Temos alguma dificuldade em compreender como gente
de bem, esclarecida, letrada e sensata escolhe cães problemáticos, o que sucede
cada vez mais e a tendência é para aumentar, apesar da Lei lhe exigir maiores
cuidados e restrições. Estaremos na presença do desejado “fruto proibido”? A franja
etária que mais incorre nesta escolha é a dos indivíduos com idade compreendida
entre os 18 e os 25 anos, maioritariamente estudantes, de ambos os sexos, ainda
instalados no lar paterno, mimados, não contrariados, idílicos e de músculos
pouco experimentados, que passaram das consolas para o computador, persistem no
virtual e adoptam um cão anti-social, geralmente do grupo dos alanos, bem
musculado, pouco sensível à dor, de mandíbula forte e semblante ameaçador,
animal que virá a ser tratado como um pequeno príncipe, isento de regras e dado
a amuos, como se não crescesse e não pudesse vir a ser perigoso. Quando
advertidos para o perigo de tal opção, juram por todos os santinhos que o bicho
é manso como um cordeiro, que nunca teve uma atitude hostil e que disso não
passará, muito embora alguns deles, ainda que não o confessem, desejem que o
animal vire fera, devido a irreverência da idade e ao desconhecimento imediato
das repercussões daí resultantes (responsabilização criminal do dono e abate do
cão).
Depois
das maturidades sexual e emotiva, o idolatrado principezinho tende a mostrar
porque tem a mandíbula forte e porque é bem musculado, começando a medir forças
com os cães que se cruzam com ele e a resistir ao reparo dos donos, podendo
inclusive ameaçá-los ou descarregar sobre eles, conforme temos visto e
apreciado. De peleja em peleja, caso não seja contrariado e inibido, aquele
cordeiro bem depressa se transformará num lobo, podendo vir a liquidar outras
presas para além de ovelhas, tanto dentro como fora de casa, o que poderá
complicar para sempre as vidas dos seus donos, que bem poderiam passar sem esses
problemas. Porque estamos fartos de ver desgraças e vítimas inocentes (homens e
cães), daqui lançamos o nosso alerta para a situação, no intuito de evitar que
outros caiam no mesmo erro.
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