sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

COMENTÁRIO AO ARTIGO “MASTER: A HISTÓRIA DO PATINHO FEIO”

Acabo de ler os textos que hoje publicou no seu “Blog” acerca do Master, do Baltazar e do Ken, que são, sem dúvida, ainda que por características diferentes, exemplares que pertencem à galeria das glórias da Acendura Brava. E relembro, com saudade, os anos em que frequentei a Escola, enquanto o Master, deitado a meu lado, parece dormir em sossego, no gozo pleno da sua “aposentação”, estado apenas desmentido pela postura das orelhas, que captam, como antenas, os ruídos mais ligeiros. Que extraordinário cão e que extraordinário companheiro! Penso que a característica mais frisante do Master é o equilíbrio das suas qualidades. Soube “estar” de acordo com as circunstâncias e as condições que se lhe apresentaram. E tanto progrediu com entusiasmo e ânimo na execução das tarefas de "endurance" que lhe foram exigidas (algumas bem difíceis), como cumpriu com prontidão e denodo as suas funções de guarda do dono ou dos seus pertences, como, de imediato, se tal lhe fosse ordenado, se deixou conduzir com paciência por uma qualquer criança. Foi sociável com os outros cães, ainda que sabendo preservar o seu “estatuto” de cão nascido na Acendura Brava. Movimentou-se na Escola como em sua casa e teve o privilégio raro de ser estimado e apreciado por todos os demais condutores, também pela sua beleza, só excedida, a meu ver, pela do seu irmão de anterior ninhada, o “Lobinho”.
De carácter nobilíssimo, nunca reagiu com reserva a qualquer admoestação que lhe tenha sido feita. A qualidade que alcançou resultou, decerto, da sua construção genética, mas, também, de outros factores que concorreram na sua formação: as impressões dos primeiros meses, pela mão afável da D. Cristina; a satisfação atenta das suas necessidades alimentares e energéticas; o processo evolutivo de ensino, orientado pelo Sr. João; o papel de elemento neutro, amorosamente desempenhado pela minha mulher e, enfim, de alguma forma, o esforço e o empenhamento que dediquei ao treino, mesmo que reconheça, sem dificuldade, que fui o elo fraco no binómio que constituí com o Master. O Master está ainda comigo, felizmente. Velhote, já sem o aspecto ginasticado e atlético de outros tempos, mas sem excesso de peso, de espírito jovial, com uma boa pelagem e, se tal é possível, ainda mais bonito! Um dia destes havemos de aparecer. E mais uma vez, quando o vir e ouvir o velho tratamento de “Turudinho”, o Master há-de correr para si com a alegria e a veneração de sempre. Um grande abraço, Zé Gabriel.

Sem comentários:

Enviar um comentário