soldados sabem e que os tolos não retêm na memória.
Para além doutras razões pedagógicas que respeitamos e que já explicámos em artigos anteriores, a adopção da evolução circular nas aulas colectivas do adestramento, deverá respeitar o mesmo escalonamento visível nas alcateias de lobos quando em expedição de caça, onde os mais velhos circulam na frente e marcam o compasso, exemplo que contribui para a unidade de propósitos do grupo escolar e para a sua sociabilização. Por substituição, o papel do macho-alfa caberá ao adestrador, que no centro da evolução norteará a matilha escolar heterogénea e espontânea, induzindo todos os binómios ao melhor aproveitamento escolar, não consentindo que nenhum deles se atrase na aquisição do condicionamento procurado. Assim acontece entre os lobos, assim deverá acontecer com homens e cães: ninguém deverá ficar para trás!

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

VA DE RETRO SANTANA!

Não vamos aqui tratar da oração medieval católico-exorcista atribuída a São Bento de Núrsia, encontrada numa abadia beneditina bávara e composta em 1415, que num dos seu versos diz em latim: “Vade retro Santana” (afasta-te Satanás), mas do reprovo da eugenia negativa perpetuada em determinadas raças caninas que compromete de sobremaneira a sua saúde, sujeita-as ao sofrimento e encurta os seus dias, nomeadamente as braquicéfalas, monstruosidade que esperamos ver banida antes do final dos nossos dias. A “The British Veterinary Association” (A Associação Britânica de Veterinários) ciente dos problemas destes cães, alertou publicamente para o sofrimento que carregam, aconselhando os eventuais interessados a não comprarem Bulldogs, Bulldogs Franceses, Pugs e Shih-Tzus, sugerindo em sua substituição a aquisição de indivíduos de raças mais saudáveis ou híbridos.
Segundo o parecer desta reconhecida entidade clínico-científica, também comprovado pelos clínicos de todo o mundo, estes cães apresentam graves dificuldades de respiração, úlceras da córnea, doenças de pele e cauda em forma de parafuso, estando esta última ligada a anomalias dolorosas na coluna que os impede de dar à luz de modo natural. Os graves problemas respiratórios, advindos de um nariz por demais achatado que lhes estreita as narinas e que por norma os impede de correr e jogar, são comuns a todos os braquicéfalos, em cuja lista poderemos ainda incluir o Mastim Napolitano entre outros. Convém recordar que o Bulldog Inglês é o cão-símbolo da canicultura britânica, pormenor que mais dignifica pela imparcialidade o parecer da The British Veterinary Association (BVA), que a nosso ver tardou em chegar. Cães assim seleccionados jamais deveriam ter existido, considerando o contínuo sofrimento em que vivem. Como se poderá gostar de cães e permitir que alguns nasçam para sofrer? Quando menos se esperar e já tarda, todos os braquicéfalos irão ser sujeitos a alteração, beneficiar do contributo doutras raças mais saudáveis que os beneficiarão, porque doutro modo, com o aumento do seu sofrimento, depressa se extinguirão. Aqui o passado tem solução!   

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

NOVO RECORDE DE VISITAS

Anteontem, Terça-feira, batemos o recorde do número de visitas diárias, que passou para 1125. Ontem esse número elevou-se para 1372 visitantes diários (novo recorde), o que foi para nós uma surpresa. O artigo que mais contribuiu para isso foi: “DOBERMANN: O CÃO QUE É MENOS DO QUE SE SUPÕE E MAIS DO QUE SE IMAGINA”, editado em 06/03/2016, que até ao momento já foi procurado por 2039 leitores. Esta semana também se destacou o aumento do número de leitores dos Emirados Árabes Unidos (12), novidade que nos apanhou desprevenidos e que acolhemos com muita alegria. O número de leitores do Reino Unido, Espanha e Itália tem vindo a aumentar vertiginosamente. Agradecemos o interesse dos nossos leitores e esperamos continuar a ser alvo da sua preferência.

1º DIA DE OUTONO E CÃES MAIS VELHOS?

Hoje é o primeiro dia do Outono, altura do ano em que a Tosse do Canil ataca os cães que não se encontram vacinados ou que não o foram convenientemente. A chegada desta Estação sempre me recorda os cães mais velhos, aqueles que atravessam o Outono das suas vidas e que apesar das dificuldades ainda permanecem entre nós. Simultaneamente lembro-me dos cães que foram resgatados dos vários canis de acolhimento com diferentes idades e cujos donos pretendem agora ensiná-los, o que de imediato levanta duas questões: se valerá a pena ensiná-los e se sim, o que ensinar-lhes. A reconhecida longevidade presente nos rafeiros costuma dotá-los de melhor qualidade e esperança de vida, apesar dos eventuais maus-tratos e ausência de cuidados de que houvessem sido vítimas, o que possibilita o seu treino em idades mais avançadas pela maior saúde físico-psicológica que os reveste de maior disponibilidade.
Apesar dos cães poderem ser ensinados em qualquer idade até aos 10 anos, não convém fazê-lo depois dos 8 anos de idade, particularmente os portadores de pedigree, porque a sua disponibilidade física, anímica e cognitiva é menor, demoram a recuperar, resistem à mudança, desinteressam-se da novidade, já carregam alguns achaques e o treino só lhes irá causar desconforto pela alteração de hábitos, porquanto chegaram à idade da reforma e não querem ser maçados e muito menos despromovidos socialmente. Excepcionalmente e por absoluta necessidade poderão vir a ser ensinados, aprimorados na obediência e convidados para tarefas ao seu alcance e do seu agrado, trabalhos que sendo-lhes naturais não irão obrigá-los a grande esforço mas que obrigarão os seus mestres a ter com eles maiores cuidados. Depois dos 8 anos de idade todos os cães merecem repousar e viver felizes os anos que lhes restam, segundo as rotinas que aprenderam e na companhia de quem os adoptou, amparou, acompanhou, ensinou, respeitou e amou. Se no Outono somos obrigados à procura de roupas mais quentes, os cães no Outono das suas vidas irão exigir mais carinho, amparo e atenção.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

ELOGIO OU COMIDA?

Tratemos primeiro dos factos. Segundo fez saber Gregory Berns, um neurocientista da Universidade de Emory de Atalanta/Geórgia/USA, que recorreu ao uso de ressonância magnética para medir a actividade cerebral dos cães, trabalho pioneiro que combinou dados de imagens cerebrais com experiências comportamentais e já publicado na revista “Cognitive and Affective Neuroscience”, a maioria dos cães dá mais importância aos elogios dos donos que à comida, preferindo um dono carinhoso ao invés da barriga cheia.
Esta recente pesquisa veio dar-nos razão quanto aos métodos de treino, porque sempre resistimos, quando nos foi possível, à distribuição de guloseimas aos cães que nos foram e são confiados, parecer que nos isolou e que a ciência confirma agora como certo. A nossa resistência à recompensa pela comida, que para a maioria dos cães é perfeitamente dispensável, mormente nos seleccionados para o trabalho, prendeu-se e prende-se com a salvaguarda dos cães, com a recusa de engodos e com a formação de um carácter impoluto e incorruptível, onde o suborno não pode ter lugar por ser contraproducente, recompensando os cães pelo carinho e pelo elogio que demonstram o apreço dos donos, que eles desejam, esperam, sentem e compreendem.
Apesar disso e perante dificuldades com alguns indivíduos ou raças, notoriamente mais instintivos que ricos em personalidade, para serviços que não punham em causa a sua salvaguarda, usámos e continuaremos a usar a comida como subsídio para o condicionamento canino pretendido, excepção que aplicámos e aplicamos à maioria dos cães de caça, carentes dos necessários vínculos afectivos com os donos, por modo próprio ou por desastrosa indução. Contudo, nunca fizemos desta excepção regra, antes levámos os donos a uma mudança de atitude e de práticas, levando-os a reconhecer a importância do tratamento desejável para o alcance das respostas caninas expectáveis oferecidas pelo treino, libertando-os da paixão inconsequente para a prática do amor constante que ganha corpo no cuidado com os cães.
Está à vista de qualquer um e parece não suscitar dúvidas a ninguém, que a recompensa pela comida é o modo mais célere e menos exigente para se educar um cão, isto se ele tiver um forte impulso ao alimento: se for guloso. Sabemos também que nos últimos 25 anos, com a generalização da prática do adestramento entre os civis e perante a necessidade de qualquer um ser capaz de educar o seu cão, mesmo que ele não houvesse nascido ou fosse seleccionado para isso, que o recurso à gula canina seria o caminho escolhido perante adestradores inadequados, desprovidos de maiores requisitos técnicos, com menores índices atléticos (crianças e idosos), mais chegados ao lúdico que à seriedade necessária, desapegados de procedimentos e desprovidos de disponibilidade. Esta novidade acabou por recrutar para o adestramento gente que no passado dificilmente teria lugar nele, assim como acabou por engordar os lobbies da indústria alimentar e de acessórios para cães, cujo cúmulo são as coleiras de cabresto.
No caso português, que sempre acontece mais tarde, este método pegou de estaca e rapidamente, como se encerrasse em si mesmo todo o potencial do “reforço positivo”, devido ao advento e aumento dos rafeiros em treino, maioritariamente cães caçadores ou deles descendentes, caracterizados pela gula e forte carga instintiva, mais resistentes à autonomia condicionada e mais dados à liberdade de movimentos. Em simultâneo, porque são poucas as escolas caninas que aqui apetrecham cães para a actividade cinegética, os comuns centros caninos viram-se invadidos por toda a casta de bracóides, lebróides, bassetóides e outros, raças de cães que continuam a educar como focas ou como os leões no circo por desconhecimento doutras técnicas.
Já o fizemos e vamos continuar a fazê-lo, a convidar os donos isoladamente para a escola e só depois os cães, porque os últimos não nascem ensinados e carecem de quem os ensine. Dizem que o casamento é “uma carta fechada”, pode ser que seja mas a constituição binomial não deverá sê-lo, porque tudo aquilo que os cães exigem está perfeitamente ao alcance dos seus proprietários. Mais do que subornar cães, é urgente adequar os donos para ensiná-los a sobreviver, dotar os seus líderes de técnicas que facilitem a sua compreensão e possibilitem a mútua comunicação, lapidando-os para o uso acertado das suas necessidades, prerrogativas, emoções e afectos, mediante o aproveitamento do potencial dos cães que conduzem. Operar tamanho aprimoramento só será possível pelo amor aos cães, não um amor inconsequente mas aquele que produz alteração, que leva os homens ao aumento da sua disponibilidade física e cognitiva, a melhorar a sua voz, postura e mímica para que a cumplicidade aconteça e seja duradoura. Se a uns teremos que ensinar a amar e a ser pacientes, a outros teremos que ajudá-los a exteriorizá-lo!
Como se depreende, nada disto resulta de truques ou artimanhas mas sim de uma devoção que não dispensa a entrega total e que possibilita a fusão de propósitos e sentimentos entre homens e cães, tornando-os pela troca de afectos “unha com carne”. Trabalhar assim não cansa pelo muito que se aprende e alcança.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

PARTICULARIDADES DOS CÃES FAREJADORES DE CADÁVERES

Um dos serviços caninos de resgate mais especulados e pouco conhecidos é o desenvolvido pelos cães farejadores de cadáveres, cujo método de treino é por demais semelhante aos que resgatam pessoas vivas ou que são especialmente preparados para a detecção de estupefacientes ou componentes explosivos, diferindo apenas no objecto na sua busca. Estes cães têm como objectivo encontrar restos mortais humanos, que conseguem diferenciar dos pertencentes a outros animais, sendo capazes de detectar tanto os mais recentes quanto os mais antigos, ao ponto de encontrarem o sítio onde esteve um cadáver, uma simples gota de sangue ou um dente. Alguns deles são ainda capacitados para sinalizar cadáveres humanos submersos em rios, poços e lagoas, o que faz deles uns auxiliares de valor inestimável, quando chamados a fazê-lo depois do desaparecimento de uma ou mais pessoas ou após um grave cataclismo (terramotos, inundações, tornados, avalanches, explosões, etc.), como aconteceu na tragédia de Entre-os-Rios/Penafiel em 2001 (queda da Ponte Hintze Ribeiro), no “11 de Setembro de 2001” nos Estados Unidos e ainda recentemente em Itália quando vários terramotos assolaram o centro desta nação transalpina
Ainda não se descobriu ao certo quais os odores libertados pelos cadáveres humanos que os cães detectam, apesar de vários cientistas já haverem identificado 478 compostos químicos diferentes nos corpos em decomposição. Quando o vierem a descobrir, será muito mais fácil esmerar o treino e a aptidão dos cães farejadores de cadáveres, que ao invés de seguirem rastos no solo, captam esses círculos odoríferos no ar. Seja qual for essa assinatura química, certo é que ela está presente em todo o processo, quer se trate de cadáveres frescos ou de esqueletos com muitos anos de idade. No passado pensava-se que tanto a “cadaverina” como a “putrescina” (compostos químicos produzidos pela quebra dos aminoácidos durante a decomposição) seriam os responsáveis pelo acerto dos cães, hipótese hoje abandonada por não corresponder à verdade. Há quem diga que os cães para além de detectarem o odor dos gases em decomposição, são também ajudados pelo cheiro das “cavéolas” (invaginações presentes na membrana plasmática e abundantes nas células musculares lisas, endoteliais e nos adipócitos). Também há quem creia que tal se deve aos compostos animais chamados de “esteres” (grandes componentes de gordura animal) e também nos ossos. Estas incertezas têm impossibilitado a criação duma substância sintética realmente válida para o treino dos cães.
Não obstante e de eficácia absoluta ainda por comprovar, devido aos diferentes estágios da decomposição, existem à venda no mercado “cadaverina” e “putrescina” sintéticos. Não lhes sobrando outra alternativa, os cães farejadores de cadáveres, porque precisam de praticar, ver-se-ão obrigados a procurar sangue, mortos e pedaços de corpos humanos, o que não é fácil de encontrar e que raramente estará à disposição de quem os procurar, muito embora o engenho humano e o aproveitamento de certas circunstâncias particulares possam facilitá-lo (não estamos a falar de profanação de cadáveres ou do roubo de membros amputados). Diante dessa impossibilidade há quem inicie e treine os seus cães na procura de carne, sangue, ossos e vísceras de porco, animal cujo cadáver liberta odores muito semelhantes aos encontrados nos corpos humanos em decomposição. De qualquer modo e até à presente data, nada nem ninguém (máquina ou animal) é tão eficaz na procura de cadáveres humanos como os cães, amigos para a vida e até na morte.    

domingo, 18 de setembro de 2016

MESMO ENTRE TRÊS LOBOS UM CANICHE SE AGIGANTA

A maioria dos proprietários de Caniches não recorre aos bons ofícios das escolas caninas e quando o faz, fá-lo porque se tornaram problemáticos, graças ao antropomorfismo com que são tratados e que os leva a extrapolar autoridades, obrigações e competências. Estes pequenos cães, pequenos só no tamanho, apresentam uma notável capacidade de aprendizagem e enquadram-se perfeitamente no meio de cães maiores, não se intimidando com a envergadura e performances dos seus colegas de classe. Na foto acima vemos um entre dois Pastores Alemães lobeiros e um Pastor Belga Groenendael. O caniche ainda tem muito para dar e o seu potencial tem sido sucessivamente desaproveitado, já que possui um forte impulso ao conhecimento, é extremamente curioso e observador, sendo também decidido, enérgico e atleta, nada temeroso e voluntarioso, capaz de façanhas normalmente impossíveis para cães do seu tamanho e envergadura, o que faz dele um gigante com uma apresentação de floco de algodão. Que venham os Caniches!   

UMA VISITA AFRICANA DUM PAÍS INESPERADO

Esta semana tivemos uma visita dum país inesperado: República dos Camarões, País da África Central, com costa atlântica e situado no Golfo do Biafra, relativamente próximo do Arquipélago de São Tomé e Príncipe e onde os portugueses chegaram no Séc. XV (1472), estabelecendo ali um entreposto comercial para a venda de escravos rumo ao Novo Mundo. O seu nome deriva do substantivo masculino no plural português ”Camarões”, que ficou a dever-se ao facto do Rio Wouri ser na altura muito rico nesses crustáceos. Viria a ser colonizado por Alemães, Franceses e Ingleses. Os Camarões são uma república federal que goza de relativa estabilidade quando comparada com outras repúblicas ou estados africanos. País multiétnico, é na sua maioria cristão (+ de 56%) e o seu hino nacional lembra em muito o francês. A foto acima é da sua Capital: Yaoundé, cuja arquitectura é de desenho tipicamente africano. Esperamos mais visitantes daquelas paragens, para nós tão distantes mas ao mesmo tempo tão próximas pelo Oceano e História que nos unem.  

sábado, 17 de setembro de 2016

RANKING SEMANAL DOS TEXTOS MAIS LIDOS

O Ranking semanal dos textos mais lidos ficou assim ordenado:
1º _ ALGUMAS REGRAS PARA AUMENTAR A CUMPLICIDADE ENTRE UM CÃO-LOBO E O SEU DONO, editado em 24/09/2015
2º _ PASTOR DE SHILOH: SUPER-CÃO OU DECEPÇÃO?, editado em 23/01/2014
3º _ OS FALSOS PASTORES ALEMÃES, editado em 24/02/2015
4º _ EU QUERIA UM PASTOR ALEMÃO, DE PEFERÊNCIA TODO PRETO!, editado em 05/06/2010
5º _ O ESTRANHO ANÚNCIO DOS PASTORES ALEMÃES CASTANHOS, editado em 26/04/2013
6º _ SIM, EU ACREDITO NO CÃO MACACO!, editado em 17/12/2012
7º _ NÓS POR CÁ: A MORTE DOS SOLDADOS NOS COMANDOS, editado em 12/09/2016
8º _ LABRADOR: A MELHOR OPÇÃO ATÉ À PUBERDADE, editado em 27/12/2013
9º _ NUNCA OUVI LADRAR O MEU PASTOR ALEMÃO NEGRO, editado em 17/10/2013
10º _ O SONHO DO LUPINO PORTUGUÊS E O PERRO LOBO MALLORCAN, editado em 18/08/2015

TOP 10 SEMANAL DE LEITORES POR PAÍS

O TOP 10 semanal de leitores por país obedeceu à seguinte ordem:
1º Portugal, 2º Brasil, 3º Reino Unido, 4º Alemanha, 5º França, 6º Estados Unidos, 7º Angola, 8º Rússia, 9º Ucrânia e 10º China.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

PIADA DA SEMANA: O CAMINHO PARA LISBOA

Lá para a década de 70, quando os agentes da Brigada de Trânsito da GNR renderam os da extinta PVT e não falavam nenhuma língua estrangeira, um cidadão francês avistou uma patrulha à saída de Beja, parou a viatura em que seguia e questionou aos dois guardas qual a direcção para “Lisbonne”. O arvorado daquela patrulha, no uso da chefia que os regulamentos lhe outorgavam, respondeu: “Aqui Bejonne, despois Ferreironne, a seguir Grandolonne, despois Alcaceronne, Setubalonne e despois Lisbonne”. Logo após o francês se ter posto em marcha, o bom do arvorado disse para o outro guarda: “Sempre é bom saber um pouquinho de inglês!”. O mais engraçado disto tudo é que o episódio aconteceu mesmo, segundo testemunhou um Cabo reformado da GNR, que chegou a Comandante de Posto, agora com oitenta e poucos anos e que foi alvo das explicações daquele arvorado. Bons velhos tempos!

NA ESCÓCIA DÃO COMBATE À DEMÊNCIA

Cresce o número de cães usados para valerem à demência humana na Escócia, animais preparados para valerem às pessoas afectadas pelo Alzheimer e outras formas de demência nos seus estágios iniciais, obra conjunta das associações “Alzheimer Scotland”, “Dogs for Good”, “Guide Dogs UK” e “Glasgow School of Art”. Demência é o termo utilizado para descrever os sintomas de um grupo alargado de doenças que causam um declínio progressivo no funcionamento das pessoas. É um termo abrangente que descreve a perda de memória, capacidade intelectual, raciocínio, competências sociais e alterações do que se consideram reacções emocionais normais. A Doença de Alzheimer é a forma mais comum de Demência, constituindo cerca de 50% a 70% de todos os casos. É uma situação que ocorre com alguma frequência nas pessoas idosas, independentemente da existência ou não de antecedentes familiares da doença. A Demência afecta 1 em cada 80 mulheres e 1 em cada 60 dos homens com idades compreendidas entre os 65 e 69 anos. Acima dos 85 anos de idade, a Demência afecta aproximadamente 25% dos idosos de ambos os sexos. Na Escócia existem cerca de 90.000 pessoas afectadas pela demência, com o país a envelhecer, calcula-se que em duas décadas o seu número duplicará.
Estes cães, que funcionam como companheiros e ajudantes, prestam um precioso auxílio às famílias ao valerem aos seus doentes, alertando-os para a necessidade das suas tarefas diárias essenciais como a tomada dos medicamentos, zelo que liberta grande parte do stress vivido pelo conjugue saudável e restantes membros do seu agregado familiar. Para além disso, os cães transmitem confiança e diminuem os níveis de ansiedade nos pacientes, incentivando-os a sair de casa, melhorando a sua actividade física e facilitando a sua interacção social. Se entendermos a saúde humana como decorrente do seu bem-estar físico, emocional e social, podemos dizer que os “Dementia Dogs” fazem bem à saúde.
O mundo ocidental tem cada vez mais idosos e Portugal está também a envelhecer drasticamente, sendo a quarta Nação com mais idosos na Comunidade Europeia. O número de portugueses com mais de 65 anos já ultrapassa os dois milhões e não pára de aumentar. A “Alzheimer Portugal” fez saber que existem 153 000 pessoas afectadas pela demência, das quais 90 000 padecem de Alzheimer. Não precisaremos nós de cães preparados para lhes valer? Não serão bem-vindos e não terão procura? Não basta dizer que falta vontade política para a resolução dos nossos problemas, essa vontade e desejo de mudança deverão acontecer em cada um de nós e no assunto que agora tratamos, os adestradores terão um papel importante e inovador papel a desempenhar, já que a sua actividade é caracterizada pela constância de novos desafios, na adequação e capacitação de cães para a novidade de tarefas. Brincar com ou aos cães é óptimo mas a vida não está para brincadeiras! O que realmente importa é estender as suas mais-valias ao maior número de pessoas, particularmente àquelas que mais necessitam delas para o seu dia-a-dia. É chegada a hora e já tarda, de abandonar o uso canino para cimentar a nossa tirania sobre as outras espécies e sobre os outros, de usarmos os cães para o equilíbrio ecológico e para o bem-estar das populações. Este é o verdadeiro desafio que é colocado aos adestradores do Séc. XXI! 

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

JÁ OUVIU FALAR DO TURQUEMENISTÃO?

Lamentamos a ignorância mas nós também não, apesar do seu nome ser sugestivo. Certo é que ontem tivemos um leitor daquelas paragens, ao qual de imediato endereçamos o nosso bem-vindo e visita que nos obrigou a saber um pouco mais sobre este país asiático na margem oriental do Mar Cáspio, sem representação diplomática portuguesa, sendo os assuntos deste país acompanhados pela Embaixada de Portugal em Ankara na Turquia, o que não impediu que uma empresa portuguesa mobilasse o Palácio Presidencial e os edifícios dos Ministérios nesta nação da Ásia Central, ganhando esse concurso a eslovacos e italianos há dois anos atrás. O Turquemenistão faz fronteira com o Cazaquistão a noroeste, com o Uzbequistão a nordeste e leste, com o Afeganistão a sudeste, com o Irão a sul e sudoeste, e com o Mar Cáspio a oeste.
País etnicamente descendente de várias tribos turcas oriundas do vizinho Cazaquistão, foi primeiro dominado pelos russos no século XIX e depois governado por estes e pelos ingleses. Independente de 1918 a 1925, viria a partir deste último ano a fazer parte da extinta União Soviética, que dividiu o seu extenso território em cinco repúblicas socialistas: Turquemenistão, Cazaquistão, Uzbequistão, Tajiquistão e Quirguistão. A sua independência foi proclamada em 27 de Outubro de 1991. O Turquemenistão está localizado num dos desertos mais secos do mundo e por isso alguns lugares têm uma precipitação média anual de apenas 12mm. Mais de 80% do país é coberto pelo Deserto de Karakum, a temperatura mais alta registada na capital Ashgabat foi de 48°C e em Kerki, no interior do país, nas margens do rio Amu Dária, foi de 51,7°C.
Este país da Ásia Central, agora com 5 milhões de habitantes, é governado por um regime presidencialista (ditatorial e sem liberdade de expressão), é rico em petróleo e gás natural, a sua agricultura intensiva acontece nos oásis por irrigação e a esmagadora maioria dos seus habitantes é turquemena e muçulmana, sobrando ainda minorias de uzbeques, russos, cazaques, tártaros, ucranianos, arménios, azeris e balúchis. Nada sabemos sobre a sua canicultura mas não nos custa adivinhar que seja quase inexistente, remetida exclusivamente para lebréis caçadores coadjuvados no ofício cinegético por aves de rapina, tomando em consideração as práticas visíveis nos países vizinhos com idêntica índole religiosa. Para além da sua capital que parece surreal, o local mais visitado deste país desértico é a “Porta do Inferno”, uma cratera com 70 metros de diâmetro, no meio do deserto de Karakum, que queima gás natural desde 1971 até hoje, quando engenheiros soviéticos procediam a escavações na procura de petróleo. Os seus habitantes são simples e hospitaleiros e para se entrar ali é necessário um visto. E sobre o Turquemenistão é tudo por agora.    

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

ALGUNS CONSELHOS PARA EVITAR O ROUBO DO SEU CÃO

Segundo fez saber a BBC, o roubo de cães tem vindo a aumentar na Grã-Bretanha, relatando a Polícia que desde 2013 até à primeira metade deste ano foram roubados 4.749 cães, notícia que deixa ninguém descansado porque também aqui se roubam cães, particularmente cachorros e cães toys ou miniatura quer eles sejam de raça ou não. Um dos maiores motivos para o roubo de cães nas Ilhas Britânicas prende-se com a reprodução por via da muita procura, procura que aqui também aumentou devido à crise económica e à necessidade de cães para apartamentos.
Ainda que em menor escala, o roubo de cães também acontece em Portugal e não é raro ouvirmos que o cão de fulano tal foi roubado (por alguma razão os cães pequenos que se “perdem” dificilmente voltam para as mãos dos donos). Cientes deste problema e apostados em combatê-lo, certos de que nunca nos livraremos dos ladrões e apostados na felicidade de donos e cães, adiantaremos em seguida alguns conselhos, que sendo respeitados, poderão evitar o roubo dos nossos e vossos fiéis companheiros.
1º _ Proceda ao implante de um microchip no seu cão e não ponha o nome dele na coleira. 2º _ Circule na via pública como manda a lei: sempre com o cão atrelado. 3º _ Não consinta que ele seja conduzido por estranhos. 4º _ Não revel o nome do animal na rua. 5º _ Proíba outros de lhe dar guloseimas no exterior; 6º _ Sempre que possível só saia à rua com ele depois de o haver alimentado. 7º _ Não o deixe sentar ao colo de ninguém; 8º _ Não entregue a sua custódia a pessoas alheias ao seu agregado familiar; 9º _ Não deixe que outros o repreendam ou exerçam disciplina sobre ele. 10º _ Sempre que tiver que prendê-lo e afastar-se dele, evite a demora e faça-o de modo a não o perder de vista. 11º _ Ensine-o a tolerar as pessoas e a ensurdecer-se para os seus convites. 12º _ Ensine-o a ladrar sempre que intentarem aproximar-se dele. 13º _ Evite dar-lhe comandos de obediência no exterior para que não venham a ser usados por terceiros. 14º _ Não faça de uso dos seus brinquedos nos espaços públicos. 15º _ Só solte o cão quando tiver a certeza do seu regresso.
Estes cuidados podem evitar o roubo do seu cão, sabendo-se que os donos desprevenidos são os que mais concorrem para a perca dos seus cães. Dono consciente e zeloso, que se diz gostar do seu cão, tem como obrigação tudo fazer para evitar que venha a ser roubado, o que outra coisa não é que protegê-lo do seu exclusivo predador: o Homem.