quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

REFORÇO EM TEMPO DE CRISE

Sempre defendemos a adição do “reforço” à dose diária de ração a ministrar aos cachorros, particularmente para os mais fracos e para aqueles com maior curva de crescimento, no primeiro caso até aos 12 meses e no segundo até aos 18. O “reforço” é um complemento de comida fresca que distribuímos pela manhã. Os ingredientes que normalmente usamos são: 750g de carne de vaca moída, 250g de arroz ou massa, 1 cenoura ralada, 1 cabeça de alho nacional descascada, 2 folhas de espinafres ou alho francês, 1 colher de sopa de farelo de trigo e finalmente 2 colheres de azeite, enriquecendo isto, dia sim, dia não, com 1 ovo cozido. Sabedores do seu custo e diante da actual recessão económica, também visível numa maior procura por rafeiros e por cães de raça pequena, porque uns são pouco exigentes e os outros pouco comem, subsistindo a necessidade do reforço, adiantamos uma receita própria para os tempos de crise, que irá reduzir o seu preço a 25%, graças a carnes mais baratas, ao que eventualmente desperdiçamos e a ingredientes naturais sem custos, contudo de valor nutricional bem próximo do encontrado na receita original.
A carne de vaca para cozer pode ser substituída por miúdos de frango, os mesmos que costumamos utilizar na canja de galinha (moelas, corações, fígados e patas), que nalguns sítios custa 1€ ou menos o kg. Se nos valermos das patas de frango, convém distribui-las sem as unhas, tendo o cuidado de desprezar posteriormente o osso da perna porque lasca. Com o devido cuidado, também as cabeças de frango, que geralmente são gratuitas, podem ser usadas para o mesmo fim. Nalguns locais o coração de boi é também muito barato, mas importa verificar em que condições se encontra. Que isto não espante os mais puritanos, os amigos das latas e dos patés para cães, porque de carnes menos nobres ou de subprodutos delas são esses repastos feitos, pois já assistimos ao carregamento semanal de toda a mixórdia dos matadores, inclusive de porcos, rumo ao estrangeiro, a mando de uma conceituada marca do mercado. O arroz ou a massa podem ser substituídos por arroz trinca e massa de rosca própria para os cães, não havendo nenhuma destas possibilidades, podem ser ainda substituídos por pão duro ou massa à venda num supermercado de capital alemão, onde por norma é substancialmente mais barata. A cenoura poderá ser substituída por cascas de peras ou maças e os vegetais pela urtiga.
A urtiga é uma planta que é rica em serotonina, betacaroteno e nas vitaminas A, B2, B5, C, E, e K, e nos seguintes minerais: cálcio, ferro, magnésio, potássio, silício e zinco, sendo também rica em oligo-elementos, aminoácidos, proteínas, sais e fosfatos, o que a torna num suplemento natural vitamínico e mineral por excelência, já que contribui para o brilho e saúde do manto, combate a anemia e as doenças circulatórias, para além de aliviar as dores articulares e facilitar as excreções nos cães, surtindo o mesmo efeito nas pessoas. Por cada kg de carne e massa devem-se adicionar 3 urtigas de 50cm de altura, partidas à mão como se fossem para salada (elas não picam se sustivermos a respiração). O farelo de trigo é muito barato e rende muito, pelo que não necessita doutro substituto. Para aumentar o teor de gordura do penso, podemos valer-nos de algumas cascas de queijo, de uma porção de atum ou salmão, de mão-de-vaca (mocotó), que é também rica em gelatina, do tutano dos ossos grandes, dos óleos de girassol ou de milho, que são mais baratos que o azeite. O tipo de gordura a utilizar, se vegetal ou animal, deverá considerar o quadro de intolerância alimentar de cada indivíduo. De qualquer modo, o teor de gordura não deverá exceder os 20% do “reforço”.  

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